Definitivamente, ir para a universidade de Washington não estava nos planos de Cassie, e, muito menos, por um erro de logística, virar colega de quarto de Gabriel Grader.
A vida de Cassie vira de cabeça para baixo quando se vê morando do outro lado...
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|C A S S I E|
— Eu estou bem. — Minha mãe diz, mas sei que é mentira. Sua voz sempre fica um pouco mais aguda quando mente. —Nós vamos nos entender, filha. Não se preocupe.
Ajeito melhor o telefone na orelha, prendo-o no lugar com meu ombro enquanto uso as mãos para dobrar algumas roupas recém saídas da lavanderia.
— Não acho deveria se preocupar, mãe. Sabe como Andreas vive blefando. — Ela suspira, cansada. — Ele não pode fazer nada, sabe disso, não sabe?
— Ele ainda é seu pai, Cassie. — Reviro os olhos, segurando minha língua. Minha mãe odeia quando falo mal dele, o que me irrita profundamente. Andreas Rayes é um idiota e nunca foi meu pai. — Ele tem direito.
— Ele tinha direito, mãe. Mas já sou de maior, Andreas não pode te ameaçar mais usando minha guarda. E, além do mais, ele nunca se preocupou em ser meu pai antes, por que agora?
— Não fale assim, Cass. Seu pai nunca deixou te faltar nada. — Amor, carinho, atenção, apoio paterno.... eu posso fazer uma lista em ordem alfabética. — Acho que deveria passar esse Natal com ele, filha.
— Eu não quero ir para Chicago no Natal, mamãe. Quero ir para Minnesota, ficar com você. Eu não faço parte daquela família.
— Filha, nãoqueremos problemas com ele. Ainda teremos a festa de ação de graças, não é como se não fossemos nos ver ainda esse ano.
— Mãe, eu odeio aquela mulher. — Resmungo. — Não me obriga à isso, por favor.
— Sinto muito, meu amor. Mas é só por três dias, não vai te matar. Poderá vir para cá assim que sair de Chicago e passar o restante das férias aqui.
Merda.
— Tudo bem, já que não tenho escolha. — Sei que o medo de minha mãe é que Andreas se negue a continuar pagando metade da minha faculdade, e é meu medo também, então, acho que realmente não tenho escolha.
Fico no celular com minha mãe por mais alguns minutos, até que ouço a voz de Claude, o namorado dela, chamando-a. Até que ele é gente boa, gosto de como ele faz minha mãe se sentir mais jovem.
Após desligarmos, sinto meu ânimo murchar. Eu odeio pensar que final do ano terei que aturar Andreas e a esposa nojenta que ele arrumou. Aquela mulher é desprezível! E é mais que óbvio que só está interessada no bolso do meu queridopai.
