Capítulo 52

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Não é ele

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Não é ele.

Não pode ser ele.

Ou será que pode?

Quando vi a direção para onde Mark olhava, meu sangue gelou e achei que fosse desmaiar ali mesmo.

Havia muita gente, não consegui ver direito sobre tantas cabeças. Não tinha como ter certeza.

Mas Mark é alto, ele com certeza conseguia. Só o vi dar esse molhar mortal umas duas ou três vezes, e sempre para a mesma pessoa. Era ele, tinha que ser.

Mas e se não fosse? Eu preocuparia Zack à toa? Acabaria com a festa dele por ser uma maldita covarde? Já fazem 7 anos, claro que não era ele.

O grupo de rapazes que havia chegado desapareceu tão rápido quanto surgiu, e a conversa continuou fluindo no nosso próprio grupo. As garotas estavam tagarelando, mas os meninos... Os quatro estavam atentos, sentindo a tensão que Mark ainda emanava. Como uma unidade de combate, um sempre sabia que havia algo errado com o outro. E, a julgar pela veia saltada no pescoço do Mark, ele estava prestes a explodir. Seus amigos sentiam isso.

Com Zack era ainda pior, pois além de sentir a tensão do amigo, havia a minha própria.

Não queria que a primeira festa à qual eu realmente queria ir terminasse assim, então sacudi a poeira e disse para Maggie:

- Ei, você ouviu o novo single do Michele Morrone?

Ela fica toda empolgada e desatamos a conversar sobre o astro e o filme quente que ele estrelou. Até Angel e Camille se envolvem na conversa.

Os meninos conversam entre si, mas não consigo discernir muita coisa por conta do barulho alto da música. Apenas sinto o braço de Zack descansando confortavelmente em volta do meu pescoço.

Nada mais importa.

[...]

A festa está muito doida.

Nunca pensei que essas coisas aconteciam nas festas que o Mark e o pessoal dele frequentavam. É sério, tipo, pra todo lugar que eu olho tem alguém se pegando, ou fumando maconha, ou bebendo, ou todas as opções anteriores.

Nosso grupo está em uma área que está relativamente mais calma, mas quando fui ao banheiro com as meninas passamos por lugares que estavam escuros e fedendo à fumaça.

Acabamos de voltar de uma dessas áreas, quase nos sentando novamente - Angel e Maggie já alcançaram seus namorados, enquanto Cam, Alice e eu ainda tentamos contornar um grupo que atravessou nosso caminho, quando uma voz atrás de mim me faz congelar.

- Ellen Woods! - Ele fala lentamente, como se estivesse saboreando meu nome. - Que surpresa agradável.

Meu coração dispara. Minhas mãos estão suadas. Começo a hiperventilar. Mas não consigo impedir meu corpo de se virar tão lentamente quanto as palavras que ele pronunciou se ecoam em meus ouvidos.

Assim que me viro, dou de cara com aqueles olhos escuros me encarando de cima a baixo. Ele dá um sorriso predatório, e um passo em minha direção. Recuo no mesmo instante.

- O que está fazendo aqui? - Pergunto, com a voz fraca.

- Bom, eu vim a negócios, se é que me entende. - Ele sorri de lado, e imediatamente percebo que está se referindo à drogas. - Por alguns momentos pensei em não vir, mas ainda bem que fui nas redes sociais do seu mais recente namorado e vi que vocês viriam. - Dá de ombros, rindo. - Por isso, aqui estou eu.

Estou gelada. Tonta. Acho que vou desmaiar.

Não respondo, apenas me viro e começo a me afastar, mas ele me impede, segurando meu braço com a mão tatuada. Não consigo me impedir de seguir os desenhos que sobem pelo braço torneado, e sem querer acabo olhando em seus olhos. Várias lembranças me invadem, e luto contra as lágrimas.

- Você tá gostosa, Ellen... - Ele observa meu corpo inteiro. - Nem parece a Ellen de antigamente.

Onde ele quer chegar com isso tudo?

Seu corpo se aproxima um pouco mais do meu, e começo a sentir um pouco de medo do que ele pode fazer, mas não consigo me mover, o medo de tudo me deixa bloqueada no lugar.

Ele abre aquele sorriso predatório novamente enquanto aproxima o rosto do meu, e um pensamento me atravessa: Regra número 1. Zack não o conhece, não sabe quem ele é e o que ele fez. Se ver essa cena, vai achar que estou o traindo, e isso é inconcebível.

Junto toda a força que há em mim e empurro o peito dele, mas ele nem se move, apenas ri e segura minha cintura com a outra mão, sem soltar meu braço.

Sei que estamos próximos da mesa dos meus amigos, então reuno minha raiva e soco seu peito, enquanto grito:

- ME SOLTA, TYLER!

Bad boy | Livro 5 - Rule number 3Where stories live. Discover now