13. Um Pouquinho de Vinho

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        Sentei no chão desolada, minha tristeza era desesperadora, não imaginei que fosse ter uma crise assim. Chorei tanto que já estava soluçando, observei o corredor próximo aonde eu estava e  vi Jun-pyo me procurando, encolhi meu corpo, abraçando ele tentando não chamar atençao, mas Jun-pyo acabou me notando.

Jun-pyo: você está aí! Te procurei por todo lugar--
         A porta do quarto se abriu e ele foi prontamente até mim, me ajudando a levantar. Encarei ele e ele segurou minha mão enquanto sussurrava em português: disfarça! Eles vão perceber que você estava olhando eles.
         A Jina e o Yi-jung saíram juntos do quarto. Jina fez questão de falar comigo: oi! A festa estava cheia, né? Quer sair comigo e com Yi-jung? Vamos ir pro jardim pegar um pouco de ar fresco.
Helena: é que-
          Me perdi olhando pro Yi-jung, só queria correr e gritar... Isso foi pior do que um fora. Como ele tinha a capacidade de me olhar assim depois do que ele disse???
Jun-pyo: eu e ela temos um compromisso.
         Encarei ele e a Jina perguntou: compromisso?
Jun-pyo: é, eu vou levar ela pra casa.
Jina: ótimo! Boa noite, gente.
         Eles saíram e o Jun-pyo limpou meu rosto.
Jun-pyo: você estava chorando?
          Desviei o olhar, enquanto respondia: n-não.

~depois~

P.o.v Jun-pyo

      A Helena se afastou da nossa mesa, dizendo que ia comer, mas sumiu de novo. Fui atrás dela e encontrei ela deitada no meio da escada, corri preocupado com o que possa ter acontecido pra ela estar lá nesse estado, segurei ela e senti um cheiro forte de bebida.
Jun-pyo: Helena???
Helena: hmmm?? João Piolho?
Jun-pyo: você tá bebada???
Helena: n-não, muchacho!
Jun-pyo: você consegue se levantar só?
        Ela tentou se sentar e não conseguiu.
Helena: ei! Me carregue.
Jun-pyo: an?
Helena: é! É isso que fazem em doramas! Seja meu príncipe hoje.
Jun-pyo: o que você bebeu?
Helena: se eu te contar você não vai contar pro meu pai, né?
        Fiquei calado observando ela, e ela respondeu: um pouquinho de vinho e depois um pouquinho de vodca! E depois mais um pouquinho de vinho e mais um pouquinho de vodca! E depois---
Jun-pyo: tá! Entendi.
Helena: não me interrompa! Vai perder sua segunda chance.
          Olhei pra ela preocupado e disse: eu vou te carregar.
           Segurei ela nos braços e ela sorriu, envolvendo seus braços no meu pescoço e disse: meu herói.

         Levei ela até a mesa aonde estávamos, Ga-eul se levantou da cadeira assustada e disse: o que houve com ela???
Jun-pyo: ela bebeu quase tudo que os funcionários estavam oferecendo. Não posso deixar ela ir pra casa assim, o pai dela não vai gostar nada disso.
Ga-eul: droga eu não posso levar ela pra casa! Eu moro com minha vó! Eu nem tenho um quarto só meu.
          Respirei fundo e disse: você pode me ajudar numa ligação?
           Ela assentiu com a cabeça e eu coloquei a Helena em uma das cadeiras. Procurei meu celular e liguei pro pai da Helena. Coloquei no viva voz pra Ga-eul me ajudar a montar algum álibi.
Luis- alô?
Jun-pyo- oi, Luis. Aqui é o Jun-pyo, a Ga-eul, amiga do trabalho da Helena, quer fazer uma festa do pijama na casa dela com sua filha. Ela está pedindo sua autorização.
          Passei o celular rapidamente pra Ga-eul.
Ga-eul- oi, senhor!
Luis- cadê a Helena? E o celular dela?
          Fui até a Helena mexi nos bolsos dela. Olhei pra Ga-eul e sussurei: ela não trouxe o celular!!!
Ga-eul- a Helena? Ah! Ela está aqui comigo, ela esqueceu o celular na casa dela. Por isso que usei o do Jun-pyo.
Luis- posso falar com ela?
           Fiz uma careta de desespero só de pensar no que ela poderia falar, já sóbria ela é uma matraca imagine bêbada, tirei uma mecha de cabelo perto de seu ouvido e sussurrei: você consegue falar com seu pai?

           Ela deu um grito e disse: PAPAI!

            Droga... Se ela falar que está bêbada----
Ga-eul- c-claro! Ela está até animada de ouvir sua voz!
           Ela passou o celular pra Helena e eu fiquei olhando pra ela apreensivo com as palavras que ela diria.
Helena- papai, por favor deixe eu dormir com a Ga-eul!
Luis- ta-- você tem certeza? Você nem está com pijama ou escova de dentes.
Helena- fique tranquilo! Girls just wanna have fun!
Luis- se cuida, princesinha! Qualquer coisa ligue pra mim!
Helena- bye bye.
Luis- Ga-eul?  Está me ouvindo?
Ga-eul- sim, senhor!
Luis- salve meu número no seu celular! Quero notícias dela, ok?
Ga-eul- claro, senhor! Boa noite.
Luis- boa noite.
          Desliguei o celular aliviado e disse: eu tenho outros celulares aqui, me dá seu Instagram que eu uso uma foto sua e finjo ser você caso ele queira áudios ou fotos da Helena.

~depois~

        Pedi pro mordomo Lee levar a Ga-eul pra casa em segurança, ela estava muito preocupada com a Helena, mas infelizmente não podia levá-la pra casa.
Ga-eul: cuide dela por favor. Se você fizer algo com ela eu juro que conheço uns manos da pesada.
        Eu ri e disse: eu nunca machucaria ela. Pode deixar que vou dar notícias dela.
Ga-eul: obrigada. Boa noite, mestre.
          Ela foi embora e eu levei a Helena pro quarto de hóspedes. Coloquei ela na cama enquanto ela cantava alguma música aleatória.
Helena: ei!
           Sentei na cama ao lado dela enquanto cobria ela com os lençóis.
Helena: ei!
Jun-pyo: hm?
Helena: da pra ver que você tá se esforçando! Até cuida de mim.
            Senti meu rosto corar e minha pulsação ficar forte, olhei nos seus olhos e respondi: e-eu--
              Ela me interrompeu colocando seu dedo indicador nos meus lábios: shhh!
             Ela se sentou na cama e nossos rostos se aproximaram. Fiquei olhando seus olhos curiosos,  passeando pelo meu rosto e sorri bobo, ainda bem que ela não lembraria disso.
Helena: deixa eu te beijar de novo--

               Senti meu corpo gelar e arfei decepcionado, sei que ela não gosta de mim, as vezes sinto que preciso parar de tentar. Poxa, eu sou o Gu Jun-pyo, de onde já se viu alguém como eu lutar por uma garota?... Mas só de pensar que eu posso ter a oportunidade de ver esses olhos curiosos todo dia me seguindo ou de ouvir sua voz suave gritando comigo... Sinto que perto dela não preciso de mais nada... Nenhum dinheiro compraria a Helena.
Jun-pyo: você não quer isso, só está bêbada.
Helena: eu quero... No dia-- No dia da festa, era o que eu mais queria. Na verdade, todos os dias! Eu tenho vontade de fazer isso--
           Fiquei olhando nos olhos dela, enquanto o silêncio tomava o ambiente e ela me deu um soco.
Helena: HAHAHAHAAH!

             Encarei ela bravo, gritando: HELENA!

              Peguei suas mãos e olhei pra elas rindo. POR QUE ESTOU RINDO?... PARA GU JUN-PYO! Fiz carinho nas suas mãos e disse: é melhor dormir.  
             Minutos depois de muitas cantorias aleatórias, a Helena decidiu dormir, cobri ela novamente e ela me olhou nos olhos e disse: conta uma história pra mim?
               Encarei ela, confuso e falei: você tem 4 anos ou o que???
Helena: é que eu quero ouvir sua voz enquanto durmo.
                Suas palavras me tocaram como em um abraço, ela quer realmente ouvir minha voz? É, eu estou perdidamente apaixonado... Fiquei feliz por uma coisa tão boba--- BOBA? A mulher mais linda e gentil quer ouvir minha voz, isso é um PRIVILÉGIO. Pelo visto, ser milionário não é tão incrível comparado a esse pedido.

           Olhei pra ela e senti meu coração pular e meu estômago tremer.
Helena: conta! Conta!
Jun-pyo: e-eu não sei contar histórias.
Helena: então só fala até eu dormir...
Jun-pyo: bem, minha vida... Era meio esquisita antes de te conhecer, eu não sabia o que era respeito ou amor de verdade... Até você vir e-- me socar...
          Eu sorri envergonhado e continuei: você me apresentou a realidade. Muitas pessoas falam que ela é horrível, mas perto de você tudo parece florido e justo. E-E-e a sua família... Você é uma pessoa tão amada, eu nunca tive isso, quando eu entrei na sua casa eu pude perceber que minha vida não é completa. Todo esse dinheiro não vale nada se eu não tenho você e sua história por perto.
          Ela fechou os olhos e adormeceu. Senti umas lágrimas caírem no meu rosto e disse: e-u consegui??? Finalmente falei o que sentia... Finalmente!
           

Flores para HelenaWhere stories live. Discover now