9. Ciúmes

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.P.o.v Woo-bin

    Observei a Helena correr pro trabalho e voltei meu olhar para Ji-hoo, ele devolveu o olhar com uma expressão vitoriosa. Sorri envergonhado, digerindo a cena que acabara de acontecer. Tenho que admitir que aquilo foi surpreendentemente romântico. Chega até ser difícil usar a palavra "romance" quando se trata do Jun-pyo. Apesar de sua popularidade entre as mulheres e homens, ele é péssimo quando se trata de amor.
      Ji-hoo foi até Jun-pyo, que estava paralisado desde o momento em que Helena saiu, e cutucou ele.
Ji-hoo: Jun-pyo?
       Jun-pyo nem se deu o trabalho de olhar para Ji-hoo ou ao menos responder ele.
Ji-hoo: ACORRRRRRRRRRRDAAAAAA!
    Ji-hoo pegou nos ombros de Jun-pyo e começou a sacudir ele.
    Jun-pyo gritou, irritado, e disse: O QUÊ FOI?
     Eu ri, e disse: para Ji-hoo! Ele tá bem.
     Ji-hoo soltou ele, falando: quer ir pra minha casa comigo e com Woo-bin? Ou ainda vai encher o saco da smurfete?
    Jun-pyo arfou num tom de arrependimento, e disse: não chama ela assim.
Ji-hoo: hmmmm, isso é uma coisa de vocês, né? Esse casal tem direito a apelidinhos carinhosos e tudo!
Jun-pyo: e-eu vou pra casa com vocês.
Ji-hoo: ótimo! Vamos planejar os convites pra festa do meu aniversário nesse fim de semana!
   A festa dele... Sempre que posso ignoro ou apago da minha memória coisas ruins e isso é uma delas. Todo ano temos que fazer esse mesmo teatrinho... Quando começamos a namorar, Ji-hoo sugeriu que contratássemos modelos para fingir ser nossas namoradas na frente de nossos pais e amigos. Elas são bem gentis e fazem a parte delas, mas é frustrante ver ele comemorar suas conquistas ou datas importantes com outra pessoa. Mesmo que essas meninas não tenham significados sentimentais pra nós dois, me dói ter de mentir pra todos, um dos meus maiores sonhos é ser apresentado pro mundo como namorado do Ji-hoo e não apenas como "melhor amigo". Eu não tenho o direito de julgar ele, Ji-hoo sempre faz seu melhor pra me agradar e não decepcionar as nossas famílias, ele sabe que nossos pais são rígidos e que nosso relacionamento poderia gerar uma polêmica gigantesca pra nossas famílias, que são importantes na área da política do país. Pelo menos depois que acabam as malditas festas, nós viajamos, sem que ninguém saiba, pro Havaí pra comemorar nossas conquistas juntos e sem medo de julgamentos. Isso é um motivo reconfortante pra superar toda essa farsa...

~depois~

    Estávamos no carro do Ji-hoo, enquanto ele dirigia pra casa, eu estava sentado ao lado dele ouvindo o quão ele estava animado pra sua festa de 17 anos. Eu examinei as expressões de Jun-pyo pelo retrovisor, é quase um milagre ele passar todo esse tempo calado, sem reclamar de nada.
    No momento em que me incomodei com seu silêncio, ele olhou para a janela tentando demonstrar indiferença e soltou algumas palavras: Ji-hoo, eu quero sua ajuda.
     Encarei Ji-hoo, confuso com esse trato secreto entre eles.   Ji-hoo sorriu animado, dizendo: vou convidar a Helena pra festa do meu aniversário, que tal?
    Ji-hoo falava, enquanto olhava pro retrovisor sorrindo.
Woo-bin: o que estão planejando?
    Jun-pyo abaixou a cabeça nervoso, e disse: n-nada.
Woo-bin: ei! Não me deixem de fora, eu quero saber!
Ji-hoo: Jun-pyo, deixa de ser orgulhoso! Pra conquistar alguém toda ajuda é válida.
     Virei na direção de Jun-pyo, encarando ele com certa surpresa, e perguntei: você gosta da Helena?
     Ele levantou a cabeça nervoso, e gritou: NÃO!
    Em seguida, Jun-pyo voltou a olhar pra janela desesperadamente. Senti Ji-hoo passar a mão na minha perna, como se estivéssemos sozinhos dentro daquele carro, e encarei sua mão assustado.
Ji-hoo: ele gosta dela.
    Olhei pro Ji-hoo com irritação, e ele piscou pra mim e disse: relaxa, ele está com a cabeça presa na Helena. Tenho certeza que ele nem nota que estamos aqui.
    Afastei minha perna de sua mão, o mais rápido possível, tentando disfarçar. Ele engoliu seco colocando sua mão na marcha, sua expressão sorridente mudou para uma séria, mas ao mesmo tempo tensa.

P.o.v Helena

    Eu estava descansando um pouco no intervalo do trabalho, fiquei sozinha tomando milk shake na praça de alimentação enquanto lia um mangá da Sailor Moon, já que meu irmão tinha me abandonado pra comprar um fone. Senti alguém sentar do meu lado e cutucar meu ombro, fechei o livro e olhei pra pessoa que estava ao meu lado, era Ga-eul. Me impressionei com isso, pensei que depois do que aconteceu no meu primeiro dia ela estaria irritada comigo ou me acharia mesquinha por não ter sido demitida.
Ga-eul: você me preocupou hoje, sabia?
Helena: e-eu?
Ga-eul: sim, sim! Você queimou a comida e anotou uns pedidos errados. Você tem sorte, graças a deus o chefinho está de bom humor hoje e fez vista grossa.
   Eu corei de nervosismo, não imaginei que minha tensão fosse tão visível. Desde que rolou aquela queda na loja de fantasias, me sinto estranha e não sei como agir, parece que nem sei mais como se respira, me sinto boba.
Ga-eul: e como foi ontem? Ouvi que você saiu com Jun-pyo, o galã mais conhecido da Coreia! Você é tão sortuda.
     Eu sorri envergonhada, e disse: não é pra tanto, né?
Ga-eul: não seja humilde! Você tá ficando com o cara mais conhecido do país.
Helena: f-ficando?
Ga-eul: você não namora com ele?
Helena: ah não! Longe disso... Bem longe.
            Credo! Muito longe mesmo!!!
Ga-eul: hmmm, mas tá quase, né?
Helena: nah, eu não tenho interesse.
Ga-eul: como não? Ele é super bonito e simpático. Além disso é bondoso, olha o que ele fez pra você não ser demitida.
   Arfei cansada, e disse: eu estudo na mesma escola que esse espantalho e ele é o oposto disso que você falou! Ele faz bullying com a maioria dos alunos.
Ga-eul: sério?! Pensei que ele era quase um príncipe.
Helena: se eu te contar algo você promete não comentar isso com ninguém?
     Ela concordou, animada, e eu comecei a contar minha história aqui na Coreia. Cada vez que eu contava sentia um peso sair dos meus ombros, acho que finalmente consegui expor tudo que estava sentido. Talvez seja por isso que a terapia é considerada com tanta importância.
   Ga-eul me olhou apavorada, com os olhos esbugalhados, após eu contar tudo. Tentei chamar a atenção dela balançando a mão perto de seu rosto, surpreso e confuso.
Ga-eul: você tem sentimentos por ele!
    Parei de mover minha mão, e perguntei: p-por quem?
Ga-eul: pelo Jun-pyo!
    Soltei uma gargalhada e na minha mente so viam os flash dos olhos dele se encontrando com os meus. Meu riso prendeu na garganta e eu neguei rapidamente.
Helena: eu não gosto! Aquele cara é psicopata.
Ga-eul: ter sentimentos por outra pessoa não é racional, a gente não escolhe por quem vamos nos apaixonar.
    Revirei os olhos irritada, e disse: não acredito que eu esteja tão maluca a ponto de pensar nele dessa forma!
    Ela sorriu, e disse: então por que a troca de olhares na loja de fantasias está presa na sua cabecinha?
    Boa pergunta... Suspirei cansada, e vi meu irmão chegar perto da mesa em que eu estava sentada.
Eduardo: Elle, Você nem acredita!
   Olhei pra ele surpresa, e disse: o quê foi???
Eduardo: lembra da Jina? Aquela modelo que você tinha até um poster dela no quarto!
Helena: s-sim.
Ga-eul: você tem um poster da Jina?
Helena: quem não teria?
      No momento, eu provavelmente não teria mais. Depois daquele episódio que vivi com o idiota do Yi-jung...
Eduardo: então, ela está aqui no shopping! Eu encontrei ela na loja da Calvin Klein, vamos falar com ela! Quem sabe a gente ganhe autógrafos e tira algumas fotos?      
   Fiquei envergonhada, e disse: m-mas e se estivermos atrapalhando ela?
Eduardo: ela é famosa! Aposto que não somos os únicos daqui a tentar.
Ga-eul: eu quero ir também.
Eduardo: vamo!!!
     Péssima... Péssima ideia, a última pessoa que eu gostaria de ver nesses últimos dias é a Jina. Mas, meu irmão insistiu tanto que me dei por vencida e segui a maré.
 
~depois~

Flores para HelenaWhere stories live. Discover now