Corte De Sombras E Eclipse

Capítulo 1 🌙

Marylin

Não sei qual o intuito das reuniões de família. São interessantes até, bem humoradas.

Mas se eu for eu tenho que encarar os meus primos, na verdade, tenho que encarar um em especial.

Nyx.

— Tenho mesmo que ir? Papai. -o encaro.

— Sabe que sim, meu amor, ficarei muito feliz se você for. -ele diz.

Desde que minha mãe morreu, Atlana, quando eu tinha cinco anos, temos sido apenas eu e meu pai contra o mundo. Temos uma relação melhor do que qualquer pai possa ter com a sua filha, e agradeço a mãe por isso todos os dias.

Ele me entende de tal forma que chega a ser assombroso para muitos.

Às vezes me pergunto se ele é o telepata ou o tio Rhys.

Eu suspiro, bufando uma mecha de cabelo castanha opaca, um catsanho acinzentado com breves reflexos dourados em alguns fios. Os olhos amêndoas como os de meu pai, já minha pele é clara como a de minha mãe. Com um brevíssimo tom moreno, e um tom rosado fraco nas bochechas, lábios bem desenhados e nariz fino e arrebitado. As sobrancelhas finas e marcantes assim como o meu rosto.

Não me considero a mais bela, mas tenho lá o pequeno brilho de beleza.

Meu pai me acha a coisa mais perfeita do mundo, tento não avisar que sou um caos para não o deprimir, mesmos que isso não afete em nada sua opinião sobre minha aparência por inteiro.

— Vai na frente. —falo— tenho que me preparar psicologicamente.

— Para o almoço? -ele arqueia uma sobrancelha.

— Para a família. -corrijo.

Ele sorri de lado.

— Às vezes acho que você pegou esse lado de mim, e não dá sua mãe.

— Tudo em mim veio praticamente de você, poucas coisas tenho da mamãe. -falo.

— Está enganada, esse sorriso lindo e a bela voz vieram dela. -ele sorri de lado.

Sorri pouco fechadamente, então, ele atravessa.

Eu respiro fundo, puxando o meu alto controle.

Vamos lá, Marylin, não é tão difícil.

Com a minha família, sempre é.

Atravesso, surgindo dentro da sala onde está a maioria, fico no canto, as minhas sombras me ocultando, sinto os toques gelados de seus rastejou em meu corpo, não me incomodo com isso, não sinto calafrios, talvez no começo, nasci com eles amarradas em meus pulsos, dedos, dançando em meu corpo.

Bufo baixo quando vejo meu pai me procurar na sala.

Tio Cassian abre a boca.

— Onde está a....

Eu surjo sentada ao seu lado e ele solta um grito, pulando do sofá.

— É o pai purinha. —ele disse, com a mão no peito— adora matar um de um enfarto com essa aproximações do nada.

— Também é bom ver você, tio Cass. -falo.

Ele beija a minha cabeça.

— Também é bom te ver, baby. -ele pisca.

— Vou fingir que o senhor me paquerando naquele bar foi um surto coletivo, o senhor me confundiu com a tia Ness. -falo.

— Vocês estavam com os vestidos iguais! Até hoje me pergunto se estavam armando para me testar. -ele semicerra os olhos.