Não Somos Um Clichê

28

Quarta-feira.
12:46h.

Sair da escola e acabo esbarrando em Raven e Nathan, os dois me olham como se eu fosse uma desconhecida. Tô começando a odiar eles.

Eu: Precisamos conversar.

Nathan: Me dá três dias que pago seu dinheiro.

Eu: Não é isso, mas sim o clima chato que ficou entre a gente.

Nathan: Não somos amigos.

Eu: E nem precisamos ser, mas bora manter o respeito por nossos pais. Ou vai querer que eles descubram?

Nathan: Tarde demais. Quando seu amante foi lá em casa tirar satisfação, meu pai ouviu tudo, até me deixou sem celular e já contou pra sua mãe, ela ainda não te ligou?

Apenas neguei com a cabeça. Meus pais vão fazer votos de silêncio, isso é a única explicação.

Raven: Desde quando você fica com Trevor?

Eu: Nunca fiquei com ele, gosto de Martin.

Nathan: Pensa assim, se você realmente gostasse tanto de Martin, como seu coração teve espaço para Trevor? Quando chega a noite, quem você quer contar sobre seus estresses, fracassos, acertos e conquistas do dia? Quem faz seu coração bater tão forte que parece que terá um ataque cardíaco? Quem tira o sorriso seu só pelo fato de citar o nome? No fundo, eu e você sabemos que não é o Martin. Minha única curiosidade é saber como começou seu rolo com ele.

Nathan pode ser um put4 de um babaca, mas ele é esperto. Demorou mas sacou que rolou algo comigo e Trevor. Mas esse negócio de ataque cardíaco e fim do dia, não faz sentido. Eu realmente acho que gosto de Martin... ou é do Trevor?

Martin é legal, carinhoso e parece gostar de mim, ele com certeza é o cara certo. Mas Trevor, está cheio de problemas como eu, não preciso de mais um.

Eu: Está passando tanto tempo sozinho com sua derrota que tá até inventando histórias. Você precisa de tratamento.

Raven: Martin já sabe que você apostou ficar com ele? –ela pergunta em um tom alto em que qualquer um a nossa volta poderia escutar. E justamente ele escutou, não foi Martin e mas sim ele. – Responde, Briana.

Eu: Vou contar essa semana ainda. –respondi com raiva.

Raven: Se passar dessa semana, eu mesma conto.

Eu: Boa sorte. –falei e eles saíram. – Está me seguindo?

Chris: Acha certo fazer apostas?

Eu: Não perdia nenhuma com você, aliás seu ódio era tanto que até me batia né?

Chris: Desculpa por isso, eu mudei.

Eu: Difícil acreditar. –falei e sair andando mas sentir ele atrás de mim.– Me deixa em paz, pega sua namorada e vai embora.

Chris: Podemos trocar um papo sem ela? Prometo que depois disso te deixo em paz.

Parei de andar e pensei um pouco, apesar de tudo, conversar com ele não vai deixar minha vida pior. Caminhamos até um bar pela redondeza, pelo o horário o bar não estava cheio, apenas com três velhos bebendo e rindo.