— Uau. E o que aconteceu depois?
— Eu me lembro de que acordei no hospital e a minha mãe estava chorando. Demorei um pouco para lembrar quem ela era, o impacto do carro e o acidente me fizeram perder um pouco da memória. Quando acordei, eu mal lembrava o meu nome, mas, aos poucos, eu pude me recuperar quase cem por cento.
Só de lembrar disso eu sinto dores de cabeça. Foram meses muito complicados.
— É claro que eu não estava sozinho. — continuo — Noah estava lá. Ele não perdeu a memória como eu, mas teve muitos machucados e por muito tempo ele se culpou por tudo o que aconteceu. É claro que não foi culpa dele, mas foi difícil de superar. E...
— E...?
— O resto você já sabe, Emma, eu já te contei.
— Mas eu quero ouvir de novo!
— Tudo bem. Depois de tudo isso, terminamos o ensino médio. Não estudamos na mesma faculdade, porque eu quis uma de dança e Noah quis de música, mas isso não permitiu que o namoro terminasse. Fomos ficando cada dia mais próximos até que, depois que eu me formei, nos casamos.
Já estou com os olhos marejados. Às vezes sou sensível demais.
— Você não contou a melhor parte! — ela faz um biquinho triste.
— Já vou chegar lá! Depois do casamento, começamos a morar juntos e um ano depois te adotamos. — os olhos da garotinha brilham e tenho certeza de que os meus também estão brilhando. — E você, Emma, é a melhor pessoa que já entrou nas nossas vidas.
Ela sorri e me abraça com força. Eu nunca tive o sonho de ser pai, mas quando vi o rostinho lindo dessa criança no orfanato, eu não pude negar.
Noah queria um menino, e é nisso que estamos trabalhando para conseguir no momento.
Ouço batidas na porta que está aberta e olho para meu marido, sorrindo para nós.
— Tenho ótimas notícias.
— Quais, papai? — Emma se solta do meu abraço e se agarra na perna do Noah. É uma cena extremamente fofa.
— Conseguimos.
Dou um sorriso largo, porque sei o que isso significa. Noah estava com o mesmo olhar e com o mesmo sorriso quando disse que conseguimos adotar Emma.
— O que nós conseguimos, papai?
— Filha, vai arrumar o seu quarto. Ele precisa estar lindo para quando Nate chegar.
— Nate? O garotinho que vocês disseram que poderia ser meu irmão?
— Ele vai ser seu irmão, meu amor — agora Noah olha para mim. — Mary vai trazer ele aqui daqui a pouco, disse que quer ver Nate chegando em segurança.
— Faz três anos que adotamos a Emma e ela ainda não confia na gente?
Três anos... passam tão rápido. Quando conhecemos Emma, ela era apenas uma criança indefesa com dois anos de idade e, hoje, é uma garotinha esperta que completou seus cinco anos a alguns meses.
— Acho que ela nunca vai confiar, lembra de quando ela veio aqui e você quase incendiou a cozinha?
— Foi só uma vez! — faço Noah rir e automaticamente rio junto. Fazer o meu marido feliz me deixa feliz.
— Enfim, temos que dar um jeito nessa casa para ela não nos odiar ainda mais.
— Eba! Nate vai adorar o meu quarto, vou dar os melhores brinquedos para ele. — Emma sorri e sai correndo do nosso quarto.
— Acho que ela está mais empolgada do que a gente. — rio.
— Eu tenho certeza. — Noah sorri. — Ei, você estava contando para ela sobre o acidente?
— Sim, contei a história de como nos conhecemos. Como você sabe?
— Você sempre fica com essa carinha triste quando lembra dele.
É incrível notar o quanto ele me conhece.
— Eu fico um pouco mal, mas aí eu lembro que tenho um marido lindo e agora dois filhos maravilhosos e não posso reclamar.
Mesmo depois de tantos anos, Noah ainda tem o mesmo sorriso bobo quando eu o elogio. Às vezes parece que ainda somos adolescentes.
— Eu te amo. — ele diz, fazendo o meu coração acelerar.
— Eu te amo mais.
— Eu te amo a mais tempo.
— Você mal me conhecia naquela época!
— Josh — ele segura a minha mão. —, eu não precisava te conhecer para te amar. Eu simplesmente te amava e ainda te amo.
Eu realmente não posso competir com isso.
— Tá legal, você ganhou. — reviro os olhos e escuto a risada gostosa do meu marido. — É engraçado como mudamos ao longo dos anos mas ao mesmo tempo somos os mesmos, não é?
— É verdade. E mesmo que sejamos adultos e pais, você não deixou e nunca vai deixar de ser um príncipe. Meu príncipe.
Fim.
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Prince | Nosh
RomanceÚltimo ano do ensino médio. Reta final. É a última oportunidade para ter notas altas, com toda a mente focada nos estudos e em um bom resultado. Esse era o objetivo, e Noah Urrea já estava decaindo em uma das matérias. O desespero era grande e ele...