35. Lobo em Pele de Cordeiro

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Sorri de lado, sem desviar meus olhos do horizonte.

— Você já me comeu, Harry. Não precisa me bajular para ter de novo — zombei, dessa vez encarando seus olhos e ele riu.

— Eu sou um homem das antigas, querido Tomlinson. Já estava me preparando para formar nossa refeição. — Entrou na brincadeira, e como eu, saiu da cama totalmente nu e sem pudor nenhum.

As tatuagens contemplavam seu braço e a serpente me devorava. Harry bagunçou os cabelos, e eu tentei evitar encarar seu pau e o piercing antes que me animasse novamente.

— Já preparei nosso café da manhã — avisei a ele que ergueu as sobrancelhas, duvidoso. — Eu!

Ele destilou um sorriso preguiçoso, caminhando até mim e pegando meu cigarro das mãos e tragando profundamente, sem expelir a fumaça quando seus lábios encontraram os meus e enfim, ele soltou na minha boca. Puxei o que tinha da sua boca, nem ligando para o hálito matinal e chupei sua língua.

— Bom dia, Louis — saudou com a voz rouca, sentando na minha frente no pequeno parapeito.

— Bom dia, Harry — cumprimentei educadamente.

— Estou considerando realmente te comer agora — expôs sem papas na língua, me deixando surpreso. Ele costumava ser assim só na cama. — Você está tão fodidamente gostoso com as minhas marcas e fumando assim.

— Sua oportunidade foi concedida ontem. Você que pensou demais.

— Não queria te fazer lutar mancando — alfinetou e eu ergui as sobrancelhas, em desafio.

— Não subestime a minha resistência, Styles. Aguentaria você e mais um ao mesmo tempo. — E eu não estava mentindo.

O tanto de orgia e swing que eu já tinha participado que chegava a ser divertido que ele achasse que eu era uma espécie de virgem que teve o primeiro contato com sexo bruto agora.

— Talvez a ideia de eu te comendo enquanto alguém fode sua boca maldita não seja tão ruim quanto eu pensava — sorriu sacana e eu me arrepiei.

Ele sabia me levar no papo sujo dele, e a parte mais importante de Harry, era que ele não destilava putaria o tempo todo de forma deliberada. Ele tinha seus momentos oportunos, o que tornava tão mais intenso quando ele dizia porque eu sabia que poderia demorar a vir outra vez.

— Tudo é questão de perspectiva — dei de ombros, tragando mais um pouco e soltando a fumaça em seu rosto. — Eu não aceitaria dividir você.

Ele franziu o cenho, confuso.

— Logo você? A pessoa mais liberal do universo?

— Você é meu, Harry — ditei com a voz de ômega, pouco me fodendo pelo tom possessivo. — Não tem como fugir disso.

Tentei ignorar o início de ereção que ele começou a ter ao ouvir a minha voz e a tentativa mal sucedida de esconder o sorriso.

— Não confunda posse com paixão, Styles — afirmei friamente e o alfa me encarou de forma intensa. — Já te disse que não sou capaz de sentir tais coisas.

— Você quer que eu seja só seu quando nem pode prometer que consegue me retribuir romanticamente de volta?

Dei de ombros, encarando a janela de novo.

— É o que eu posso te oferecer. — Traguei quase a bituca já, sentindo o gosto mais forte e amargo na língua. — E eu não quero que você seja meu. Você já é.

— Quando isso aconteceu? — Ele parecia genuinamente confuso com a minha imposição. Até ontem, ele achava que eu ao menos me importava se ele ficasse com outra pessoa. — Me perdi.

Viúva Negra | L.SOnde as histórias ganham vida. Descobre agora