Se a minha faculdade de raciocínio
Um dia parar
Desliguem
Não me castiguem
Por permitir que o meu coração
Se mantenha nesse mundo malNas minhas veias não correram sangue
Joguem-as fora
Vou parar de respirar
Desliguem
Entreguem meus pulmões
Comigo eles não vão funcionarTirem-me as cordas vocais
Se hoje eu não falei
Desliguem
Não será no âmbito de morte
Que conseguirei gritarMeus rins não me purificarão
Desliguem
Deem-o
A quem consiga se embriagarOs meus olhos fechem
Tendo a única visão dos que deixei
Aqui ficarO meu coração a tempos parou de bater
Desliguem
Permitam que o grande vazio desse peito seja preenchido
A geleira que tanto persistiu na minha carne penetrar
Que alguém o ganhe, sem devoluções, talvez ele volte a funcionar
E que cuide melhor do que um dia fui capaz de cuidarEu prefiro que o meu corpo viva
Em outras pessoas
Mas que a minha cabeça morra
É a única que tenho comigo.
enquanto ainda possuo para rimar.
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Não me basta rótulos
PoetryStatus : Aberto a qualquer pensamento poético que consiga me conquistar Esse livro diz um pouco sobre a minha perspectiva sobre os rótulos impostos, pq tudo tem que ser denominado e marcado? E a resposta sempre tão definida em qualquer questão? Um...