22. Deus e o Diabo na Terra do Sol

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Queria mais que tudo ir embora daquela missão. Viúva parecia quieto demais, e por dentro, duvidava que era isso que ele queria. Fazer Louis se acostumar conosco, criar laços de novo com os amigos, voltar as amizades para parti-las.

— Aqui. — Ofereceu a jarra para eu colocar na mesa e eu peguei, levando um susto quando um dos garfos caiu no chão.

Meu coração chegou a pular da boca de susto.

Não pelo garfo em si, mas por simplesmente ter a visão de Louis William Tomlinson agachar para pegá-lo sem dobrar o joelho, expondo levemente o contorno de sua bunda e suas coxas.

Apertei a quina da mesa, engolindo em seco enquanto desviava a visão tão rápido quanto pus meus olhos. Mesmo que Louis fosse um cara muito irritante, ele ainda era um ômega muito bonito e bem avantajado em seus dotes.

E eu não era de ferro.

— Harry? — chamou Louis, estalando os dedos na minha frente.

— Hã... Oi. — Tossi a garganta, o encarando como quem estava acabando de sair de um devaneio.

Exclui a parte que era um devaneio sexual.

— Você está meio verde — observou com graça. — É o quê? A visão das minhas pernas te deixou sem jeito?

Filho da puta.

Às vezes esquecia como os Tomlinson eram. Demasiados inteligentes, estrategistas e manipuladores. Obviamente aquele garfo tinha caído de forma proposital e eu tinha acabado de entregar numa bandeja que ele me excitava.

Isso era um grande problema.

— Você vai muito longe para saber se desperta a minha atenção, Lou — destilei o apelido como veneno. — Acho que está levando a tradição de consorte de nossas famílias a sério demais.

Ele piscou os olhos de um jeito cínico, sentando na minha frente e ainda fazendo questão de cruzar as pernas em posição de meditação, mostrando toda a pele de suas coxas.

Semicerrei os olhos, me negando a cair em seu joguinho tolo.

— Não vai querer misturar ódio com sexo, Louis. Não vai gostar do resultado — avisei mesmo sabendo que não era de sua intenção sexo propriamente dito, e sim, saber que era desejado por mim.

— Talvez eu goste — piscou um dos olhos.

— Você só quer alguém para acariciar seu ego e porque está muito tempo sem beber e transar — ditei com tédio, sem me deixar levar. — Não vou ser seu novo vício.

Ele ficou em silêncio, desmanchando o sorriso cretino aos poucos e me surpreendendo, desfez as pernas e encheu a xícara de chá. Achei realmente que ele iria me rebater com suas respostas ácidas e curtas, contudo, Louis pareceu preferir ficar quieto.

— Não vai falar nada? — sussurrei meio abismado, sem conter.

Ele encolheu os ombros, bebericando seu chá com calma.

— Se espera que eu desminta o óbvio, vai ficar esperando.

— Então realmente só me procuraria para sexo fácil porque está estressado? — A proposta parecia insana demais até para mim.

Louis foi tão taxativo no quanto repudiava a ideia de eu tocar seu corpo de qualquer forma que não fosse profissional, que a princípio achei que fosse uma de suas brincadeiras para me irritar.

Ele realmente falava sério.

— Três dias com a Stacie aqui e você já quer abrir as pernas para mim? O que ela tem? Hipnose? — comentei sarcasticamente e ele riu, parecendo concordar com algo.

Viúva Negra | L.SOnde as histórias ganham vida. Descobre agora