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Eu não me lembro de muita coisa, mas sim de o som irritante do meu telefone interromper meu sono.

Estico o braço ao máximo e controlo a minha vontade de jogar o aparelho na parede. Com dificuldade, e após piscar os olhos algumas vezes, consigo ver a tela brilhante. Número desconhecido.

Já estou acordado, atender não vai fazer mal. 

— Alô? — minha voz está rouca, então limpo a garganta. 

— Josh?

Não é possível. Como ele conseguiu meu número?

— Noah? 

— Estava dormindo? 

Não, querido, claro que não, eu só estava praticando o desmaio no meio da noite. 

— Eu não quero parecer grosseiro, mas por que está me ligando? — afasto o telefone da orelha para verificar o horário. — São quase duas da manhã.

— Eu sei. Mas eu não consigo dormir e fiquei pensando no que você me disse. 

Ele não poderia pensar nisso em outro horário? Talvez amanhã, quando eu estiver acordado ou de bom humor. Ou talvez nunca.

— E qual foi a sua decisão? — eu estou evitando ao máximo não gritar na cara dele nem desligar a chamada. Sono é algo sagrado e não pode ser interrompido.

Eu realmente não estou com paciência para aguentar Noah agora. Talvez eu nunca esteja, mas a ideia idiota de entrar em contato com ele foi minha, então eu preciso aturar as consequências.

Ok, isso foi maldoso demais, mas, qual é, estou com sono e ele ainda não me respondeu. 

Segundos de silêncio. Vários e longos segundos. Um minuto, talvez dois. Não que eu esteja contando.

— Eu aceito a sua ajuda — não sei se dou um sorriso ou se reviro os olhos. Eu sei que meu objetivo era ajudá-lo a estudar, mas era tão difícil assim me contar isso no colégio? 

— Ótimo. Será que podemos falar sobre isso amanhã? Eu realmente preciso dormir.

— Oh, claro, desculpe. Então nos vemos amanhã. Boa madrugada, Josh — Noah encerra a chamada e suspiro. 

A parte boa é que, dessa vez, ele sabe meu nome.

Prince | NoshOnde histórias criam vida. Descubra agora