ENTURMAR

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MELISSA GOMES

Já faz um mes que estou aqui na Itália, com a rotina de sempre.

Acorda e ir direto para a faculdade, horas de plantão e finalmente voltar para casa.

Apesar de nao estar conhecendo e saindo muito por falta de tempo ja fiz alguns amigos na minha turma.

Passo pelo corredor do hospital escola e sigo para a sala de internos, onde fica todos os nossos pertences.

Acabei de finalizar 24 horas de plantão seguido, mal vejo a hora de dormir.

Entro na sala e vou até meu armário, dígito minha senha e pego minha mochila, me troco e guardo meu jaleco na bolsa novamente vendo minha amiga de turma chegar.

- eai Mel o que vai fazer amanha a noite ?- ela mal entra na sala e já me pergunta, Isabela foi a  primeira pessoa que tive contato assim que cheguei.

Ela é imperativa e muito extrovertida, totalmente o meu oposto, mas o tipo de pessoa, que me faz sentir como se estivesse em casa.

- acho que estudar mais um pouco - digo colocando minha mochila nas costa.

- ah para de ser chata vamos sair com a gente ! Você nunca vai - ela fala e vê o outro colega de turma que entra -  Né? - ela pergunta a Luighi que chega em seu lado.

- sobre o que eu tenho que concordar ? - pergunta rindo a abraçando de lado e sorrimos tambem.

- sobre Mel sair com a gente amanha! - diz pegando sua bolsa e vendo Leo entrando.

- concerteza Melissa vamos ! Desde quando você chegou nao saiu ainda - diz

- estao falando sobre o que ? - leo pergunta - sobre a nossa idosa Mel ? - diz rindo

- se voces pararem de encher meu saco eu vou - falos e eles comemoram - psiu sem barulho seus doidos. - falo sorrindo vendo a animação de todos.

Saímos do hospital escola e vamos em direção do ponto de parada de todo interno o barzinho logo a frente.

Seguimos em direção ao barzinho  onde geralmente os internos e médicos fazem sua refeição e esperam o próximo plantão e sentamos nos quatros como sempre aproveitando uns minutos antes de voltarmos.

- Ola Marco hoje eu vou querer um espaguete à carbonara - digo depositando o cardápio na mesa de madeira.

- eu também ! - diz Leo, ele sempre pede o que eu peço.

- eu quero uma lasanha de queijo - fala Isabela esfregando suas duas mãos ansiosas.

- e eu vou querer - Luighi para e olha para o cardápio -  ravioli com carne - termina falando alto e Marco sorri anotando.

Ele termina de pegar todos os nossos pedidos e segue em direção do balcão para iniciar os nossos pratos.

- entao o que estao achando da clínica cirúrgica? - pergunta Leo puxando um assunto.

- to gostando mais que eu imaginava - digo animada.

- é bem a cara de voces dois mesmo- diz Isabela apontando o dedos para nós - eu ja prefiro Ginecologia/obstetrícia - fala e Luighi faz uma careta.

- o que foi? - ela pergunta brava e ele sorri sem graça.

- corajosa você em ! - digo e ela me encara- nao gostei muito nao. - falo sincera.

- eu ja to ansioso por pediatria ! - diz Luighi animado.

- acho bem sua cara - digo sorrindo.

- só toma cuidado para não te confundir com uma criança - Isa fala e ele fecha a expressão - pelo menos o modo de pensar é igual - fala e ele a olha com raiva.

- agora cirurgia e bem a cara de voces dois mesmo! - Luighi fala mudando de assunto

- eu tenho cara do que ? - pergunta Isabela.

- tudo menos psiquiatra - Luighi diz rindo e ela mostra o dedo do meio.

- pois saiba que eu seria uma ótima psiquiatra - diz Isa fazendo um bico.

- tenho certeza - digo e os meninos fazem careta .

- idiotas - ela fala e todos nos rimos.

Adorava passar esses momentos com eles, eram o que me faziam lembrar de familia aqui.

***

- Saiam da frente ! Temos um traumatismo passando. - saio junto com Isa e observo enfermeiros e médicos acompanhando a maca com o paciente.

- nossa eu to tao cansada. - digo e ela acena

- daqui - ela para e olha o relógio no seu pulso - 12 Minutos acaba nosso plantão de 36 horas. - ela diz e suspiro de alívio - por isso sair amanha - fala e já sei que irá retornar o assunto da saída -  merecemos - ela fala alto e sorrio concordando.

Quando eu vou falar vejo uma enfermeira vindo em minha direção.

Vou olhar para Isa mas ela já correu para esse atendimento não sobrar para ela, suspiro e vou em o encontro da enfermeira.

- doutora preciso de voce aqui agora ! - uma enfermeira chega ao meu lado me chamando - tem uma criança precisando de um atendimento, mas eu estou estagiando ainda, eu não tenho confiança suficiente...

- tranquilo - digo a acalmando - só me mostra onde está - falo e ela me chama para segui-la.

Sigo correndo pelos corredores atrás dela até ver uma mãe desesperada com seu filho no lado.

- tentei desengasga-lo e nao consegui - ela diz.

- ok me de aqui a criança - digo pegando enquanto os pais estao em desespero.

Deito a criança de bruços em meu braço, apoiando a cabeça em minha mão, essa criança nao deve ter mais de 3 anos.

Respiro fundo mantendo minha calma, ja tem desespero demais aqui.

Efetuo cinco tapinhas em sua costa com o intuito de expulsar o corpo estranho.

Viro a criança e faço cinco compressões em seu peito, e nada dele respirar.

Faço mais cinco tapas em sua costa tentando a todo custo fazer a criança reagir.

Faço a reanimação mais uma vez.

Tento novamente.

Faço outra reanimação, a viro e tento mais cinco tapas em sua costa e a criança expele o causador de seu engasgo.

Vejo que ela esta reanimando e a seguro de uma forma que possa voltar a respirar normalmente.

Solto finalmente o ar que estava prendendo durante toda a tenção, olho e vejo a enfermeira respirar aliviada, viro e vejo a mae ajoelhada chorando e sinto algo em meus pés e vejo o pai ajoelhado me abraçando.

Levanto Minha cabeça lentamente soltando o ar que estava preso pelo o nervosismo e um suspiro de alívio, me fazendo sentir calma novamente.

***

- estava te procurando! - diz leo quando chego no grupo que ja estava em frente do hospital esperando o taxi.

- eu realizei uma manobra de heimlich em uma criança de 2 anos. - digo respirando fundo.

- nossa serio ? Conseguiu de boa ? - perguntou luighi

- sim, mais ca entre nois, foi muito aterrorizante, o desesperos dos pais me deixou nervosa!

- qual corpo estranho ? - pergunta Isa.

- uma moeda - digo

- todo cuidado é pouco !- diz leo

- com certeza - ele me encara de um jeito intimidante e o vejo querendo me falar algo, quando ele finalmente vem em minha direção, olho para rua meu táxi se aproximando.

- meu taxi chegou tchau - digo.

- ate amanha - eles dizem juntos e vejo Leo ficar mais triste, entro no carro e jogo minha mochila no lado, jogo a cabeça para trás e pego meu celular discando para meu pai.

Sigo para a casa esparramada no taxi so quero descansar bem essa noite para poder curtir amanha.

LIGADA AO MAFIOSO - 2° Geração ( HERDEIROS FONTANA) - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora