12% - não podemos mais ficar juntos

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Chan não sabia dizer há quanto tempo estava sem ir naquele bar que Morgana tanto gostava. O lugar era espaçoso e confortável, havia luzes coloridas na pequena pista de dança e mesas espalhadas pelos cantos, no meio do estabelecimento, um balcão grande ocupava o lugar, cheio de bebidas e outros drinks diferenciados que o australiano nunca teve coragem de experimentar.

Ela o puxou até o bar, se sentando em um dos vários bancos com estofamento azul e laranja. Chris ficou de pé ao seu lado, observando ela animadamente pedir uma dose de uísque com limão e gelo. O maior negou quando ela ofereceu a bebida gelada, avisando que ficaria sóbrio porque precisava dirigir na volta. Ela deu de ombros, levando de pouco a pouco o copo aos lábios, manchando a borda com seu batom vermelho.

Ele não fez nada durante a noite toda, apenas olhou ao redor e tentou manter morgana quieta. A loira era muito fraca para bebidas, mas tinha um ânimo enorme para escolher as mais variadas. Experimentou todas as amostras grátis que o barista ofereceu, enquanto chan apenas optou por água. Ele quis voltar para casa logo, a música alta machucava seus ouvidos e aquela luz piscante doía em suas retinas. Não estava se divertindo nem um pouco, mas não admitiu.

A loira aproveitou a noite ao máximo, dançou sozinha e cantou alto com alguns desconhecidos. Chris a deixou fazer o que queria, mas sempre de olho. Mesmo que não sentisse nada por ela, não deixaria nenhum cara estranho se aproveitar da vulnerabilidade que a bebida trazia à mulher. Vendo que já era tarde, ele pagou a conta e saiu do estabelecimento com morgana cambaleando ao seu lado, não sabia dizer quantos copos de caipirinha ela bebeu, mas parou de contar no quinto. Ele a colocou dentro do carro com cuidado e fechou o cinto ao redor do corpo dela, verificando se a australiana estava bem antes de tomar seu lugar e ligar o carro.

Durante o percurso ela não parava um segundo de tagarelar sobre como estava feliz em ter saído com o moreno, e sobre sua última viagem de trabalho. Morgana comentou que conheceu vários parisienses e fez amigos, falou também sobre os museus que visitou com sua chefe e sobre o desfile que organizou, sempre agitada e gesticulando, às vezes jogando seus braços para cima do australiano que apenas tentava dirigir sem quebrar nenhuma regra de trânsito.

Deixou o carro em frente a garagem depois de passar pelos portões do condomínio, desligando o motor do automóvel para tirar morgana do banco do passageiro.

— fique quieta, não consigo te soltar desse jeito. — exprimiu impaciente, tentando soltar o cinto de segurança da tranca. Morgana continuou tateando o cabelo do maior, às vezes descendo a mão até suas costas e tentando puxar a camisa dele para cima.

Depois de finalmente conseguir libertá-la, ele a pegou no colo com cuidado, já que a mulher mal se aguentava em pé. Chan destrancou a porta com dificuldade e entrou ligando as luzes, a deixou no sofá para buscar um pouco de água, mas ela não o largou, o prendendo pelo pescoço com seus braços finos.

— morgana, me solta. — pediu tentando se desvencilhar do aperto dela.

— fica aqui comigo. — suplicou. — não me deixa sozinha, chris, por favor.

— eu só vou até a cozinha, é rápido.

— não, você não entende. — ela choramingou, erguendo o rosto para encarar o australiano. — eu sei que você não me quer mais. — chan apertou os olhos confuso, sem entender porquê ela estava trazendo esse assunto justo agora. — eu sei que você quer pedir divórcio e me deixar.

— agora não é momento pra falarmos sobre isso. — ele disse ainda sem conseguir se afastar dela. Morgana fez bico, apertando o bang mais forte e para mais perto. — quando você estiver sóbria podemos conversar melhor e-

— não! Eu não quero conversar! — a loira gritou, deixando as lágrimas rolarem. — por que você tá fazendo isso comigo? Você não me ama mais? Quem te roubou de mim? Não é justo! Você é meu!

moral of the story | chanchangOnde histórias criam vida. Descubra agora