Congratulations, Aly

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A varanda parecia o único lugar fresco daquele ambiente, então já era a quarta vez que ela havia ido para lá fora com a desculpa de se refrescar um pouco, mas a verdade é que ela apenas queria ficar longe da cliente e dos mais de 300 convidados que haviam sido chamados para o evento de comemoração do começo das gravações da serie do livro que a cliente havia escrito.

- Me disseram para vim ver se você está bem, aparentemente você tem saído muito do salão. – ela ouviu a voz que fazia companhia para ela durante todas as manhãs e se virou com um sorriso no rosto para encarar o amigo.

- Ela é I-N-S-U-P-O-R-T-Á-V-E-L! – ela disse pausadamente e entre os dentes.

- Não é tão má assim, vai. – ele estendeu uma taça de champanhe para ela que tinha junto uma rosa. – Para você, parabéns pelo sucesso.

- Obrigada, Michael. – ela abriu um sorriso e cheirou a flor, aquele tipo de gesto sempre a deixava um pouco melancólica.

- Soube que ela quer levá-la em alguns eventos, disse que você é a MELHOR AGENTE LITERÁRIA QUE EXISTE. - Michael imitou a mulher e isso arrancou uma risada de Aly.

- Você é ridículo. – ela balançou a cabeça. – Eu sou editora, não agente.

- Bom, agora você é os dois. – ele mostrou o celular para ela. – Tem uma fila de uns 3 autores loucos para serem agenciados por você.

- Podemos não falar de trabalho por hoje? – ela abaixou a mão dele. – Vamos só aproveitar isso até a hora que não for mal educado ir embora.

- Quinze minutos.

- OBRIGADA! – ela suspirou aliviada. – Mas eu ainda vou ter que me despedir dela. – Aly fez uma careta e tomou de um gole só o champanhe.

- Não seja tão chata. – Michael deu um beijo na bochecha dela. – Aproveite, a noite também é sua, comemore. – ele piscou para ela. – Eu preciso voltar para dentro, se precisar de algo...

-...é, eu sei. – ela fez uma careta e o viu entrar novamente no salão.

Aly virou para a vista da cidade, faziam quatro anos que ela morava ali e durante todo esse tempo a vida dela havia mudado completamente, ela sabia que para melhor, mas as vezes sentia falta do apartamento que dividia com Jane e, principalmente, da amiga.

- Você estaria orgulhosa de mim hoje! – ela falou sozinha.

- Eu estou. – ela ouviu uma voz que conhecia bem, mas que fazia alguns anos que não ouvia e, simplesmente, congelou. – Aly?

- O-oi. – ela se virou e deu de cara com Sebastian.

- Eu vim te dar os parabéns, mas parece que alguém já fez isso. – ele mostrou a rosa na mão dele e parecia um pouco chateado.

- Michael. – ela levantou a rosa. – Mas eu tenho certeza que foi a Lori, ela tem esse jeito todo de ser atenciosa.

- Lori?

- A namorada do Michael.

- Ah, explicado. – ele se aproximou e entregou a rosa para ela. – Aceita essa?

- Claro, muito gentil da sua parte. – ela cheirou a rosa, por algum motivo, era mais cheirosa que a de Michael.

- Bom, parabéns novamente. Você é um sucesso.

- Não eu, a autora, por favor.

- Você está linda. – ele soltou de uma vez e a viu ficar corada, ele sempre teria esse poder sobre ela.

- O que você está fazendo aqui, Sebastian? Achei que tivesse sido clara naquele final de semana que eu não queria nada com você.

- Foi sim e eu respeitei isso. – embora não quisesse, ele não era um babaca. – É que... – ele ficou um tanto sem graça. - ...eu vou ser ator no filme...eeee. – ele disse sem graça.

- Isso é sério? - ela não pareceu nada contente.

- Vamos trabalhar juntos, Aly. Ou quase isso.

- Que porra, Sebastian. – ela bufou e revirou os olhos.

- Nossa, me desculpe. – ele se afastou dela, havia ficado realmente chateado. – Se serve de consolo, eu só soube quando cheguei aqui.

- Foi mal. – ela olhou para ele. – Eu não estou tendo o dia mais fácil do mundo.

- Tudo bem. Eu nem ia te falar nada, mas achei melhor do que você ter uma surpresa.

- Está certo. – ela suspirou. – Mas só porque é bonito que eu vou aceitar.

- Sempre posso jogar minha beleza contra você, não é?

- Dependendo da lua não funciona, como aquele final de semana na Grécia. – ela brincou com ele.

- Droga, eu sabia que devia ter escolhido um final de semana antes. – ele completou a brincadeira. – Eu sei que provavelmente vou receber um não, mas você não aceitaria tomar um café da manhã comigo amanhã?

- Depende, eu vou poder ir normal ou preciso ir como se estivesse indo visitar a rainha? – aquele pedido dele a fez voltar para o dia em que os dois tomaram café da manhã juntos com ela extremamente arrumada, ela não aceitaria em um dia normal, mas aquele pedido a fez ter vontade de reviver um pouco o passado.

- Você vai aceitar? – ele se espantou, a última vez que eles se viram, ela parecia extremamente magoada e o acabou deixando de coração partido.

- Talvez eu aceite.

- Então você deve me fazer uma surpresa. – ele piscou para ela com um olho só. – Me mande seu endereço que eu te mando um carro.

- Não podemos nos encontrar como pessoas normais?

- Não. – ele colocou a mão no bolso. – Acho que você esqueceu de cumprir algumas cláusulas do nosso antigo contrato e eu estou a fim de cobrá-las. – ele se virou. – Ate amanhã, Aly.

Ele não esperou ela dizer nada para sumir salão a dentro. Aly sabia que na situação que estava, talvez, não pudesse fazer aquele tipo de coisa, mas ela queria muito voltar aquele tempo e, principalmente, a aqueles dias em que ela se apaixonava lentamente por Sebastian.

As It Was II Sebastian StanWhere stories live. Discover now