perco uma salvadora na viagem

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Os minutos pareciam horas, eu nunca desejei tanto que o tempo passasse. Nós estávamos no barco só a meia hora e o tempo insistia em não passar.

Paola estava deitada em um quarto do barco que era extremamente luxuoso e rápido. Eu estava dando a ela uma dose de néctar e ambrosia, Luca estava lá mas saiu. Então eu falei:

- porque você me salvou? E duas vezes.
- porque é isso que amigos fazem, lá na agua você estava se afogando e eu sei nadar, não tinha motivo para eu te ajudar e ...
- eu sei mas agora você esta aqui e eu estou bem e Luca esta arrasado e.- eu comecei a chorar sem mais saber o que dizer, ela havia me salvado e agora estava para morrer e eu não conseguia nem agradecela.

Ela me olhou como se já esperasse que isso aconteceria.

-você não prestou atenção mesmo na profecia não é Pamela? Lembrece seis partirão e cinco voltarão. Quem você acha que não vai voltar?
-mas você está voltando.
-mas não vou chegar viva, tudo bem esse é o meu destino e eu estou feliz por ter me sacrificado por você, não conte isso a Luca ele não intenderia.
- eu também não entendo. Como você pode lidar com sua morte assim? Como pode simplesmente dizer isso? Você não era assim.
- eu não estava morrendo.

Eu a abraçei e a deixei descansar, mas eu precisava liberar a raiva que havia dentro de mim.

Por incrível que paressa as empousas tinham um boneco para treinos de luta, bom depois dessa mais nada da mitologia grega me surpreende. Peguei minhas sai e comecei a esfaquear o boneco colocando cada um dos meu sentimentos na ponta da faca.

Eu estava gritando e cortando o boneco sem parar e sem perceber também estava chorando, então Luca veio até onde eu estava me pecando de surpresa. Eu sequei as lagrimas de um jeito discreto, e continuei atacando o boneco mas com menos raiva já que não sobrara muito do boneco inteiro.

- cuidada Pamela esta fazendo cócegas no boneco.

Esse era Luca, mesmo com a irmã morrendo não perdia a ironia, isso que eu mais adorava nele o fato de não importar a situação ele sempre fazia os outros rirem. Então ele me atacou, bom foi oque eu pensei que ele ia fazer mas envez disso me abraçou e começou chorar.

Eu estava perplexa mas notei que tanto ele quanto eu precisávamos daquele abraço. Mas o meu ombro quebrado tava doendo. Então Maria Nataniel e Renata se juntaram a nós. E todos choramos em silencio.

Esse momento não durou muito, depois disso tudo voltou ao normal, Maria era a durona, Nataniel era o responsável, Renata a desligada, Luca o bad-punk irônico e eu?

Bom não Fasso e menor ideia do que eu sou. O tempo pareceu passar mais rápido depois disso. Eu e Nataniel ficamos jogando xadrez. Apesar de eu ainda estar aprendendo eu era quase melhor que ele. Nos rimos muito. O fato dele ser responsável e se preocupar tanto era engraçado. O fato dele ter chorado na praia da ilha porque não pode me salvar, o fato dele ter se preocupado tanto quando eu cai que me pegou no colo.

De algum jeito, apesar de Luca e Nataniel serem tao diferentes, mechiam comigo.

Paola morreu no dia seguinte, duas horas antes de nós chagarmos no acampamento, seu ultimo pedido foi para que nós não chorassemos por ela, pois ela estava feliz. Ninguém chorou mas foi só por que ela pediu.

Ao chagarmos no acampamento a primeira coisa que foi feita, antes mesmo de relatórios sobre a missão ou de cuidar dos ferimentos, foi feito uma mortalha com um trovão, e nela fogo foi posto.

Novamente ninguém chorou, o chalé de Apolo cantou uma música fúnebre e ficamos olhando a mortalha de Paola queimar.

Filha dos deuses - a historia de uma meio-sangue.Where stories live. Discover now