Vou folheando a ficha e vejo que o homem é bonito e forte, mas nada que um bom calmante em sua bebida não me ajude no trabalho. Qual será seu nome? Uma pergunta melhor: O que será que ele fez para merecer morrer? Dedilho sua foto presa no canto da ficha com um clipe.
— Quem é você? — Sussurro.
A ficha não me diz muitas coisas sobre o alvo, as vezes eu acho isso péssimo e as vezes nem tanto. Mas enfim, na ficha diz que ele não é uma grande ameaça, tem 29 anos... Normalmente nem a idade colocam, isso é novo.
Quando Marcus disse: "Você deve executa-lo com maestria" ele quis dizer que eu poderia demorar o tempo que for preciso na missão. Isso me deixa um pouco mais calma, pois posso bolar algum plano para me aproximar dele e depois concluir o serviço. Pretendo não levar tantos meses, tenho medo de acabar me apegar ao alvo e isso dificultar tudo. Já aconteceu antes e eu não tive escolha, não posso correr esse risco novamente.
O jatinho acabou de pousar, revejo no site a minha reserva no mesmo hotel que o dele, tudo está certo. Minha identidade falsa já está comigo e minha mala falsa também. Provavelmente a mala com armamento já está no quarto do hotel. Espero que dê tudo certo.
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QUATRO
Estaciono meu carro na portaria e logo entrego as chaves ao manobrista. Ele me diz onde vai estacionar e eu concordo com a cabeça sem trocar nenhuma palavra. Passei o caminho todo pensando em como iria matar a loira que agora é minha nova missão. Estudei sua ficha, ela é treinada e tem 27 anos. Filha de pais falecidos e tem um irmão com o qual ela não mantém contato. Vejo que ela tem uma tatuagem de três corvos na clavícula. Não encontraram muitas coisas, ela parece ser um mistério.
Entro no meu novo quarto, acho que irei passar um bom tempo aqui. Não subestimo a vítima, acho que ela vai me dar um coro antes que eu consiga matar ela.
Estou no 202, me passaram que ela iria estar neste mesmo andar. Acho melhor conhecer o prédio antes de começar de verdade a missão.
Saio e tranco o quarto, estou levando minha identidade falsa e uma arma carregada na cintura.
Quando o elevador abre alguém esbarra com força no meu ombro. Meu extinto é de sacar a arma, mas antes disso eu fico nervoso.
— Olha por onde anda! — Digo com raiva e entro no elevador. Quando me viro vejo uma loira. Não acredito nisso. Existem um monte de loiras por aí...
A tatuagem na clavícula... é ela. Quando as portas do elevador estão prestes a se fechar, eu barro com meu pé e vejo que ela fica confusa. Sua expressão é furiosa mas ao mesmo tempo seu rosto está calmo, ela mantém seus braços cruzados na frente do busto.
— Perdão, a culpa foi minha. — Digo dando o sorriso mais convincente que eu consigo forçar. — Posso te pagar um vinho? Ouvi falar que o bar daqui...
— Okay. — Ela me interrompe. Isso foi mais fácil do que eu esperava. — Só preciso guardar minhas malas no quarto. — Ela explica e eu percebo suas malas no chão.
— Ótimo. Eu te ajudo. — Digo saindo do elevador. As portas se fecham logo em seguida.
— Não precisa. — Ela diz friamente. Acho que ela ainda está brava com o nosso imprevisto.
— Certeza? — Digo franzindo as sobrancelhas. — São muitas malas...
— Eu dou conta. — Ela responde e pega as malas do chão com os dois braços. — Pode me esperar lá em baixo, eu sei onde fica o bar.
Confirmo com a cabeça e clico no botão para pegar outro elevador. Vejo ela sair, as malas não parecem estar pesadas ou ela que deve ser muito forte, ela irá me dar trabalho.
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TRIS
— Quem ele pensa que é para falar comigo daquele jeito? — Digo sozinha bufando. — Só de raiva vou usar a dica do Marcus e afogar ele na banheira do meu quarto. — Destranco a porta e abro. — Que por sinal é um belo quarto.
Entro e largo minhas malas no chão, estou exausta. Não tiro férias já faz 4 meses, ser a melhor da empresa é um saco.
Ainda estou com ódio daquele metido, ele que deveria olhar por onde anda. Me pagar vinho... tô com cara de pobre por acaso? Eu posso pagar meu próprio vinho e também posso levar minhas malas sozinha. Meu Deus, até escutei o tabu quebrando depois desse discurso. Chega de drama Tris, pensa em como você vai lidar com essa situação.
— Vou me arrumar. — Sorrio.
Não me acho muito bonita mas os homens normalmente acham, então vou usar isso ao meu favor. Obrigada mãe e seu útero maravilhoso. Falar dela ainda dói um pouco, mas preciso superar isso para conseguir seguir minha vida em paz.
Tomo um banho rápido, me troco que nem a Angelina Jolie em "Sr. e Sra. Smith". Brincadeira, coloco uma roupa confortável e que esconda minha arma na cintura. Estou levando também um canivete e uma faca na bolsa. Preciso estar pronta para qualquer coisa.
Minha blusa preta de manga comprida mostra minha tatuagem e isso me deixa contente. Tranco o quarto e desço para o 2 andar de elevador.
Quando chego no bar, vejo que é chique e tem bastante gente. Não é um bom momento para um assassinato, muitas testemunhas.
Percebo que o alvo está em um dos bancos do bar. Ele está de terno, ele é muito, muito bonito. Uma pena ter que matar ele.
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Espero que eu tenha conseguido superar qualquer expectativa que vocês tenham tido desse primeiro capítulo. Estou muito animada com essa fanfic. Muito obrigado para quem leu até aqui! <3
