– Não se preocupe, já cuidamos dela, ela e sua neném estão bem – respondeu calmo sem se tocar na forma como a loira ficou paralisada na sua frente.

– O q-que disse? – perguntou atônita e coração disparado, ela ouviu direto ou aquele cara estava falando que ela teria uma menina?

– Que elas estão bem! – respondeu novamente, sim ela ouviu direito, Santa deusa! – Fizemos um ultrassom para verificar o bebê, e aparentemente não há nada de errado com a saúde delas, mãe e filha são saudáveis, mas Catra chegou aqui com os batimentos cardíacos acima do limite e quase desmaiada, tivemos que seda-lá para evitar um colapso de pressão alta e ataque cardíaco – e lá estava Adora engolindo seco novamente só de imaginar tal coisa – Fizemos alguns exames de urgência e logo sairão os resultados, assim que sair retornarei e falarei com vocês, por hora vamos mantê-la aqui apenas por monitorização,você pode acompanhar no quarto até lá, mas ela ainda está meio sonolenta. Volto mais tarde com os resultados.

Adora assentiu e esperou o mesmo se retirar, assim que ele se foi, entrou no quarto devagar analisando o local e depois cravando os olhos em Catra, que parecia estar dormindo, um avental de hospital, soro na veia, e um aparelho no dedo monitorando seus batimentos cardíacos com o bip tocando regular. Se aproximou e a encarou serena, ficando ao seu lado na maca, quando as íris coloridas se abriram e a detectaram não pode deixar de sentir certo alívio.

– Hey Adora – Catra falou rouca e piscando os olhos.

– Hey... – suspirou mais calma, sorriu com o canto da boca, mas ainda sim preocupada – O que aconteceu?

– Acho que passei mal – respondeu com a voz arrastada como a de um bêbado, Adora concluiu que fosse pelo sedativo e apenas assentiu.

O silêncio se instalou por um momento apenas o bip do aparelho de monitorização soando alto, Catra a olhava e piscava lentamente pelo cansaço e sono, seu peito subia e descia rapidamente e de repente o bip do monitor começou a soar mais rápido e olha para a janela ficou mais interessante.

– Eu não sou dona da Horda! – disse quase como uma confissão então Adora finalmente entendeu do que aquilo se tratava, não podia evitar seu próprio coração dilacerar no peito, culpa era sua culpa – A-aquele lugar, não é meu...

– Catra... – sentou-se na maca e tentou ser o mais calma possível – Não pense nisso agora okay, tem que descansar.

– Eu não sou dona da Horda – repetiu, e virou o rosto para encarar a loira, os olhos bicolores marejados com lágrimas de raiva e dor e mais uma vez a culpa lhe atingiu.

– Eu acredito, eu acredito em você Catra – tentou alcançar a mão dela, mas ela desviou a depositando no ventre e virando o rosto novamente.

– Eu tentei derrubar aquele lugar, juro que tentei – engoliu o nó na garganta – Mas não consegui sozinha, eu sempre estive sozinha.

– Você não tá mais sozinha, Catra...

– Então por que sinto como estivesse? – uma lágrima teimosa caiu na lateral de seus olhos.

– Mas não está! – se aproximou mais e envolveu o rosto dela nas mãos fazendo-a encarar a verdade em seus olhos – Não está.

Catra fechou os olhos e suspirou o toque quente da outra sempre a fazia se acalmar. Quando Adora saiu naquela manhã sentiu o peso das palavras dela, e não pode aguentar o desapontamento que exalava de seus lindos olhos azuis. Quando ela bateu a porta e saiu para trabalhar, o vazio lhe tomou e a sensação de estar sozinha lhe arrebatou, afinal, sempre esteve! Por que seria diferente agora? Por mais que tentasse superar seu passado sempre vinha esfregar em sua cara que não era digna de coisas como estás, não era uma boa persona para Adora, e pior de tudo nunca seria uma boa mãe para bebê nenhum, Shadow Weaver como sempre tinha razão e quando por fim a ficha caiu ao pensar no bebê, a ansiedade escalou por sua garganta e seu coração comprimiu-se no peito e o mal estar a atingiu, quando viu já estava a caminho do hospital e a única coisa que pedia internamente naquele momento era que nada acontecesse com seu bebê, não aguentaria ser culpada por ter causado qualquer mal a ele. Acalmando-se somente depois do médico lhe dar certeza de que o bebê estava bem. Sentiu a outra se afastar, então abriu os olhos novamente e segurou pelo seu punho.

ACCIDENTAL (G!P) (CATRADORA)Where stories live. Discover now