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PEPPER

Acordei sentindo uma leve cócegas na minha barriga e alguns sussurros.

Ontem a noite, apenas vesti uma camiseta de Tony e cai no sono. Não conversamos, nem nada.

Já que era sábado, não precisamos de despertador para levantar e provavelmente já era mais de 11h da manhã.

Senti a mão de Tony fazer pequenos círculos pela minha barriga, enquanto falava extremamente baixo - provavelmente tentando não me acordar, o que não deu muito certo.

".. E talvez a tia Nat seja uma pouquinho brava, mas você vai amar ela. A tia Hope adora fazer compras, então, sempre que quiser, poderá passear com ela." Ele parou com o círculos e encostou o queixo. "Se a mamãe ouvisse isso ela iria me achar um doido, né? Mas eu estranhamente já amo muito você. Vocês duas na verdade."

Eu me mexi um pouco e Tony parou de falar.

Gostaria muito de rir e tirar sarro do fato de que ele falava com a minha barriga, mas aquilo havia sido muito fofo.

Tony ficou em completo silêncio por breves segundos, e eu me virei para ele, abrindo meus olhos devagar.

- Bom dia, Fiore.- Tony sorriu.

- Bom dia.- Falei. - Que horas são?- Perguntei.

- Quase 11h30. Está com fome?- Tony perguntou e eu neguei. - Ok, ontem no trabalho eu estava lendo os livros que eu comprei sobre paternidade. - Ele sentou na cama e começou a falar animado.

- Calma, foi por isso que você estava falando com a minha barriga? - Tony abriu e fechou a boca, surpreso.

- Você ouviu?- Ele perguntou e eu assenti. - Eu li que isso faz bem para o bebê, então, vai se acostumando. - Ele disse.

Tony falava animado de algumas coisas que havia lido no livro e devo confessar que me derretia quando ele dizia "nosso bebê" ou coisa parecida.

- E fiz algumas pesquisas online e descobri que podemos descobrir o sexo antes.-

Tony disse e eu o olhei, me levantando.

- Eu sei. É sexagem, certo?- Perguntei, indo para o banheiro.

Tony se levantou me seguindo.

- Sim. Eu achei bem interessante, você poderia fazer...- Tony sorriu de lado e eu neguei.

Amarrei meu cabelo e ele me encarou atráves do espelho.

- Tones, eu sei que isso é bem caro, e nós podemos esperar para ver no ultrassom. - Expliquei e Tony bufou.

Comecei a escovar os dentes e Tony cruzou os braços.

- O dinheiro definitivamente não é um problema, Virgínia. Por favor, eu estou ansioso.- Ele pediu e eu voltei a negar. - Mas é meu bebê também! Você também tem que levar em conta a minha opinião.-

Limpei minha boca e suspirei, me virando para o moreno.

- Não é por que o filho é seu que você tem que gastar muito dinheiro. Temos outras opções que eu tenho certeza que são mais econômicas do que sexagem. - Falei e sorri, - Agora, licença que preciso usar o vaso. - Tony saiu bufando.

TONY

- Oi, mãe. - Falei assim que Maria atendeu o telefone.

- Oi, querido. Como está?- Ela perguntou.

Bom, faz meses que eu não falo sobre minha vida com a senhora e agora irei ser pai e a mãe é a minha melhor amiga a qual eu sempre disse que nunca teria nada, mas agora eu acho que gosto dela.

- Tô bem. Eu apenas liguei para avisar que vamos passar a semana de Ação de Graças ai. - Falei.

- Isso é uma notícia incrível, Tony. Pepper vem com você?- Ela perguntou.

- Sim.

- E vocês vão passar as festas de fim de ano onde?

- Na casa dos pais de Pepper, mas apenas o Natal. Vamos ficar em casa no Ano Novo. - Expliquei e ouvi minha mãe suspirar.

Fazia uns bons três anos que eu não passava nenhuma data festiva com ela, eu estav a ciente disso e que eu não era um dos melhores filhos.

- Hm, querido, eu preciso ir. Podemos conversar melhor depois?

- Claro.

Nos despedimos e eu desliguei.

Vi Pepper encostada no batente da porta do meu escritório e sorri de lado, tentando esconder o quão triste eu estava.

- Você devia começar a fazer mais visitas à ela.- A loira disse.

- Ela devia se separar de Howar, isso sim. Eu não vou ficar indo lá e receber sermão a cada suspiro errado que eu der. - Falei. - Eu acabei de comprar nossas passagens. Nós viajamos dia 23 e voltamos dia 29. - Expliquei e ela assentiu.

- Você quer passar só uma semana na casa dos meus pais?

- Eu amo seus pais. Podemos passar quanto tempo quiser. - Falei e ela riu.

- Eu também os amos, mas é muita coisa para a minha cabeça. Eles vão querer ficar dando pitaco e eu não estou afim de ouvir baboseiras. Podemos ir dia 22 e voltar dia 26, por exemplo.

Assenti. - Achei ótimo. Quando voltarmos de Washington, nós compramos.

Como havíamos acordado tarde, nos arrumamos e fomos almoçar fora.

Passar um tempo com Pepper sempre iria ser meu hobby favorito. Ela conseguia me distrair e por algumas horas, eu esquecia de meus problemas.

- Você vai vir morar comigo sim. - Pisei o pé e Pepper riu.

- Nós não somos casados, Stark. E você vai poder ver seu filho quando quiser.

Neguei.

- Depois da sexagem, iremos pintar um dos quartos de hóspedes. Já até pesquisei os tons de rosas. - Falei e nós paramos na frente de uma barraca de sorvete.

- Rosa?

- Rosa.

- Acho meio brega. - A loira disse.

- Brega é seu passado. Vai ficar lindo.

- Você devia fazer planos para caso seja um menino, o que eu tenho quase certeza que é. - Neguei.

- Você tem um péssimo sexto sentido. Será uma menina e eu irei ganhar a aposta.



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