- Tranquem esse filho da mãe no quarto e o deixem por três dias sem comida nem água e nem mesmo limpem seus ferimentos. - Arlen diz se levantando e limpando as mãos em sua blusa, Aurean levanta o elfo bruscamente e ficou parado olhando para mim.

- Pegue a chave porra. - Arregalo os olhos e corro para pegar o molho de chaves com as mãos trêmulas e calejadas.

Ele me leva até o quarto de maçaneta marrom e eu demoro um pouco para destrancar e conseguir empurrar a porta, é nada mais nada menos que um cômodo vazio, empoeirado e manchado de sangue sem nenhuma ventilação.

- Entra aí. - ele empurra o elfo para dentro com força.

O elfo permanece em silêncio e claramente assustado.

- Pode trancar. - Aurean me diz, mesmo trêmula eu tranco a porta e me afasto lentamente e em silêncio da porta mantendo a cabeça baixa e não olhando diretamente para ele - Você está bem?

Apenas concordo com a cabeça discretamente.

- Olhe para mim. - obedeci em silêncio, é fácil desafiar Arlen mas eu nunca sonharia em desafiar Aurean.

Ao olhar para ele senti uma dor forte no coração, ele se parece tanto com Ronan, Celestia e Athanasi, ele chegou mais perto do meu rosto e seu hálito gélido beijou meu rosto.

- Você está trêmula. - ele diz com uma voz acolhedora - Está com medo?

Concordo unicamente com a cabeça.

- Não precisa ficar assustada - Sua voz é estranhamente acolhedora o que acabou me fazendo chorar - Não chore.

Ele fez algo para o qual eu não estava preparada, ele me abraçou... ele me abraçou, um abraço longo e demorado.

- Está melhor agora? - concordo novamente com a cabeça em seu peito - Ótimo. Agora não abra a porta e vai ficar tudo bem.

- Vocês vão matá-lo?- luto contra as lágrimas.

- Sim, mas ele merece. - ele sussura em seus cabelos.

- Ninguém merece morrer, por mais cruel que essa pessoa seja.

- Admiro isso em você Talia, você tem compaixão isso é algo com o que eu apenas sonho. - olho fundo em seus olhos, seus olhos azuis claro brilharam quando ele se inclinou e me beijou.

Fechei os olhos e deixei aquela sensação percorrer em meu corpo, cada movimento de sua língua fazia com que meu corpo recebesse choques elétricos que me deixaram a mercer dele. Sua língua percorreu minha boca com desejo puro e carnal enquanto sua mão percorria minhas costas e a outra segurava meus cabelos em um rabo de cavalo que ele fazia questão de dar longos puxões.

Ele para de repente, eu estava ofegante e por incrível que pareça eu não sentia mais medo, nem dele nem de Arlen, ele se afastou e eu me escorei na porta e observei ele sair.

E naquele momento senti que teria que fazer algo pelo bem desse lugar escuro e nojento segurei a chave e abri a porta, o elfo me olhou assustado e com medo. Me ajoelhei ao seu lado e falei com uma voz suave.

- Eu vou te tirar daqui.

- Não posso sair, eles vão me matar muito pior se eu fugir. - ele diz tremendo.

- Não vão, siga pela floresta por um caminho chamado ilha das bruxas brancas lá você vai chegar a um rio, siga o rio até Cadaman.

- Se sabe tanto sobre isso, por que não fugiu?

- Porque eu não posso. - eu só não posso... - Quer fugir?

- Sim, por favor. - ele me pediu.


                           《♤》

- Onde ele está? - Arlen berrou.

- Ele fugiu Arlen. - Caliandra diz.

- Como? - Arlen esbravejou novamente.

- Alguém abriu a porta. - Kota disse.

Arlen massageou as têmporas com os dedos indicadores.

- Eu dei instruções claras não dei? - ele gritou.

- Não podia deixa-lo morrer. - Gritei de volta.

- Você sabe quem ele é? - fiquei em silêncio - Aquele canalha é um sanguinário, ele mata por prazer. E mata crianças, arranca seus corações e os coloca em um pote como um troféu.

- Arlen se acalme. - Aurean pede.

- Vá pro inferno Aurean. - ele grita e depois se volta para mim - Você vai ajudar a capturar ele outra vez.

Eu estava com tanto ódio daquele elfo, como ele ousava matar pobres crianças?

- Ajudarei e melhor ainda, eu mesma irei matá-lo. - digo e um sorriso malicioso se abre no rosto de Arlen.

A BATALHA FINALOnde histórias criam vida. Descubra agora