Prólogo

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Abro os olhos e suspiro sentindo somente vontade de morrer, assim como tive não últimos dias.

Hoje será mais um onde eu farei entrevistas, deixo currículos e não consigo a droga de um emprego.

Minhas economias estão no fim e eu sinto que precisarei recorrer a outras coisas para sobreviver se não achar um emprego logo.

Levanto da cama e paro de frente a pia, escovo meus dentes e lavo o rosto, saio do banheiro e caminho até o armário, abro e pego um pacote de biscoitos, pego minha bolsa com algumas coisas e saio de casa.

Começo a caminhar em passos rápidos pelas ruas e deixo meu pensamento vagar por aí.

Até três dias atrás eu tinha um emprego, mas fui demitido quando um cliente passou a mão em minha bunda e eu soquei a cara dele e o deixei inconsciente, o patrão disse que eu não deveria ter feito isso e ia ser demitido no lugar de deixar alguém prestar queixa, eu odiava aquele lugar mais foi onde consegui sobreviver por muito tempo após meus pais me expulsarem de casa.

Segundo eles lugar de bicha era na rua e não sobre o teto deles.

Eu saí de casa aos quinze anos quando decidi me assumir para eles.

Eu sempre fui um menino amado, acolhido por minha família, eles me amavam apesar de algumas coisas, mas disseram que eu gostar de homens era o limite por isso não podia viver na casa deles.

Morei um tempo na rua e fui fazendo umas coisa ou outra para sobreviver.

Aos dezessete arrumei um bom emprego em uma lanchonete e um namorado, fui morar com ele e o mesmo me roubou, roubou a lanchonete onde trabalhava e a culpa caiu sobre mim.

Fui demitido e arrumei emprego nesse bar onde fiquei por dois anos até ser demitido agora.

Estou do terceiro ano de administração, apesar das dificuldades eu sempre estudei e os professores me ajudaram por ser um bom aluno e ter boas notas.

Mas agora vai ficar difícil já que não tenho dinheiro, pois apesar de tudo tinha um salário considerável.

Ando boa parte do dia deixando currículo em vários lugares, estou exausto e com fome.

Me sento em um café e decido comer algo, fico em uma mesa encostada na janela e suspiro esperando a garçonete trazer meu pedido.

- Ai amiga, eu preciso ver todos aqueles currículos ainda, acredita que o patrão jogou tudo para mim? - ouço a voz alta de uma mulher a minha frente - Ele disse que eu deveria escolher alguém que fosse inteligente, soubesse falar ao menos duas línguas e não fosse uma mulher bonita e peituda.

- Por que ele pediria isso? - a outra questiona.

- A secretaria é para o irmão dele, talvez tenha medo de se envolverem, ouvi dizer que o irmão é muito safado, mas não tenho certeza já que nunca vi nada pessoalmente - diz e suspira - Mas o salário é bom e eles querem alguém logo, eu também pois fiquei com o trabalho dobrado e isso é cansativo.

Fico escutando a conversa delas e aperto minhas mãos, talvez eu mostrasse meu currículo a ela.

- Oi moças - falo envergonhado e elas me olham de cima a baixo.

- Oi - a que falou primeiro responde - Quem é você?

- Eu sou Benjamin, mas pode me chamar de Ben, eu acabei escutando a conversa de vocês duas e estou a manhã toda entregando currículo - falo envergonhado e elas me olham - Eu posso te mostrar o meu, sou inteligente, sei falar quatro línguas, francês, italiano, inglês e português, aprendi desde meus três anos, não tenho formação pois ainda estou estudando administração e o melhor é que não sou uma mulher peituda.

As duas riem e sinto meu rosto corar.

- Aí que fofinho - a outra diz - Eu contratava só pela coragem.

- Deixe-me ver seu currículo - entrego a ela que lê - Você tem zero experiência.

- Mas aprendo rápido - falo.

- Vamos fazer assim, os patrões estão em reunião hoje, não vão voltar para a empresa, eu te ensino algumas coisas e se ver que você tem potencial te contrato pois estou muito sobrecarregada - diz e sorrio - Se você for um maluco nem tente nada pois lá é cheio de seguranças, ainda mais na ala dos Vincenzzo's.

- Não sou maluco - falo - Eu não vou te decepcionar.

- Então vamos - diz e sigo ela.

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Guardo o último contrato que revisei e mostrei a Eliza, ela parece contente com o que tenho feito, mas ainda não sei se terei uma resposta positiva.

A tarde passou rápido, atendi algumas ligações, marquei reuniões, revisei contratos, tudo sobre a supervisão dela.

- Então? - questiono esperançoso, ela comprime os lábios e suspiro triste - Não consegui né?

- Você fez um ótimo trabalho Ben - diz e sorrio - Vamos fazer assim, você fica vindo para ganhar experiência e será recompensado pelo trabalho, se o chefe gostar do seu trabalho será oficialmente contratado o que acha? Nós geralmente não fazemos assim, mas podemos abrir uma exceção pela nossa necessidade.

- Eu vou adorar! - falo e sorrio.

- Amanhã esteja aqui bem cedo, quero te passar tudo direitinho sobre qua do os chefes estão aqui - diz e assinto.

Empolgado abraço ela que ri, me afasto e despeço delas seguindo em direção a minha casa.

Ao chegar tomo um banho, como algo e me deito na cama rezando para conseguir esse emprego.

Parando para pensar eu nem me dei conta de qual o salário, mas não importa, eu tendo dinheiro para comer já é o suficiente.

Estou tão feliz, espero que tudo dê certo.

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As datas de postagens serão: Segunda, quarta e sexta.

Doce Sabor Do PecadoWhere stories live. Discover now