- Um guarda não cobre duas saídas, nem janelas do segundo andar, nós se desfazem e trancas são abertas, a entropia vem da ordem certo?
- Jesus parecia calmo, demonstrava que não tinha nenhum medo de nenhum de nós.

- Eu vi seu arsenal, eu não via algo assim a bastante tempo, estão bem equipados, mas suas provisões estão baixas, muito baixas para o número de pessoas que tem nesse lugar, cinquenta e quatro pessoas?
- O estranho perguntou, e como ninguém respondeu, me senti na liberdade.

- Mais doque isso, andou contando?
- Respondi irônica enquanto o cabeludo me encarava.

- Bom, obrigado pelo Cookie, parabéns a chefe!
- Me encarou e Daryl foi rápido na resposta, dizendo que a responsável pelo biscoito não estava ali, e então Jesus passou a encarar o caçador.

- Olha sei que começamos com o pé esquerdo, mas estamos do mesmo lado, o lado dos vivos, você e o Rick podiam ter me deixado lá, mas não, eu sou de um lugar que é bastante parecido com esse aqui, minha função é procurar outros assentamentos para fazer trocas, eu peguei seu caminhão porque a minha comunidade precisa de coisas, e vocês dois pareciam encrenca, mas eu estava errado, vocês são do bem, e aqui é um bom lugar, eu acho que as nossas comunidades podem se ajudar.

- Vocês tem comida?
- Perguntei e Jesus desviou a atenção de Daryl para mim.

- Começamos a criar animais, nós vasculhamos, plantamos, tudo de tomate até soja.

- E porque devemos acreditar em você?
- Dessa vez foi Rick quem perguntou.

- Eu posso te mostrar, de carro a gente vai levar um dia, e aí vocês vão ver quem somos e oque temos a oferecer.
- Respondeu.

- Espera aí, você disse que vai atrás de outros assentamentos, quer dizer que está negociando com outros grupos?
- Perguntei enquanto o encarava.

- Seu mundo está para ficar bem maior gata!
- Me olhou e sorriu, me senti envergonhada, e no mesmo instante desviei meus olhos para Rick, o vi travar o maxilar incomodado com o elogio do estranho.

- Com todo respeito, mas eu não sou cego.
- Jesus ergueu as mãos em sinal de rendição enquanto encarava o xerife, e mais uma vez eu estava constrangida na presença do estranho, algo me dizia que não seria a última.

***

Alguns minutos depois e já estavamos prontos para partir, decidimos dar uma chance e acreditar nas palavras do homem, não tínhamos muito a perder, estávamos precisando mesmo de alimentos, e se o tal Jesus estivesse mesmo falando a verdade, metade dos nossos problemas estariam resolvidos.
Sorri para Judith enquanto sentia seus bracinhos gordos e pequenos me apertarem.
- Oque foi meu amor, vai ser rápido, mamãe promete, enquanto isso se comporte, tio Gabriel vai cuidar bem de você!
- Beijei o topo da testa da bebê, e Rick fez o mesmo enquanto nos abraçava.
Carl sorriu, e então eu passei a menina para os braços do irmão.

- Vocês tem certeza se devem ir?
Perguntou enquanto acomodava a pequena.

- Não, mas se for verdade, pode ser o começo de tudo, pegue sua bolsa, Gabriel vai ficar com a Judith para a gente.
- Rick encarou o filho.

- Não, eu não vou, alguém precisa ficar e tomar conta daqui, e além do mais, um garoto com a cara estourada não passaria uma boa impressão.
- Deu um meio sorriso e eu o repreendi mais uma vez, o menino sorriu, aquilo foi só uma forma de ele fazer piada com a minha cara já que sabia que eu havia acabado de pedir para ele não ficar tão deprimido com a própria imagem.

- Que bom que estava brincando, ouvi dizer que a Enid adora garotos com a cara estourada!
- Pisquei para ele e o vi avermelhar de vergonha, Rick sorriu se divertindo com a situação.

THE HOPE • Rick GrimesWhere stories live. Discover now