Capítulo 1 - A Menina sem Sobrenome

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O senhor Coulomb acordou num salto quando ouviu um grito no quarto de sua filha, mas ele não distinguiu bem as palavras da menina.

Desmond Coulomb, pai de Brigitte, leva um susto ao ouvir outro berro, dessa vez de sua esposa acordando de olhos arregalados, a seu lado, e se agarrando em seu ombro.

Atônito, só conseguiu entender o segundo berro:

- Ela está aqui! – disse a Sra. Coulomb.

- Ela quem? – perguntou o Sr. Coulomb, sem saber se se largava das mãos da esposa, ou se devia se levantar para ver o que sua filha aprontou dessa vez.

- Aquela inglesa maluca! Eu a vi!

- Querida..., não tem ninguém aqui.

Mas a senhora Phoebe Coulomb fez que não ouviu o marido, e continuou agarrada, apavorada, ao ombro de Desmond, enquanto ele se esforçava para se levantar da cama e ver o que aconteceu dessa vez lá embaixo, no quarto da menina.

Sempre que o dia começava assim para os Coulomb, aos gritos, em balbúrdia, nunca terminava bem, e o Sr. Desmond já previra de antemão que esta segunda-feira não seria diferente.

Os dois se levantam, calçam as sandálias, e o homem magro põe seus óculos para enxergar melhor o interior do armário, de onde retira um bastão de beisebol.

- O que você vai fazer? – pergunta a esposa.

- Eu vou acertar aquela vigarista dessa vez.

- Não! Você sabe o que aconteceu da última vez.

- O que aconteceu?- perguntou Desmond, olhando para cima, tentando se lembrar.

Na verdade, os dois fazem isso, ignorando por um segundo os berros da menina lá embaixo, como se salvar a filhinha de um perigo desconhecido fosse uma tarefa secundária diante da estranha amnésia que o casal tinha para certas coisas de vez em quando.

- Eu não quero ir! – berrou a garota lá embaixo.

Agora, salvar a filhinha voltou a ser prioridade, já que os Coulomb se esqueceram do que haviam se esquecido, e lá rumam os dois pelos degraus no fim do corredor.

De repente, se ouve o som de máquinas embaixo da escada. Não que eles tivessem qualquer maquinário na residência, mas o som era real, e surreal foi o que se deu a seguir. A escada, mesmo sendo comum, circular, e de madeira, começa a trabalhar feito uma escada-rolante, para cima, e os dois atrapalhados tentam, que tentam descer, e quanto mais rápido eles se esforçam para descer, mais rapidamente os degraus se moviam para cima, de modo que eles não conseguiam nunca sair do lugar.

O Sr. Desmond resolve então se soltar das mãos da esposa e, com agilidade, pula da escada até a sala de estar com o bastão bem firme nas mãos, enquanto sua esposa escorrega presa à escadaria, e volta a subir deitada ao corredor de onde veio.

- Pega ela, querido! – grita a mulher.

Anexo à sala, havia o corredor que conduzia à copa, ao banheiro térreo e a um dos quartos, de onde vinham os gritos.

Abrindo a porta do quarto, ele acende o interruptor do recinto escuro, pois não haviam janelas ali, e ao olhar para cima, ele encontra Brigitte agarrada firmemente na haste do ventilador de teto, que girava freneticamente embaixo da menina.

- Socorro, papai! – gritava a desesperada menina, apavorada com as pás do ventilador logo abaixo.

Desmond desliga o ventilador, e na mesma hora, a escada volta ao normal. Logo, a Sra. Phoebe alcança os dois e vê a cena.

Harry Potter Continuação - Brigitte Coulomb e o Báculo de Mercúrio - Livro 1/7Onde histórias criam vida. Descubra agora