Amor de mãe

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Andrew

-Andrew Collin é um garoto lindo,saudável,inteligente ,cavaleiro,admirado,invejado e compreensível.

-E o Andrew Collin,não possui defeito algum?

-Claro que sim,não sou perfeito. Mas doutor ,minhas qualidades superam os meus defeitos.

-E quais seriam eles?

-Se eles são meus,não remetem que eu o diga.

-Senhor Collin,eu só quero te ajudar. Porque não falamos do seu passado?

-Doutor,se o senhor quer me ajudar porque não vai a recepção e diz a minha mãe que eu estou saudável e não preciso mais voltar aqui?

-Porque seria contra os meus princípios. Mas vou lhe dar um conselho,quanto mais o senhor colaborar ,mais cedo terminaremos.

-Tudo bem então, o que quer saber?

-Por que arrancou o cabelo de sua amiguinha de colégio?

-Como soube disso?

-Seu antigo médico me disse. Porque fez isso?

-Porque ela mereceu. A garota dizia ser minha amiga e dava asa pra todos. Já era uma vadia desde criança.

-E porque ela não poderia ter mais amigos?

-Porque não.

-Entendo... mas naquela época alguém lhe disse que deveria ter esse tipo de comportamento?

-Não. Apenas sei o que tem que ser feito.

-Achou certo o que a fez?

-Certo não é a palavra. Eu achei justo.

-E sua família como reagiu?

-Me mandaram para Inglaterra. Fui morar com minha falecida avó.

-E como era conviver com ela?

-Foi como ter realmente uma mãe que se importa com um filho.

-Você a amava muito?

-Por demais...

Sinto lágrimas em meus olhos e as memórias vêm a tona:

" Estou na cozinha de minha avó ,por mais que todos naquele país tivessem fama de serem chatos e monótomos,minha avó era diferente. Nunca entendi o porque de meu pai ser tão ríspido com uma mãe tão amável.

Estavamos preparando biscoitos enquanto cantavamos um música. Eu tinha 10 anos. Até que eu me queimei e chorei feito uma criança ,senti seus braços em volta do meu corpo e ela beijou levemente o local ,a dor em um passe de mágica havia passado.E quando os biscoitos ficaram prontos sentamos no sofá com eles nas mãos e assistimos "Procurando Nemo"."

-Andrew,Andrew,Andrew.-Me chamava o doutor. Havia me esquecido de sua presença.

-Estou bem.-Respondo-Eu quero ir embora. AGORA!

Digo me levantando e nem esperando por respostas. Saio pela porta e encontro minha mãe lendo uma revista,ela se dá conta de minha presença e se levanta:

-Como foi?

-Estou ótimo,não sou doente. Agora vamos embora.

-Não posso ,antes eu tenho que falar com o...

-VAMOS EMBORA-digo antes que ela possa terminar a frase. Todos estão nos olhando.

-Claro,meu amor. Vamos..-Seu olhar está triste,mas pouco me importo. Quando eu ficava triste ,ela nunca me consolava,não seria eu a consolá-la. Entramos no carro e vamos pra casa.

Minha mãe me deixa em casa e diz que tem uma consulta com o ginecologista. Eu apenas digo que tudo bem e entro.

Minha casa está vazia,tirando os empregados é claro. Vou almoçar e depois correr para manter a forma.

Corro pelo parque inteiro e depois passo em frente a escola,como previsto ,minha amada estava saindo. Vou correndo até ela e lhe dou um cutuco,ela tira os fones e me observa:

-Posso ajudar?-ela me pergunta.

-Olha,eu só queria que parasse de fugir de mim. Gostaria que fossemos amigos. O que acha?

Ela fica calado por um tempo e depois afirma que sim com a cabeça:

-O que acha de tomarmos um sorvete ,então?-pergunto.

-Tudo bem.

Vamos andando até a sorveteria mais próxima. Chegando lá ,ela pede um sabor Graviola e eu Morango.Nos sentamos na mesa mais próxima e ela puxa assunto:

-Seu sabor prefirido é morango?

-É sim ,sempre gostei. E o seu é Graviola?

-Não,é flocos.Mas eu acho que todos deveriam experimentar coisas novas,sabe...

-Falando desse jeito ,eu vou achar que você é lésbica.

-Não claro que não. Nada contra mas...acho que não combina comigo.

-Tem razão. Você é linda demais pra ficar com outra mulher.-quando digo isso ela cora.

-Porque saiu da cidade ?

-Porque eu quis experimentar coisas novas.

-E foi bem longe ,não acha?

-Podemos mudar de assunto?

-Claro.

-O que faz nas quartas feiras ?

-Fico auxiliando na cantina ,na maioria das vezes só lavo prato.

-Deve ser bem chato.

-Não é não,meu amigo me ajuda.

-O amigo do telefonema?

-Ele mesmo. Me desculpa por aquele dia,eu estava de TPM.

-Tudo bem.

Ela se levanta e eu a acompanho ,pago nossos sorvetes e a deixo em casa. Mas naquele dia ,não a observei dormir. Havia alguém me seguindo ,eu precisava sair dalí.

Corro até chegar em casa ,abro a porta e vou tomar um banho. Janto e vou dormir , naquele noite sonhei que estava abraçando minha avó e todas as minhas dores desapareciam.

Ciúme psicóticoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora