capítulo 7.

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Já fazia horas que caminhávamos, estávamos indo para uma pequena vila próxima à aldeia da folha, e este era o motivo de eu não reclamado até o momento sobre a pequena dormência em meus pés. Estava ansiosa para chegar lá.

Será que estaria tudo bem eu enviar meu gato dizendo que estaria próxima? A ansiedade por vê-lo estava realmente grande. Enquanto andava, respirei fundo, tentando acalmar meu coração que já havia disparado. Kisame pareceu notar que eu não estava “no meu estado normal”, já que me olhava com uma feição de dúvida.

— S/n, está tudo bem? Você parece um pouco estranha, quer descansar um pouco? — Ele perguntou com uma preocupação aparente, parando de andar e me encarando.

— Está tudo bem, eu só... quero chegar lá logo, talvez chova novamente. — falei desviando a atenção da conversa para o céu, que realmente dava pequenos indícios de uma chuva durante a tarde ou noite.

Ele apenas assentiu, e então retomamos ao caminho. Eu andava observando a volta, calmamente. Via alguns pequenos pássaros voando, algumas borboletas e alguns insetos nas árvores. Estava tão imersa nos bichinhos que nos circulavam que nem havia notado quando chegamos na pequena vila. Ao chegar, Kisame me disse para que eu fosse para uma hospedaria e dormisse um pouco, já que eu aparentava estar cansada, e que enquanto isso, ele faria a cobrança. Apenas concordei, agradecendo pela gentileza do mesmo.

Fui caminhando até o estabelecimento em que dormiríamos, pedi um quarto para mim e fui para o mesmo, logo me jogando na cama.

Ainda estava ansiosa. Chegava a até me irritar um pouco como minha mente só trazia ele em meus pensamentos. Acabei adormecendo com os meus pensamentos, e apenas acordei pelo meu corpo já ter se descansado o suficiente. Resolvi sair um pouco, percebendo a noite que já se fazia presente, a senhora da hospedaria, ao me ver acordada me perguntou se eu gostaria de tomar um chá, e acabei por aceitar. E logo após alguns minutos ela voltou com uma xícara em mãos, me entregando, agradeci a sua gentileza, e tomei um gole, sentindo meu corpo aquecer.

— Se me permite perguntar, o que a moça está fazendo acordada? Já é bem tarde — Ela perguntou em um tom de preocupação, então sorri para a responder.

— Eu acabei dormindo durante a tarde, irei fazer uma pequena caminhada e logo voltarei para dormir. — Disse com o timbre gentil, e ela apenas concordou. Assim que terminei o chá, fui para fora do local.

Andava de maneira calma pela floresta que cercava a vila, um pouco afastada. Acabei por sentir pingos de chuva em minha pele. Eu havia esquecido da possibilidade de chover hoje. Iria dar meia volta e ir para a vila, mas ao ouvir sons de passos ativei meu Byakugan. Vendo a figura tão bem conhecida por mim.

— Senti sua presença próxima, resolvi verificar — Sua voz dizia com o costumeiro tom calmo, se aproximando mais. E então me virei para o mesmo, vendo o rapaz com a sua máscara da Anbu.

— Estava em missão? — Perguntei me aproximando do rapaz de longos cabelos escuro. Olhando a volta, me certificando de que não haveria ninguém próximo. Assim que o vi tirar a máscara, confirmei que estávamos sozinhos.

— Apenas uma vistoria nos arredores, apenas eu. — Ele disse com um pequeno sorriso enquanto olhava em meus olhos. Os pingos de chuva ficavam mais fortes, sua mão se levantou indo em direção ao meu rosto, acariciando minha bochecha, ainda sem quebrar o contado visual. — O gato apareceu lá em casa, você pensou bastante sobre?

— Sim... Passei o dia inteiro refletindo. Eu te amo mais-que-tudo em minha vida, eu viajaria entre realidades apenas para estar com você. — Disse olhando em seus olhos, que embora parecessem a mais completa escuridão, possuíam um brilho sem igual, assim como um céu estrelado.

Senti seu rosto se aproximar do meu, o som da chuva se fazia mais presente e as gotículas geladas pingavam e passeavam pelos nossos corpos, meu coração estava disparado, apenas fechei os olhos, sentindo os seus lábios nos meus, em um selar inocente, e que logo se aprofundou mais em um beijo em que nossas línguas “dançavam”. Levei meus braços ao redor de seu pescoço enquanto o mesmo levou suas mãos para minha cintura. Nossos corpos estavam colados, compartilhando o calor, o tempo parecia ter parado, apenas sentia a pequenas gotas passeando por mim, o frio que parecia inevitável, foi substituído pela sensação de fogo ardente, que parecia tomar conta de mim.

Quando a necessidade de respirar chegou, nos separamos com a respiração levemente desregulada, o ardor em mim ainda permanecia presente, mesmo o tempo frio em minha volta, estávamos encharcados pela chuva, nos olhando, com o olhar fixo um no outro, acabei sorrindo com o ato.

— Eu vou fazer com que possa voltar para a aldeia, e então viveremos juntos, S/n. — Ele havia dito com o tom calmo, ainda um pouco ofegante, não consegui evitar a felicidade de ouvi-lo dizer isso. Mas eu sabia que poderia ser arriscado.

— Itachi... — Eu ia dizer que ele não precisaria fazer tal coisa, que estaria tudo bem, mas ele acabou por me interromper.

— Não farei sozinho, Sasuke também quer fazer isso, faremos isso porque você é especial para nós, e porque eu te amo, S/n — Minha única reação foi abraça-lo, acabando por deixar sair uma lagrima, de felicidade, que fora camuflada pelas gotículas de água que o céu despejava.

— Obrigada... — Disse com o timbre baixo, sentindo sua mão em minha cabeça, acariciando-a. Meu coração vacilava nas batidas, alguns soluços eram soltos.

Talvez o acumulo de emoções tenham transbordado junto de um segredo.

— S/n? Tudo bem? Eu disse algo? — Ele perguntava levantando meu rosto para olha-lo, meu coração doía.

— Está tudo bem... Eu só... queria passar mais do meu tempo com você. — Ele me olhava, entendendo, mas sabíamos que deveria ser algo planejado.

— O tempo que ficamos distantes será recompensado, eu prometo. — Sua fala era carregada por uma doçura direcionada a mim, com um mínimo sorriso.

Sabia que aquilo poderia não durar tanto, tentava aproveitar o momento, pois em qualquer momento, sentia que aquilo acabaria, precisava aproveitar ao máximo. Então, ficou um tempo ainda naquele abraço, até que a chuva se demonstrou intensificar.

— Eu preciso ir... — Seu timbre se demonstrava triste, enquanto olhava para mim.

— Tudo bem, eu também. — Aproximei meu rosto do dele, apenas a encostar nossas testas, e por fim, lhe dar um selar rápido. — Logo nos veremos. — Eu havia dito com uma ponta de esperança, mesmo estando um pouco triste por novamente estarmos nos separando.

Ele assentiu, com um sorriso colocando a máscara, logo se afastando e saltando de volta para a aldeia da folha, e eu para a hospedaria que eu estava.

[...]

Assim que havia chegado, fui para o meu quarto cansada.

Queria que durasse bem mais, queria que tudo tivesse um rumo diferente.

Queria que pudessem estar juntos.

Não queria acordar.

𝐓𝐰𝐨 𝐛𝐨𝐝𝐢𝐞𝐬 - Itachi UchihaWhere stories live. Discover now