Tomamos café da manhã juntos, conversando sobre as atividades extra curriculares, as inscrições acabam no próximo mês, e não decidi qual me inscrever.

Natação? Nem pensar.

Saltos? Fora de cogitação.

Corrida? Já percebemos que tenho fôlego de uma idosa, não rola.

Eu posso ver as opções e a que mais me agradar e parecer fácil eu me inscrevo.

Assim que chego em casa sou recepcionada por Paula e seu sorriso caloroso.

— Imagino que já tenha tomado café então deixei seu uniforme em cima da sua cama. – Paula diz gentilmente.

— Obrigada Paula. – Digo ao subir as escadas mas paro após subir apenas dois degraus. — Paula, minha saia está na gaveta?

— Está, você disse que não usa por isso a deixei guardada na última gaveta.

— Obrigada.

Subo as escadas, logo chegando ao meu quarto, procuro pela peça.  Quando a acho, a encaro, lembrando do que Josh me disse. O quê ele quer com tudo isso?

Deixo isso pra lá, logo indo tomar um banho rápido, visto uma blusa preta e a saia, coloco um casaco por cima pois está um tanto frio e pego minhas coisas.

Quando retorno a casa de Josh o espero do lado de fora, em poucos minutos a garagem de sua casa é aberta e seu carro sai da mesma, assim que a janela do motorista se abre Josh me olha dos pés a cabeça e um calor me percorre.

— Está satisfeito?

— Muito.

— Eu não entendi o que você quer com tudo isso.

— Você vai entender, entre ou vamos nos atrasar.

No caminho fomos conversando sobre coisas banais, conversamos sobre o que fazer em seu aniversário mas deixei pra lá ou acabaríamos discutindo. Eu sei que Josh tem um certo trauma do seu aniversário mas ele precisa saber que estou aqui, e que se for necessário, compramos um pequeno bolo e uma vela, só para celebrar seu aniversário.

Josh é um cara que tem traumas, Josh não tem a atenção do pai, seus aniversários sempre são comemorados com seu irmão mais velho, o seu irmão caçula e sua mãe.

Quero que esse aniversário seja diferente, vi que já passou alguns aniversários trancado em seu quarto, pois era obrigada lhe parabenizar e ele só saia do seu quarto para nos receber e depois voltava.

Sei disso por ver as luzes do seu quarto acesas quando olhava pra sua janela. Sabia que um pouco da sua mania de me irritar era para ter atenção, tendo isso, ele se sentia bem.

Assim que chegamos a universidade, Josh estaciona na vaga de sempre, deixando seu carro na primeira vaga do estacionamento. Não é privativa mas como ela está sempre vazia, Josh sempre estaciona na mesma vaga, desde que tirou a carteira de motorista e começou a vir para a escola com seu carro.

No trajeto até a sala, olhares caíram sobre mim, me senti desconfortável mas tudo pareceu sumir quando Josh beijou minha cabeça, me passando tranquilidade.

Quando chegamos a minha sala Josh se despedi com um selinho longo, sorrindo ao se afastar, seguindo até sua sala. Estaremos juntos na última aula, filosofía sempre no final, pra acabar com o dia de alguém. Adentro a sala de biologia e procuro por Sina, que me olha surpresa.

— Nem vem, não vou saber explicar o motivo de ter vindo com isso. – Aponto para a peça de roupa em meu corpo.

— Eu não disse nada. – Se defendi.

— Mas pensou...

— Você me conhece tão bem. Ele pediu não foi?

— Como você sabe?

— Sabendo... – A mesma sorri, brincando com sua caneta.

— Sina...

— Você vai descobrir.

— Como você sabe o motivo?

— Noah já pediu pra mim vir de saia para a faculdade.

— Qual o motivo?

— Você vai descobrir...

— Sina Deinert!

— Não vou dizer, estragaria a mágica.

— Odeio você.

— Você vai me agradecer depois por não ter dito nada. Descobrir por si mesma deixa a situação mais... excitante.

Bufo, me sentando ao seu lado, pegando meu livro e logo o professor começa a aula, falando baboseiras antes do assunto realmente interessante.

Hurts so goodWhere stories live. Discover now