O quarto

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Ludmilla pov.

– Obrigada delegado.

– Não se preocupe Sra. Oliveira, vamos encontrar seu filho o quanto antes, considere como um favor por ter ajudado minha mulher naquele caso. – falou sussurrando a última parte.

– Bom... obrigada novamente – sorri em sua direção.

Saí da delegacia e mandei uma mensagem para Dayane pedindo para me encontrar em uma cafeteria no centro. Eu precisava conversar, falar pra ela tudo que eu tinha instalado na garganta.

– Ludmilla... olha, sei que isso tudo é difícil e, bom, ela ter levado o Enzo é só pra conseguir o que ela quer. Pensa!

– Pensar em quê?! Ela levou o meu filho Dayane! Consegue entender isso? – eu estava louca de tão tensa, tentando descontar a minha frustração em qualquer coisa que fosse possível.

– Talvez ela esteja usando ele pra conseguir o que quer. – DJ disse divagando em pensamentos.

– E o que seria? – falei grossa.

– Talvez ela queira revelar... você de um ano atrás! – falou baixo para que só eu ouvisse – Lembra, antes do Enzo nascer você era tipo uma justiceira.

– Dayane... não.

DJ era a única pessoa que sabia disso, além da Halsey, mas depois da notícia que ela estava grávida eu parei. Eu pegava respostas assim, de um jeito meio... agrecivo. Teve algumas vezes que eu cheguei a matar, mas nunca quis isso. Eu só... exagerava. E as pessoas que fiz esse "tipo" de interrogatório não eram do bem. Eram ladrões, fugitivos da prisão e mais alguns. O único que tive satisfação em matar foi um idiota, ele era estuprador de crianças e matou cerca de 10 crianças durante o estupro.

O delegado sabia que era eu, ele só não me prendeu por eu ter ajudado a esposa dele um dia... em algo nesse estilo também, eu salvei ela de levar um tiro e agora tanto ela como o delegado me amam.

– Dayane... eu não vou ficar ouvindo essas bobagens. Eu vou procurar meu filho... e acha-lo sozinha.

Sai do lugar e fui em direção ao carro. Eu teria que ir a um lugarzinho antes de começar tudo. Halsey não iria ficar com o meu filho!

Dirigi por cerca de trinta minutos até chegar no galpão que usava antes. Por mais que ele não fosse longe da cidade ainda estava tudo como deixei. Totalmente abandonado.

Peguei algumas das coisas que deixei lá e coloquei no carro, voltei pra casa e por sorte a Brunna ainda não estava. Fui ao quartinho que sempre ficava trancado, abri e coloquei as coisas lá.

Tinha algumas armas, o mapa de toda a cidade, munições, computadores, enfim, tudo que eu precisaria.

Comecei marcando no mapa alguns dos lugares que Halsey gostava de frequentar quando ainda estava comigo. Ela não devia estar longe, Enzo não a conheçe, não sabe quem ela é, ele não iria tão longe com uma estranha ainda mais de madrugada.

Quando terminei de marcar os lugares tirei uma foto com meu celular e guardei no bolso da calça, estava quase anoitecendo e seria a hora exata pra procurar por ela, recarreguei uma das pistolas e ainda peguei munição a mais... nunca se sabe.

Saí do quartinho esquecendo de tranca-lo. Peguei o carro e saí e busca de alguma coisa. Eu só quero achar meu filho e se pra isso eu precisar voltar a ser... "justiceira", eu vou.

Brunna pov.

Cheguei em casa e nem sinal da Lud, levei minha bolsa no quarto e aproveitei pra tomar um banho. Quando saí do mesmo, reparei em uma porta meio entreaberta, óbvio que eu estranhei, ela sempre estava trancada.

Sempre fui curiosa com as coisas, por esse motivo resolvi entrar para ver o que tinha naquele quarto, não acreditei no que vi.

– Que porra é essa? – pedi pra mim mesma.

Era um quarto totalmente equipado, tinha vários computadores, alguns mostravam o mapa da cidade e os outros a foto do Enzo. Do outro lado havia alguns armarios embutidos na parede, abri um e me deparei com diversos tipos de munição para armas. Abri outra e tinha algumas... armas.

– Que lugar é esse? – eu pedia baixinho – Pra quê isso tudo? – eu fazia perguntas que não sabia responder.

Sai daquele quarto e fui à cozinha, preparei alguma coisa rápida pra comer e fui pra sala, tentando me dar uma resposta pra única pergunta que estava na minha cabeça, afinal... por quê Ludmilla teria um quarto como aquele?

Colegial - Brumilla Onde as histórias ganham vida. Descobre agora