KAT (REVISADO)

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Droga, desculpa. Não era pra ser assim. -Ele deu risada.
Eu... -Ele me cortou.
Você não precisa dizer nada. Boa sorte!
Qual o motivo disso do nada? -Ele sorriu.
Não sei, eu só senti que precisava te falar. -Uma gritaria começou.
Onde você está?
Não se preocupa com isso. Só vai para o palco e quebra tudo. -Ele desligou.

Essa foi a ligação mais confusa que eu já tive na minha vida. Oscar dizendo que me ama, droga que sensação é essa? Respiração desregulada, o frio na barriga, o sentimento de felicidade. Parece que eu nunca quis tanto ouvir isso na minha vida, eu não conseguia parar de sorrir. Felipe apareceu do meu lado com a mão no meu ombro e o meu sorriso desmanchou.

—Vamos? Temos que nos posicionar. -Me levantei.

—Me diz que não é só eu que estou quase vomitando.

—Você vai arrasar. -Ele me deu um beijo na testa.

Um pessoal da produção veio buscar a gente e estávamos parados do lado do palco esperando ser chamados. O casal que estava dançando, pareceria que simplesmente flutuava, a menina tinha uma leveza incrível. Arrumei a minha roupa e escutei nossos nomes, Felipe com a mão na minha cintura foi me puxando para o palco. A nossa dança ia falar sobre um relacionamento abusivo onde a mulher tentava controlar o homem e o calar. Sei que a grande maioria falam que homens são abusivos, mas a gente quis retratar que mulheres também fazem isso e que muitas vezes não percebem por esse padrão imposto.

Não quis nem olhar para a plateia e apenas me posicionei, a música começou e logo nossos corpos estavam em sintonia. Dança é uma coisa linda, ela te faz bem de uma forma que somente quem realmente ama consegue sentir. Aqueles momentos que o seu parceiro te levanta e você se sente livre ou no final da apresentação quando a plateia levanta e você sente que fez tudo certo. Dança não é algo forçado, é algo que você brinca, que você se diverte. É algo incrível e como eu senti falta de estar aqui. Tudo é tão rápido que logo estava no final da apresentação e os aplausos começaram. Felipe voltou a me colocar no chão e parando do meu lado agradecendo os aplausos do público.

Saímos de volta para os bastidores pulando de felicidade, não demorou 5 minutos que estávamos conversando quando o César e a Emy apareceu. E logo atrás estava Oscar, Katrina, Brad e uma garota que eu não conhecia. Katrina estava com o rosto vermelho como se tivesse chorado, Oscar com aquela mesma feição seria mas por alguém motivo eu consigo sentir o que ele está querendo demonstrar. Abracei o César que veio sorrindo igual uma criança, Emy foi abraçar o Felipe. E por meros segundos eu percebi que ela ainda ainda sentia algo por ele. Como? Porque é assim que eu olho para o Oscar. Aquele sorriso bobo, o abraço apertado, a troca de olhares. E eu sinto que não é só ela...

—Vocês foram incríveis! -Emy disse.

—Eu nunca vi você tão linda Ruby e tão feliz. -César falou.

Meus olhos lacrimejaram e eu tentei secar, mas acabei caindo no choro. Tudo que eu queria é que você mãe e pai estivessem aqui, queria que sentissem orgulho de hoje. Tudo que eu fiz foi por você mãe, pra você me ver orgulhosa.

—Ei, é a sua mãe né? -Katrina me abraçou.

—Eu só queria que ela estivesse aqui. -Abracei ela também.

—Ela está e eu tenho certeza que ela tá com um sorriso de orelha a orelha super orgulhosa de você. E não é só ela... -Ela virou o celular mostrando a tia com o rostinho todo inchado.

—Oi tia! -Ela sorriu.

—Você está tão linda, estou orgulhosa de você. Volta pra casa logo que quero te dar um abraço. -Eu sorri.

Os donos da rua | OSCAR DIAZ Onde as histórias ganham vida. Descobre agora