Capítulo 3🌙

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Marylin

Já havia me despedido do meu pai, odeio despedidas, são sempre tristes demais e há muito choro.

Mas o meu pai sabe que é o melhor para mim no momento.

Eu inspiro fundo, olhando uma última vez para Velaris, talvez a última vez que ponho os pés aqui.

Sem piscar eu atravesso, as sombras me envolvendo , até eu despencar do céu, um céu ensolarado.

Minhas sombras recuam se escondendo, sumindo diante dos raios solares.

Minhas asas surgem, aquele enorme manto negro de escuridão se esticando, se abrindo.

Eu me iço para cima, dando um poderoso rasante para os lados, voando em direção a aquele castelo branco, tão bem trabalhado nas vigas de gesso, que se parece a moradia de um deus.

Vejo de imediato no patamar de travessia ele, Helion, os trajes dourados como o sol, cintilando nos próprios raios.

Eu pouso com graça no patamar em forma de sol, feito do mais puro ouro.

— Marylin, querida. -ele sorriu, seus dentes brancos faiscando.

— Helion. -sorrio de lado.

Ele vem até mim e me abraça amigavelmente.

— Enfim aceitou o meu pedido de fazer parte da minha corte. -ele diz.

— Bem, sim. -assenti.

Ele sorriu, segurando em meus ombros quando me incentivou a caminhar com ele.

Ele encara as duas grandes malas em minhas mãos e estala os seus dedos, as malas de imediato sumindo.

— Já estão em seu quarto, minha querida. -ele diz.

Nós descemos as penas escadas.

— Fiquei surpreso com a sua carta, aceitando o meu pedido. —ele diz— me diga, minha cara, o que a fez aceitar?

— Preciso respirar novos ares. —minto— quero me sentir livre.

— Isso é bom. —ele assente— aqui você terá tudo isso e mais.

— Eu prevejo. -assinto.

Ele sorriu.

— Venha, quero mostrar tudo a você.

E assim ele fez.

Em algumas semanas, um dos trabalhos como a espiã de Helion, é ver por onde os mercadores clandestinos estão descendo com os seus navios.

Há suspeitas de que eles estão fornecendo armas do exterior para as rainhas humanas.

Eu não duvido nada.

As sombras sussurram e eu surjo atrás de caixotes, as sombras me engolindo, me mesclando com a paisagem.

Encaro um dos mercadores, ele está de frente para alguém, ele explica como a mercadoria está em perfeito estado e está boa para o uso.

— As armas são de perfeito material, senhora.

— Acho bom.

Aquela voz..

O mercador sai, caminhando até um caixote, e tenho visão completa do ser com quem ele negociava.

Cabelos loiros e pele clara, olhos verdes, seu vestido rosa claro.

Flora.

Meus olhos se arregalam em choque, é ela..

Ela está negociando? É claro que está, está planejando com toda a certeza atacar a corte noturna.

Corte De Sombras E EclipseWhere stories live. Discover now