CAPÍTULO IV

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Os dias eram longos e torturante, cada dia que se passava eu perdia mais a fé e a esperança me tornando uma pessoa fria, não sentia nada, absolutamente nada.

Minha rotina era simples: acordava às cinco da manhã, fazia o café da manhã para todos, depois que todos comiam Arlen me autorizava a preparar algo para comer, depois que todos saiam para "trabalhar" eu limpava toda a casa, cuidava do jardim, tirava a poeira e guardava o que estava fora do lugar, logo após preparo o almoço e quando eles chegam me entregam as coisas sujas para que eu lave e deixe para Aurean afiar e polir, quando todos terminam de comer Arlen trás um prato para mim e geralmente fica me observando comer em silêncio e sem fazer nenhuma pergunta.

- Não vou fugir seu imbecil. - digo enquanto como um pedaço da coxa de frango.

Ele permaneceu em silêncio me observando.

- Se vai ficar aqui pelo menos fale algo, vou ficar maluca se continuar sem falar com ninguém.

- Você pode falar com quem você quiser e quando você quiser. É você que se priva disso. - ele diz com uma voz felina e mortal.

- O que pretende fazer exatamente comigo? - digo colocando o prato de lado em uma pedra, o barulho do rio era o único som que ouvi por um longo tempo.

- Eu tenho um lugar para você na guilda...

- Não. - o interrompo, ele mão fica nada feliz.

- A sua vaga nunca será preenchida, saiba disso princesa. - ele brinca com a água.

- Quero que me leve de volta para Milo. - digo em alto e bom tom, ela não esboça nenhuma expressa apenad diz com um tom de voz casual.

- Eu lhe fiz um favor ao tira-la daquele inferno e você ainda quer voltar para lá?

- Sim, eu quero. Eu quero voltar para o meu noivo, para meus amigos, para minha casa. - digo com a voz embargada.

- Celestia e Athanasi tudo bem, mas Ronan? - ele arregala os belos olhos cor de carmim - Ele é um monstro, um lobo em pele de cordeiro.

- Não... você não o conhece como eu conheço.

- Você que não o conhece. Onde ele estava na tempestade do navio? Como aquele colar foi parar no seu quarto? Como ele ganhou aquela cicatriz? Pense Talia, pense. Você não é estúpida, pense. - eu não queria aceitar o meu raciocínio, seu tom de voz se suaviza - Eu sei que é difícil, eu sei que dói, mas quero que saiba que se você quiser eu o mato por você.

- Não. - digo baixinho - Ele pode até ter me traído, mas eu ainda o amo.

Ele abre a boca para falar mas Aurean surge as margens do rio chamando a nós dois. Eu preferia ter ficado no rio pois não estava preparada para o que eu veria.

Um elfo ajoelhado, todo ensangüentado, espancado e mutilado, mas fiquei feliz por não ter vomitado. Arlen já chegou socando o rosto do elfo enquanto ele gritava de dor e os outros assassinos apenas assistiam sem fazer absolutamente nada além de sentar e assistir. Olhei para Caliandra que sustentava um olhar apático e frio e um sorriso perverso nos lábios, Arlen continuava a bater no elfo enquanto Aurean curava os ferimentos para abri-los novamente mais tarde.

- Piedade. Piedade. Piedade. Piedade. - o elfo pedia sem parar, mas piedade não era algo que eles possuíam.

- Quantos antes não imploraram isso também a você? - Arlen diz com a voz tão dura quanto pedra.

Os olhos cor de âmbar do elfo tremeram de temor ao ouvir as palavras dele, e eu me estremeci também, como alguém consegue ser tão frio e insensível.

A BATALHA FINALOnde as histórias ganham vida. Descobre agora