Adora sorriu, não podia acreditar que Catra era assim, sempre dizendo que não se importava, mas era a primeira a aprender e aplicar tudo que aprendia sobre as aulas de maternidade. Era maravilhoso observar como aos pouquinhos ela ia se abrindo sem saber, seria a melhor mãe para seu bebê, tinha certeza disso. Ponderava sobre como abordaria o tema que tinham que expor, sabia que Catra desviaria do assunto, deu o espaço que a gata queria, por mais que seu interior gritasse para não deixá-la ir no dia interior, mas se quisesse ter algo verdadeiro com ela, teriam que deixar todas as cartas na mesa, então apenas passou seu domingo pensando em tudo que faria, enquanto a híbrida passava o dia com Scorpia. Claramente, Catra ainda estava a evitando, mas precisa tentar um meio de comunicação.

– Catra... – a chamou e a outra sequer se mexeu – Você sabe que temos que conversar algumas coisas.

– Temos? – respondeu sem abrir os olhos.

– Temos! – afirmou seriamente, fazendo-a sentir os pelos da nuca se eriçarem e abrir os olhos, para encará-la. Adora estava com uma expressão séria o que a fez engolir seco.

– Adora, eu não...

– Você não quer falar sobre a Horda, eu sei! – se adiantou a calando – Mas isso não anula o fato de que você também foi criada pela Senhorita S.

– Aquela mulher não me criou – rosnou se levantando.

– Você disse que não foi adota, Catra... – bradou de onde estava – Você disse que não foi adotada até o Prime pegar a sua guarda, então não venha me dizer que não teve contato com a Senhorita S. Sendo que sua história é praticamente igual a minha!

– O que você quer que eu diga? – se virou para direção da loira bruscamente – Huh? O que quer que eu diga, Adora? Que eu sinto muito, pela porra de infância que a gente teve?

Adora respirou fundo e se levantou calmamente, não poderia cair nesse nojo de ferro e fogo novamente, isso apenas geraria mais discussões e Catra já estava ficando nervosa, no entanto, precisa tirar uma dúvida da mente, se aproximou da outra com cautela.

– Por que você não me falou que era de lá, quando eu mencionei a Horda? – perguntou com os olhos famintos por respostas.

– Como se eu me orgulhasse de ter vindo daquele inferno – rosnou entre os dentes.

– Catra, você não tem que se envergonhar disso, não é como se fôssemos culpadas pelo que aconteceu no passado.

– Pra você é fácil falar, afinal de contas foi adotada por uma família que te acolheu e te amou, eu nunca tive isso Adora, eu não sei o que é ser otimista, e não acredito nessa merda de amor! – disparou apontando o dedo no peito da outra.

– Nem em nós? – rebateu na mesma hora, fazendo a outra recuar.

– O quê? – perguntou tentando entender o que aquilo significava.

– Você não acredita em nós? – deu um passo à frente se posicionando naquela discussão – Porque não sei se você reparou, mas eu gosto muito de você, e isso vai além de qualquer gravidez, da Senhorita S. ou qualquer coisa que tenha entre nós – disparou firmemente vendo a gata recuar um pouco e abaixar as orelhas pontudas.

Silêncio

Se olharam por um tempo, Catra não sabendo direito como reagir, e Adora esperando por respostas, reações, ou até mesmo brigas que não vieram. Suspirou sabendo que a gata não ia ceder, mas antes colocaria o que sentia para fora.

– Horde Prime – falou quase num sussurro, e viu Catra vacilar um pouco – Eu não tinha me ligado nesse nome antes, porque deixei meu passado para trás – sua voz mansa agora e apenas olhava para a outra um pouco acuada, de repente as pontas dos pés ficaram interessantes – Você é a atual dona da Horda! – afirmou e subiu novamente o olhar com um azul intenso apenas para ver a gata ficar sem reação – Mesmo isso, não é o suficiente pra me fazer desistir Catra – desistir de nós, pensou em acrescentar, mas achou que seria muito, suspirou novamente – Preciso ir trabalhar. – saiu do campo de visão da outra a deixando sem palavras para trás.

ACCIDENTAL (G!P) (CATRADORA)Where stories live. Discover now