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Dois meses depois.
Domingo, 23:39h.

Dois meses se foram voando, fiquei muito amiga de Raven e Nathan, são os amigos que nunca tive. Com eles percebi que meus antigos amigos na verdade eram apenas colegas de copo.

Os dois na verdade não são amigos de Trevor e Martin como pensei, eles só trocam uma ideia com eles por terem passado a infância toda juntos.

Agora estou sentada na calçada em frente minha casa com Nathan e Raven conversando e bebendo vodka.

Nathan: Tá ficando tarde hein galerinha. Temos aula amanhã.

Eu: Não estou preparada pra aguentar o pessoal.

Raven: Mentirosa! Tá doidinha para ver seu namorado. -diz se referindo a Martin.

Nathan: Ela nem tem chance, para de sonhar, Raven.

Eu: Como é, Nathan? Não tenho chance? Só não tô com ele porque não quero.

Nathan: Ele quer alguém pra somar junto, não pra gastar dinheiro em festas e bebidas.

Eu: Ele bebe e vai pra festa.

Nathan: Pra curti com os amigos, é diferente.

Eu: É o seguinte, –falo e me levanto ficando de frente para os dois que me olham confusos.– ficar admirando a beleza alheia não é pecado e não significa que gosto da pessoa. E outra, o Martin não faz meu tipo, ele é muito certinho.

Raven: Em defesa do meu colega, ele só está focado nas metas dele, é errado?

Nathan: Ela tá arrumando desculpas porque sabe que ele não ficaria com ela.

Encaro ele por uns segundos e mordi os lábios com raiva.

Nathan: Tá vendo? Nem se defende.

Eu: Quer apostar que posso ficar com ele?

Nathan: Até o final do ano? –confirmo com a cabeça e ele levanta.– Se eu ganhar, quero duzentos reais.

Eu: Quando eu ganhar, vou querer o dobro. –ele ri confiante e estica a mão.

Raven: Vocês beberam muito, essa aposta é maldade.

Estiquei a mão e apertamos ignorando total o que Raven disse.

Raven: Isso vai da merda, não sinto coisa boa e acho bom anotarem o que acabei de dizer. –fala se levantando.

Nathan: Isso é o sono falando na sua cabeça, priminha.

Eu: Acho melhor vocês irem já que moram longe.

Eles concordam e vão embora. Passo pelo portão de casa, tranco ele e vou até a lixeira onde jogo a garrafa de vodka vazia. Entro dentro de casa e vejo meus pais assistindo alguma coisa, vou direto para meu quarto, me jogo na cama e logo pego no sono.

Segunda-feira, 07:24h.

Entro na minha sala de aula e me sento ao lado de Martin que está mexendo no celular.

Eu: É Martin seu nome né? Não nos falamos muito e sou ruim com nomes. –falei puxando assunto e ele me olha sem entender.

Martin: Tá certo. Posso ajudar em alguma coisa?

Eu: Já que perguntou, pode sim. –ele guarda o celular quando percebe que a conversa pode demorar.– Nos dois bimestre que passaram minhas notas ficaram vermelha, andei me informando e ainda dá tempo de recuperar.

Martin: Você pode pedi aos professores alguns trabalhos, eles são legais em relação à isso.

Eu: Só trabalho não é o suficiente, preciso me sair bem nas provas, e quero saber se você poderia me da algumas aulas particulares. –ele me olha surpreso.

Martin: Você não é amiga da Raven? Ela é estudiosa.

Eu: Ela trabalha como babá do filho dos Belts, ficou sem tempo pra me ajudar.

Ela está trabalhando é verdade, mas está sem tempo é mentira. A professora de literatura entra na sala.

Martin: Depois a gente fala sobre isso.

Confirmei com a cabeça e passo o resto das aulas mexendo no celular.

Intervalo, Martin narrando.

Sair da sala de aula com Trevor do meu lado, fomos para o refeitório e comprei um sanduíche, achamos uma mesa vazia e sentamos.

Trevor: Agora vai me contar o que a novata queria?

Eu: Aulas particulares.

Trevor: Deve tá querendo te pegar.

Eu: Acho que não. Ela só dorme nas aulas, deve tá realmente precisando.

Trevor: Escuta o que tô dizendo, ela quer você! –fala e bebe um suco de melancia.

Eu: Pra da certo, os dois tem que querer e eu não quero. Mas vou ajudá-la nos estudos.

Trevor: Nos estudos? Vocês vão ta se pegando daqui a pouco. Se realmente não quer nada com ela, começa falando que não pode ajudar. –diz sério.

Eu: Te garanto que ela não me quer. –ele ri desacreditado.

Vejo Briana entrar no refeitório com Raven e Nathan, ela me ver e acena mas viro o rosto voltando a falar com Trevor.

Briana Narrando.

Sentamos nas arquibancadas depois de ter passado no refeitório.

Eu: Vocês viram ele virando o rosto quando acenei?

Nathan: Espero que continue assim.

Eu: Depois que ele aceitar me ajudar, vai da tudo certo. Logo terei quatrocentos reais e as notas azuis, preciso de mais alguma coisa?

Raven: Uma pessoa magoada? –olhei pra ela sem entender.– ele vai se sentir usado quando descobrir e se não se sentir, você vai ficar mal por ter feito isso, um dos dois vai se magoar e tem a probabilidade de ser os dois também. Para com essa aposta, ainda dá tempo.

Nathan: Ele não tem tempo pra se apaixonar, Raven. Acha que tô apostando na sorte? Essa já é minha.

Eu: Nunca perdi ou desistir de uma aposta, essa não vai ser a primeira vez.

Raven nega com a cabeça e fica mexendo no celular enquanto eu e Nathan dividimos o fone dele.

Continua...
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