26. O Rei Renasce

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Eu tinha usado uma pena e não sabia que estava com tinta e sai desenhando na parede.

— É, Amber, você está criando uma cobrinha — diz meu padrinho Desmond, beijando meus cabelos. — Pelo menos o desenho ficou legal.

Minha mãe fez uma careta e tio Desmond sorriu de lado, piscando de lado para mim.

— Ficou uma pintura abstrata — incentiva Pierre e eu assinto ferozmente, ouvindo a risada deles.

— Isso, mamãe, ficou uma pintura abatata — repito o que consegui entender da fala do padrinho e ele deu risada, me puxando do colo da minha mãe.

— Você anda muito espertinho para quem tem 6 anos — semicerrou os olhos, tocando meu nariz e me fazendo ficar vesgo por um minuto. — Vamos tomar banho porque seu aniversário vai começar daqui a pouco e você está pura tinta.

— A mamãe vai sair para receber uns amigos novos e já volta, querido — avisa minha mãe, beijando minha bochecha. — Eu quero você e Liam quietinhos sentados quando voltar como adultos.

Pisquei, sorrindo com meus poucos dentes e fingindo uma feição inocente. Eu ia roubar o chocolate que ela estava escondendo a manhã toda, isso sim.

Encarei Lili que sorriu compreendendo, sorrindo também para passar confiança.

— Se for preciso, eu prendo os dois na casa do cachorro — ameaçou, me fazendo estremecer. — Sem chocolates. Você com chocolate fica impossível, Louis.

— Pode deixar, minha vida — sorri expansivo, ouvindo a risada dela.

— Garoto, você é incrível, sabia?

Observei mamãe saindo pelo portão da frente e encarei meu padrinho que negou com a cabeça.

— Não — afirmou e eu amuei, assentindo apenas porque meu aniversário iria ter chocolate de montão.

Pierre me levou escada acima, e eu deitei no ombro dele, de repente me sentindo mais calmo com o cheiro do beta. Ele andou até meu banheiro com o Batman colado e muitos desenhos da Marvel.

Me colocou no vaso e tirou meu macacão, fazendo careta pela baba de Pad ainda estar na alça e negou com a cabeça, me fazendo rir. Fiquei nu e esperei a banheira encher, balançando para os lados.

Eu gostava de ver meu passarinho mexendo e ficava cantando para ele sempre que estava pelado.

— Louis, para de fazer isso — repreendeu, mas continha uma risada. — Garoto, você é insuportável demais para o seu próprio bem.

— Olha lá — apontei para meu passarinho, balançando meu bumbum e imitando o patinho que tinha visto no desenho com meu tio, pai de Zayn, na televisão. — Era um homenzinho torto...

Pierre arregalou os olhos, tapando minha boca e me pegando no colo entre risadas.

— Por que você estava assistindo um desenho gospel com seu tio?

Entrei dentro da água quentinha e vi minha pele arrepiando, achando graça.

— Ele disse algo de que apenas Deus Todo Poderoso para me exarciar — expliquei o que lembrava.

— Exorcizar?

— Isso mesmo — sorri, observando ele fechar a expressão.

— Vai contar para mamãe?

— Vou contar para sua mamãe — assente, me fazendo rir.

— Eu vou passar shampoo no seu cabelo, tudo bem? — concordo, sentindo a massagem gostosa com cheiro de morangos saindo dos dedos do beta e fechei os olhos. — Como é ter 6 anos agora?

Viúva Negra | L.SOnde as histórias ganham vida. Descobre agora