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PEPPER

Morgan era estranhamente quieta. Exceto, é claro, quando estava com fome. Por isso, era bem normal vê-la entrando no quarto aos berros no colo de uma enfermeira e assistir ela ficar calma instantaneamente quando alcançava meu peito. Morgan também não era nada sutil quando estava faminta.

Depois de que estava totalmente cheia - até demais - ela lutava contra o sono, observando o movimento no quarto. E então, apenas dormia no colo de Antony, provavelmente cansanda de tentar entender quem era aquele homem que se derretia todo por ela.

Tony não sabia disfarçar que sua nova obsessão era Morgan. Podíamos estar conversando sobre a coisa mais interessante do mundo, mas era só ela entrar em cena que eu perdia toda a atenção para ela. Era adorável.

No dia em que recebi alta, fomos surpreendidos pelas mais novas avós na nossa casa.

"Achei que vocês viriam apenas semana que vem." Falei enquanto abraçava elas.

"E você realmente acha que iríamos demorar tudo isso para vir conhecer nossa neta? Nem pensar." Sra. Stark disse e eu ri.

Eu me sentia mais confortável com minha mãe e minha sogra ali.

Naquela tarde, quando Morgan se gorfou toda, quase obriguei suas avós a me ajudarem a banhar ela. Estava morrendo de medo de fazer algo errado, ou por exemplo, Morgan escorregar e se estatelar no chão.

Tony assistia tudo bem de perto dentro do banheiro.

Morgan, continuava quieta e encarava todos aqueles rostos meio confusa, provavelmente se perguntando o por que de tantas pessoas num lugar só.

Quando Howard chegou pela noite, ele parecia fascinado com a neta. Até dado alguns sorrisinhos ele havia dado. E quando anunciamos que era hora de Morgan ir deitar, notei um certo desapontamento de sua parte.

O berço de Morgan estava poucos metros longe da minha cama e de Tony, deixando mais fácil a caminhada durante a noite.

Como estava sendo nos últimos três dias, alimentei Morgan e Tony a colocou para arrotar e dormir.

Passamos a velar o sono de nossa filha pelos próximos 15 minutos, apenas em silêncio.

A luz do quarto estava extremamente fraca, e todo aquele cansaço que o hospital trazia estava me fazendo querer dormir também.

"E você também vai se deitar." Tony envolveu - com todo cuidado, levando em conta que eu literalmente havia dado à luz há pouco tempo e tudo ainda doía - seus dois braços por trás de mim, me guiando até nossa cama.

"Não estou com sono." Falei distraidamente.

Ouvi Tony rir fraco.

"Seus olhos estão fechando, Fiore."

"Eu ainda não tomei banho." Avisei antes que ele me deitasse na cama.

"Você tomou quando chegamos."

"Mas eu quero tomar outro. Eu sempre tomo outro." Eu disse.

"Não é bom você ficar fazendo muito esforço. Mesmo que não tenham te cortado toda e tals, você ainda está inchada, e provavelmente com dor." Ele falou.

Assenti.

"Tudo bem, mas isso não é motivo para eu ficar fedendo." Falei já me levantando.

"Ok. Eu te ajudo no banho então."

O encarei.

"Não precisa, Tones." Falei.

"Precisa." Ele disse já indo em direção ao banheiro.

Quando o alcancei, comecei a tirar a roupa com o auxílio dele, que usava apenas uma cueca.

Entrei no box e ele fez o mesmo em seguida.

"Você quer lavar o cabelo?" Ele perguntou e eu assenti. "Tudo bem, vamos fazer assim: você se lava até a cintura e eu lavo dai para baixo, e o seu cabelo, pode ser?" Ele disse pegando um pouco de shampoo.

"Pode." Falei e peguei o sabonete, já me ensaboando.

Tony me virou, me fazendo ficar de costas para ele.

Então, ele me deu banho.

Ele me ensaboava com total atenção e com toda o cuidado do mundo. Quando terminou, me ajudou a me enrolar em uma toalha. Depois, me ajudou a me vestir e em seguida voltou para o banheiro para tomar seu próprio banho.

Quando já estávamos devidamente banhados, nos sentamos na cama e Antony penteou e secou meus cabelos com toda a paciência do mundo.

E ainda queria me fazer massagem, e mesmo que eu estivesse com dor, neguei, não querendo o explorar mais ainda.

Depois de verificar Morgan no berço, acabamos sendo derrotados pelo sono.

Mas, infelizmente, a rotina de sono da nossa filha não era nada compatível com a nossa, então, em plena madrugada, Morgan acordava aos gritos. Eu ficava um tempo a ninando depois de alimenta-lá e ela permanecia com os olhos muito bem abertos durante muito tempo apenas me encarando sem sono algum.

Nas noites seguintes, Tony - em um ato de companheirismo - resolvera ficar acordado também. E parecia que a coisa ficava pior. Morgan encarava ele com tanta curiosidade, a deixando com menos vontade de dormir. E enquanto eles estivessem acordados - o que pareciam ser décadas - eu não dormiria.

the propose | pepperonyWhere stories live. Discover now