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Quando me mudei para a Escócia com Phillip, logo após nosso casamento, imaginei que seriam os momentos mais felizes de nossas vidas. Ele fez questão
de levar-me a todos os bailes e saraus possíveis aos quais ele pudesse ir. Me exibia com orgulho. "Essa é Florence, minha encantadora esposa." Nunca me importei. Eu até gostava de ver toda a admiração que ele tinha por mim e toda a felicidade que ele demonstrava sempre que concordavam com ele. "Sua esposa é realmente muito bonita."Pena que toda a felicidade acabou tão rápido. Logo começaram as brigas, e os meus choros constantes.
— Já passou da hora de você me dar um herdeiro. De que me serve uma esposa estéril?
Tentamos ter um herdeiro. Diversas vezes. Acredito que esse foi o principal motivo do desgaste do casamento, a ansiedade todos os meses quando esperávamos que os lençóis, brancos, não ficassem manchados de sangue.
Tentei me reaproximar. Infinitas vezes. Os filhos eram importantes, mas eles não eram a única coisa que faziam uma união ser feliz. Pelo menos era o que eu acreditava, mas para o Sr. Finch não era assim. Tentei reaproximar-me mais vezes do que se podia contar nos dedos das mãos, mas sempre recebia como resposta olhares frios e respostas desdenhosas.
— Não toque em mim. Não vejo motivos para estarmos juntos se você é tão inútil ao ponto de não conseguir gerar um herdeiro.
Como tudo aquilo me doía. Aquelas palavras certamente rasgavam meu peito sempre que proferidas. E eu me sentia sozinha.
Não demorou muito para que depois de toda a decepção nos tornássemos estranhos de verdade. Mudei de quarto. Para um bem longe da visão de meu marido. Ele começou então a chegar tarde, beber diariamente e quase não trocar nenhuma palavra comigo. Porém, havia dias em que ele entrava em meu quarto. Tirava minhas roupas com agressividade — às vezes mesmo com os meus protestos — e se satisfazia sem se importar se me dava algum prazer. Me machucava e saia como se nada houvesse acontecido. Consequentemente depois de tudo eu ficava lá imóvel, chorando e me sentindo como uma prostituta.
Eu sentia falta dos beijos e dos carinhos, mas não me pronunciei mais quando vi que ele se irritava. Logo parei de comparecer aos eventos sociais juntamente a ele. Ele ia sim, mas sempre sozinho. Parei então de ter vontade de andar pelas ruas e ser alvo das fofocas. A localidade criou então um boato de que eu estava doente e esse era o motivo de eu não sair de casa. Phillip nunca desmentiu. Para ele, era menos vergonhoso ter uma esposa doente a uma que não podia lhe dar um sucessor.
Parei também de escrever com frequência para a minha família em Londres. Eu odiava ter que mentir em todas as cartas ao dizer estar bem e feliz. Odiava dar esperanças e dizer estarmos tentando conseguir um herdeiro. Minha irmã Aurora — que agora também já era uma mulher casada — não demorou muito tempo após o matrimônio para escrever-me falando estar a espera do seu primeiro filho. Tentei ficar feliz, juro que tentei, mas aquela notícia fez somente com que Phillip endurecesse mais o seu coração.
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O Despertar de Florence
RomanceAo mudar-se para a Escócia com seu marido, Florence, achou estar dando o ponto crucial para sua nova vida feliz. Entretanto, mal sabia que aquilo seria o início do seu próprio inferno pessoal. Um dia, ao ir a um baile da aristocracia, se pegou sendo...