Eu tenho que fugir

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Eu passei quatro anos lá trancada, recebendo injeções e remédios para o controle, traduzindo eu não conseguia nem pensar. O tempo que eu passei lá dentro pareceu passar em um piscar de olhos, eu só notei que o tempo passou depois que eu parei de receber o remédio.
Aqueles dois anos passaram como paginas em branco, com pequenos flash.
Como eu fugi de lá? Eu não sei direito, eu acho que estava deitada descansando e quando eu vi a enfermeira com a injeção eu agarrei o braço dela, peguei a seringa e injetei o liquido na enfermeira, sem o remédio eu comecei a pensar de novo. Fugi por uma janela.

Após sair da clinica eu corri para uma estrada e pedi carona. Um homem com carro de um modelo que eu nunca vi parou, eu sei o que você esta pensando, ela simplesmente entrou no carro de um estranho, minha resposta é sim.

Eu entrei no carro no banco de traz o homem tinha os cabelos levemente grisalhos com um castanho escuro, e usava uma calça jeans com uma camiseta, ele nem esperou eu dizer aonde eu queria ir, ele seguiu por um estrada que eu conhecia de algum jeito, era Long Island. Seguimos pela aquela estrada por um tempo então eu vi uma coisa que me assombrou.

Aquele cara me trousse na colina que eu havia sonhado, com o pinheiro, o dragão e as casinhas. Eu falei:

- por que você me trousse aqui? E que lugar é esse?
- dessa do carro, Quíron vai lhe esplicar tudo.
-como assim Quíron? Quem é você ? Porque me trousse aqui?

Eu vi no rosto do homem que ele estava ficando com raiva então eu saí do carro e fui atravessando a colina, ao longe o sol estava se pondo sobre um porto. A água era verde fazendo contraste com o laranja do sol.

Eu comecei a me lembrar do meu sonho, eu já havia me esquecido do fato de ter um dragão encima de um pinheiro, e esse pinheiro estava a dez metros de distancia.

O dragão parecia estar me analisando, depois ele deitou novamente a cabeça em um galho. Eu não sei por que aquele dragão verde de dez metros estava me parecendo tão assustador. Eu me virei para olhar o carro do homem que me deu carro na ate ali, ele não estava mais lá, eu não sei como mas o carro dele saiu sem fazer barulho.

Eu fui para caminhar em direção ao final da colina e acabei chutando uma pedra.

Parece que a pedra que eu chutei foi um pouquinho longe batendo na cabeça de um homem que estava sentado na varanda da casa velha que havia descendo a colina. Como eu consegui chutar uma pedra até lá, eu não sei mas aquele cara parecia bem irritado e estava olhando pra mim.

Eu não sabia oque fazer com ele olhando para mim eu fiz a coisa mais sensata a fazer, gritei de lá de cima: desculpa tio, foi sem querer.

Ele olho pra mim parecendo ainda mais irritado e eu tive a impressão de ver os olhos dele ficando roxos. Mas depois a expressão dele pareceu ficar mais calma ele gritou:
- criança venha aqui.

Por causa do tempo que eu passei no hospício eu não sabia se eu tinha treze ou catorze anos mas eu sabia que criança eu não era mas resolvi não discutir.

Enquanto eu descia a colina aquele cara me seguia com os olhos. Ele usava um calção folgado e uma camisa com estampa de tigre, será que eu fiquei internada por tanto tempo que isso era moda?

Nesse momento eu persebi que ainda estava usando as roupas do hospício que se resumia em um macacão rosa claro e peludinho.

Quando me aproximei dele ele disse de forma casual:

- bem vinda ao acampamento meio-sangue. E ha antes que eu me esqueça, se você me acertar mais uma vez eu juro que você vai passar o resto de sua vida como uma parreira de uvas amargas.

Eu devo ter dito algo como " Arã " e entrei dentro da casa como ele me cinalizou, lá dentro me perguntei se eu realmente devia ter fugido do hospício por que eu estava vendo um homem meio cavalo meio humano lavando a louça.

Filha dos deuses - a historia de uma meio-sangue.Where stories live. Discover now