39. Bolinho, o peladinho

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Jimin, ao observar os braços de Seokjin tomados por pacotes de cuecas pretas, acompanhou-o até o caixa. Pareciam mais confortáveis do que suas calcinhas fio dental — não que fosse difícil, mas não lembrava se também eram mais confortáveis do que as jockstraps, suas favoritas para ficar em casa — e ponderou se deveria comprar uma cueca só para se lembrar como era. Pena que não ficaria tão gostoso quanto com as calcinhas... Se bem que Jungkook era atraente para caralho de cueca.

— Mas você tem tanquinho de verdade? Não seria uma propaganda enganosa? — Jimin logo tratou de continuar a conversa com Seokjin ao perceber que seus pensamentos voltavam ao Jungkook, de novo. Não bastava o homem ser todo fofo, trágico e encantador e, por causa disso, alugar um triplex em sua cabeça, ainda era bonito e gostoso a ponto de ser lembrado em uma loja de cuecas.

— Claro que não tenho! Mas acho minha barriga bem mais charmosa. — Seokjin deu uma piscadinha em direção ao Jimin sob o olhar entediado da garota no caixa. Ela começou a passar as cuecas no leitor de código de barras. — Existe um conceito da psicologia comportamental humana que fala que, quanto mais a gente investe tempo e dinheiro em uma coisa, mais a gente insiste nela, querendo que dê certo. Até quando tudo indica que a gente vai continuar perdendo tempo e dinheiro. Então, posso passar tempo o suficiente com a pretendente na loja de cuecas, até ela achar que não vale o esforço ir embora.

— Você é meio maquiavélico.

— Só piadista, não gostou? A verdade é que gosto de investir tempo em quem já sei que vai curtir minha barriga. — Ele fez um biquinho manhoso e passou o cartão na maquininha, pegando a sacola com a outra mão. — Mas o conceito é real, a propósito. O Daniel Kahneman fala bastante disso no livro dele, Rápido e Devagar.

— Acho que tô tendo um pouco de dificuldade de entender quando que você tá brincando e quando que você tá falando sério — Jimin confessou, desviando o olhar. De fato, relações humanas eram difíceis.

— Relaxa, é você e o resto do mundo, amado. — Seokjin riu enquanto saíam da loja, rumando para a praça de alimentação. — Eu tenho esse humor de merda mesmo, é normal não entender.

— Mas eu quero entender!

— Uma hora vai. Tá começando bem, tenha fé. Já me levou pra comprar cueca e agora vai me pagar um jantar, puro suco de Sugar Daddy.

— Já posso te convidar pra outro jantar depois desse então? — pediu, resoluto, como se entender Kim Seokjin fosse uma missão de urgência nacional. Este gargalhou com a determinação toda para algo tão bobo. De fato, Jimin era um cara curioso.

— Cuidado, hein! Da próxima vez, vou escolher um restaurante de luxo!

— Tudo bem.

— Era uma piada.

— Haha? — Jimin forçou uma risada atrasada, mas assim que ela deixou seus lábios, seu rosto contorceu-se de desagrado, sabendo ele mesmo o quanto soara terrível. Seokjin quase chorava de rir, engasgando-se um pouco nas palavras que queria dizer:

— Misericórdia, amado! Esse segundo jantar tem que chegar logo!

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— Gookie, cola isso naquela parede! Rápido, vai! — Hoseok enfiou um balão metalizado na mão de Jungkook, apontando enfaticamente o seu local de destino.

Viviam o caos. Fariam uma mini festa surpresa para Namjoon na casa do publicitário, mas assim que Jungkook chegou — cedinho para ajudar na arrumação —, Hoseok distraiu-se exibindo todo orgulhoso sua pequena plantação de Purple Haze, escondida das janelas por causa dos vizinhos bisbilhoteiros.

Empresário • jikookWhere stories live. Discover now