9. Intergaláctico

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Venti negou. Balançou a cabeça freneticamente para sinalizar um não garantido e certeiro.

"Valeu, fica pra próxima. Aether está lá e ele me odeia, vai ficar uma situação feia, sabe?"

"Venti, o apartamento é meu e não do Aether. Eu te quero lá." o Yaksha respondeu e viu a careta se formar no rosto do outro. "Você está sendo antipático."

"Antipático nada. A culpa é do seu namorado, eu tentei fazer as pazes com ele, mesmo não sabendo no que errei, mas mesmo assim ele continuou e se afastou ainda mais de mim. Estou surpreso que ele não tenha te proibido de vir me ver." apontou-lhe o dedo.

Xiao revirou os olhos e parou a caminhada. Sempre que chegavam nesse assunto, se desentendiam. E de certa forma, Venti estava realmente certo; Aether ficou bravo quando disse que se encontraria com Venti.

Queria que ambos se resolvessem. O seu coração se apertava, não podia escolher entre uma futura amizade que seria incrível ou um futuro relacionamento cheio de apoio e paixão. Gostaria dos dois ao seu lado.

"Agora eu vou indo, te mando uma mensagem mais tarde." Venti continuou, virando-se para direção contrária. Suas sobrancelhas ergueram-se e deixou escapar um suspiro surpreso. "Olha, falando no diabo amarelo. Ele está te procurando." apontou.

Xiao se virou também, surpreendendo-se igualmente. Aether caminhava de longe, olhando de um lado para o outro, como se estivesse procurando alguém. O loiro parou quando seus olhares se encontraram. Com um sorriso no rosto, sinalizou para Xiao ir até ele.

"Será que ele estava nos seguindo todo esse tempo ou só foi agora, no finalzinho? Bem, que seja, eu não me importo" Venti balançou os ombros, afastando-se. Só parou no meio do caminho para olhá-lo antes de partir. "Ei, Xiao, não deixe o Aether quebrar seu coração, tá? Eu sei que você é forte."

Com um aceno de cabeça, se despediram alí mesmo.

Não foram necessárias palavras quando Xiao se aproximou do loiro, bastando apenas um balançar e um sorriso no rosto para tranquilizá-lo, indicando de forma silenciosa que o passeio com seu novo amigo, Venti, teria sido um sucesso e que estava contente com isso. Andaram juntos em silêncio na direção do carro.

Aether alcançou sua chaves do casaco, destrancando as portas do veículo, não tomando muito tempo a não ser se sentar no banco do motorista. Xiao lhe fez companhia no banco do lado.

Durante o trajeto, colocaram algumas músicas do seus gostos musicais, questionando como o cantor poderia ter composto algo que virou um som extraordinário. Revelaram mais uma de suas indiferenças; Aether gostava mais de música eletrônica, e às vezes intercalava com uns ritmos mais clássicos - já que desde pequeno foi influenciado por seu pai a ouvir esses tipos de som - e Xiao tinha um gosto maior por música pop. Confessou que a maioria das músicas que escutava durante o banho ou até mesmo antes de dormir, não fazia a menor ideia da tradução. O que lhe encantava mesmo era o ritmo musical delas. Uma hora era triste, outra feliz, assim como duas emoções.

"E cantar alguma delas, você sabe?" Aether perguntou, tentando não tirar o foco da estrada. Tinha uma de suas mãos na coxa do Yaksha e a outra no volante.

Xiao sentiu a garganta fechar e seu coração disparar. Não conseguiu evitar de levar seus pensamentos para a época da escola, no dia da apresentação dos pais, no qual cada aluno teria seu minuto no microfone, cantando a música que tinham ensaiado a meses.

Naquele dia tudo teria ocorrido bem caso seus pais tivessem comparecido à apresentação. Ou até seus avós, não importava quem, eles só tinham a obrigação de ir igual os pais das outras milhares crianças daquela escola. E se, talvez não chorasse quando fosse sua vez de cantar, não iria ser xingado pelos corredores e ser taxado como "o bebê chorão do sexto ano".

12 Motivos [XIAOETHER]Where stories live. Discover now