10. Fogos de Artifício

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~depois~

P.o.v Woo-bin

         Cheguei na escola, e fui procurar pelo Ji-hoo na garagem, ele costuma aparecer cedo e fica me esperando por lá, pra ter mais tempo comigo. Esperei ele por um bom tempo, mas não tive nenhum sinal dele na garagem. Então, fui pra sala dos F4. Abri a porta da sala esperançoso pensando que Ji-hoo estaria lá, mas acabei me deparando com Jina e Yi-jung.
Jina: Woo-bin!
         Chegava até ser cômico o comportamento da Jina com a gente. Apesar de sua aparência juvenil, ela se porta como nossa mãe. Sempre que pode, ela faz questão de puxar as nossas orelhas e fazer piadas que nos envergonham em público.
         Ela levantou do sofá e me deu um abraço sufocante, em seguida me soltou, dizendo: você cresceu, sabia? Era o menor do grupo.
        Revirei os olhos, e disse: nem lembre.
        Ouvi o Yi-jung rindo e ela encarou ele, dizendo: nem ouse rir, você era menor que eu.
Yi-jung: é óbvio! Você é mais velha.
Jina: aaah não! Você não me chamou disso.
         Ela pegou um travesseiro do sofá e jogou na cara dele, enquanto eles riam.
Woo-bin: v-vocês viram o Ji-hoo?
         Jina me olhou surpresa, e perguntou surpresa: o Ji-hoo? Cadê ele mesmo, ein? Ele não é o engomadinho que sempre chega cedo?
Yi-jung: boa pergunta.
        Ouvi alguém abrir a porta da sala e olhei ansioso para a porta, mas minha ansiedade converteu em frustração quando vi Jun-pyo entrar na sala.
Jina: cof cof. Você não vai dar oi pra noona?
Jun-pyo: noona--
Jina: por que você passou a tarde e a noite trancado no quarto? Eu queria te ver!
Jun-pyo: eu estava estudando.
      Jina riu, e disse: por que começou a se dedicar tanto assim do nada?
Jun-pyo: não é da sua conta.
     Ela foi até ele e pegou na sua orelha com força, saindo arrastando ele pela sala, enquanto brigava com ele.
       Yi-jung me olhou, e disse: ele merece as porradas que leva da Jina.
      Ela parou, concordando com Yi-jung: tá vendo, Jun-pyo?!
      Yi-jung olhou pro Jun-pyo, enquanto falava: o Ji-hoo me contou que esses dias você sequestrou uma garota só por quê gosta dela e ainda pediu ela em NAMORO!
       Ouvi Jun-pyo resmungar e vi Jina dar um tapa no rosto dele.
Jina: VOCÊ TÁ DOIDO?
        E lá vamos nós, pelo menos agora ele vai ser punido.

~depois~

P.o.v Helena

      Finalmente a Dae voltou, fiquei alegre em revê-la, mas ao mesmo tempo me assustei com seu estilo novo, ela estava bem diferente. Dae pintou o cabelo de azul, seu rosto estava mais fino e delicado, como se suas bochechas proeminentes tivessem sumido de sua face num passe de mágica. Além disso, ela começou a prender o cabelo do mesmo jeito que eu costumo prender.
Dae: olá, Helena.
       Sorri nervosa, e disse: oi.
Dae: o que rolou durante esse tempinho que faltei? Acredita que eu tive uma reação alérgica por causa do ar-condicionado da escola?
Helena: nossa, sinto muito.
      Eu respirei aliviada, por saber que sua ausência não tinha nada a ver com aquele """incidente""" da escada.
Dae: mas não se preocupe agora estou ótima, até pintei o cabelo olha.
       Ela falava sobre esse tempinho que estava fora e eu não conseguia parar de olhar seu rosto, será que ela está tentando parecer comigo? Pfff deixa de ser doida, Helena! Nada gira ao seu redor. Mas... Aquilo era esquisito. Desde que cheguei, costumo ver Dae com uma maquiagem bem forte e agora ela não usa mais nada, nem os brincos exagerados e chamativos ou qualquer outro acessório.
          Tentei ignorar essa minha paranoia e foquei na aula. Não demorou muito pra tocar pro recreio, quando se foca muito na aula o tempo parece voar. Dae me pediu pra ir com ela até seu armário e eu aceitei, estava com saudades de falar com ela durante o recreio. Assim que chegamos, senti alguém tocar meu ombro, virei pensando ser o Dudu, mas era o Jun-pyo. Ele estava segurando uma carta bem bonita, observei seu rosto e notei que ele parecia estar nervoso.
Jun-pyo: Oi, Helena.
Helena: ah não... Você não tá pensando em me sequestrar de novo, né?
         Fechei a mão, já me preparando pro futuro soco. Jun-pyo me olhou, arfando com chateação, e disse: Não! Por que toda vez que tento ser gentil com você isso acontece?
Helena: hmmm, por que será? Lembra quando você me chamou de smurfete? Ah isso foi pouco, lembra quando você me humilhou pedindo pra lamber seu rosto? Ou quando você-
         Ele revirou os olhos, e me interrompeu: você teve o privilégio de ir pra minha casa, ninguém daqui sem ser membro do f4 jamais pisou na minha mansão.
       Eu debochei desse tal "privilégio", e disse: grande coisa.
       Ele abaixou seu rosto até o meu, sua face estava poucos a centímetros da minha. Meu coração disparou, ele me estressa tanto que até meu corpo dá sinais do meu ódio por ele.
        Ele disse, enquanto observava fixamente minha boca: Grande coisa? Como assim grande coisa, ein? Eu fiz meu melhor por--
            Jun-pyo parou de falar, seus olhos correram até os meus e pude notar seu semblante um pouco assustado.
Helena: você o que, ein? Por que parou de falar? Dá pra tirar essa sua boca de perto da minha cara? Eu tenho medo de você morder, pinscher descontrolado.
            Sua expressão surpresa mudou para uma mais amena e natural, e com amena e natural me refiro a sua cara de estresse, que nunca muda a não ser quando está perto de mim.
            Ele franziu o cenho, indagando: você me chamou do que?
Helena: quer que eu repita?
        Ele se afastou de mim, e olhou para os lados se lamentando: por que o Ji-hoo me pediu pra fazer isso?!
Helena: o quê que ele quer?
         Ele colocou a carta na minha cara, e disse: pega logo isso.
         Cruzei os braços e fiz biquinho, falando: e se eu não quiser?
Jun-pyo: PEGA!
Helena: tá, já que você insiste.
          Eu peguei e li rapidamente, era um convite pra festa de aniversário do Ji-hoo. Ninguém da minha escola antiga costumava me chamar pra festas aniversário...
         Sorri, animada e honrada, respondendo: diga a ele que eu estou grata.
Jun-pyo: não sou garoto de recados.
Helena: por que ainda está aqui então?
          Eu estava encarando ele e vi a Jina correndo até mim. O QUE ELA TÁ FAZENDO AQUI??? Tentei aparentar ser receptiva, enquanto ela me abraçava, como se fossemos grandes amigas.
Jina: Helena!
Helena: oi, Jina. Como vai?
          Ela me soltou e olhou pro Jun-pyo, enquanto falava: vou bem. Você conhece meu irmão?
Helena: seu o quê?!
          Encarei os dois e realmente eles se pareciam um pouco, os dois são super altos e tem um sorriso idêntico.
            Ela riu, e disse: infelizmente ele não conseguiu puxar a beleza da família.
Helena: notei.
Jun-pyo: olha se vocês ficarem nessa de falar mal de mim eu juro que--
             Jina arqueou a sobrancelha, num tom de deboche, e falou: jura o que?
Jun-pyo: nada...
            A Jina olhou pra mim, com uma cara maliciosa, falando: já que você é a primeira amiga do meu irmão, vou te contar os podres dele. Ele é bem esquisito, sabia? O Yi-jung me disse que ele sequestrou uma garota que gosta só pra pedir ela em namoro! É um maníaco mesmo.
        Eu dei uma risada fraca e engoli seco rapidamente, senti meu corpo gelar aos poucos e meu coração pular que nem dançarina de frevo. Ele-Ele gosta-- Ele gosta DE QUEM? Nah Helena, não é você! Relaxa, ele deve sequestrar várias--- ISSO É PIOR AINDA---  Olhei pra ele e seu rosto corou em segundos. Ele ficou parado me olhando sem reação nenhuma, como se estivesse com medo de como eu responderia a o que acabara de ouvir. Jina olhou pra mim e em seguida olhou pra ele, tentando entender o motivo por trás da nossa confusa troca olhares.
Jina: pera aí... Ele gosta de você!
        Ele deu as costas para nós duas, e correu desesperadamente. Jina me olhou, confusa, e foi atrás dele. Virei na direção da Dae e ela estava lá, parada com uma cara meio esquisita. Apesar de suas feições inexpressivas, pude perceber lágrimas escorrendo por sua bochecha.
Helena: Dae??? O que houve?
            Dae continuou em silêncio, um sorriso pequeno foi surgindo em seu rosto e aumentando gradamente. Encarei ela assustada, esse sorriso parecia ferir ela a cada vez que ele crescia.
Helena: D-Dae---
              Ela limpou seu rosto calmamente, e me respondeu com o sorriso imenso: me perdoe, eu bocejei e algumas lágrimas escorreram, sabe como é né?
           Arfei tensa e ela, continuou a falar num tom sarcástico: você foi a primeira pessoa a ser convidada pessoalmente por um dos F4, que sorte.
Helena: v-você vai?
Dae: é óbvio! É um evento muito importante.
Helena: ah... Eu nem sei com que roupa ir.
Dae: sério? Você nunca foi a uma festa de aniversário antes?
Helena: não, no Brasil eu não tinha amigos, mas eu costumava ir pra festas infantis dos meus primos, a comida era excelente.
         Ela riu e disse: você é estranha.

Flores para HelenaWhere stories live. Discover now