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[Harry POV]

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[Harry POV]

A dor latejante em minha cabeça faz com que eu demore mais do que o necessário para abrir os meus olhos.

Droga! Eu havia prometido a mim mesmo que nunca mais beberia tanto a ponto de ter uma ressaca que me fizesse sentir vontade de morrer no outro dia. Bem, pelo jeito não a cumpri.

Ainda com os olhos semicerrados bocejo enquanto abro lentamente os meus braços para me alongar, logo sendo impedido por uma dor intensa em meus músculos. Definitivamente sinto como se tivesse sido atingido por um carro em movimento.

Sento com dificuldade e descanso as costas na cabeceira da cama soltando um longo e doloroso gemido. Com a mente nublada e uma fraqueza fora do comum, foco minha atenção nas paredes escuras do quarto desconhecido e, quando finalmente percebo que não tenho a menor ideia de onde estou, tento desesperadamente buscar em minha consciência alguma lembrança que possa me ajudar a entender o que aconteceu comigo.

— Enfim acordou, por um momento pensei que estivesse em coma. – A voz profunda vinda de um dos cantos do cômodo me assusta.

Com um sobressalto levo as duas mãos ao peito tentando acalmar o meu coração ao que desvio os meus olhos procurando pelo dono da voz.

A figura imponente de um homem com feições sérias se aproxima da cama de onde eu estou, noto que ele tem suas mãos escondidas atrás das costas e não sei explicar o motivo disso me deixar tão apreensivo. Os olhos azuis me observam atentamente de uma maneira fria e analítica me fazendo tremer como um pinscher assustado.

O meu coração acelera com a vaga sensação de que já o vi em algum lugar e se minha memória não estiver me pregando uma peça, não foi em um bom momento.

Será que estou ficando maluco?

— E-eu te conheço? – Gaguejo desejando que a resposta seja negativa.

— Não me conhece, mas já me viu antes – o desconhecido afirma sem demonstrar qualquer tipo de emoção. — Apenas me diga do que você lembra. – Manda autoritário.

Engulo a saliva com dificuldade e descanso a cabeça na cabeceira da cama tentando ao máximo trazer à tona minhas memórias. Mesmo com os meus olhos fechados posso sentir o olhar dele sobre mim aguardando pela minha resposta e sinceramente tenho vontade de fazer uma careta, mas não tenho certeza se isso seria uma boa ideia.

— Eu estava em uma floresta escura – digo a primeira imagem que me vem à mente. — Eu sentia medo, queria gritar e pedir ajuda porém da minha garganta saiam apenas sussurros.

Conforme flashs do acontecido voltam, sinto um leve pânico tomar conta de mim e pequenas lágrimas encherem os meus olhos. Respiro fundo na tentativa de me acalmar um pouco antes de continuar, afinal o homem à minha frente permanece em silêncio.

— Lembro que chovia bastante, os estrondos altos me assustavam. Tentei correr mas minhas pernas não obedeciam – um soluço choroso escapa dos meus lábios trêmulos. — Havia um homem comigo, vestido de preto e que me mandava obedecê-lo, sua voz de comando me forçava a fazer tudo o que ele dizia e eu não sei como ele conseguia fazer aquilo. Era praticamente impossível me livrar dele mesmo eu lutando para resistir.

 Penumbra - l.s Donde viven las historias. Descúbrelo ahora