Capítulo 1

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  Ao andar pela vila, recebia olhares maldosos. Ninguém me queria ali.

  S/n, esse é meu nome, uma criança odiada pelas pessoas da vila, e do próprio clã. Meus pais eram de clãs diferentes, meu pai pertencia aos Uchiha e minha mãe aos Hyuuga. A família de minha mãe era completamente contra, afinal, sujaria a pura linhagem deles. Mas mesmo assim, meus queridos pais se casaram, e um tempo depois, eu surgi.

  Alguns Uchihas não aceitavam bem a vinda de uma hyuuga para família, e claro, o meu nascimento muito menos.

  Até meus oito anos, era um grande mar de maravilhas — claro, havendo a ocultação de pequenos momentos que acontecia— até eles tomarem uma atitude e resolverem dar um fim a união que tanto odiavam. A cena do sangue em meus progenitores foi algo que eu queria esquecer a todo custo, mas era como correr dentro de uma caixa fechada, estava lá, e hora ou outra sempre me vinha a mente quando me deitava para dormir. Em seus últimos momentos, com o sangue em seus rostos e as perfurações pelo tronco do corpo, suas frases ainda possuíam ternura e carinho, soltando um último "eu te amo" e pedindo-me para correr e fugir, para me salvar. E claro, como uma criança, eu corri, sentindo meus olhos arderem, e as lagrimas caírem.

  Eu era apenas uma criança, por qual motivo aquilo tinha que acontecer?

  Em um momento que nem vi passar, já estava fora da vila, como havia saído? Não tinha tempo para pensar, não queria pensar em nada... Eu queria apenas deitar no colo de minha mãe e sentir seu carinho em minha cabeça...

  Em frente a um pequeno lago, me ajoelhei, sem forças para ficar em pé, e me coloquei a chorar, soltando o grito que antes estava aprisionado em minha garganta, despejando todos os sentimentos que estava sentindo. Em um momento rápido, olhando para a água, vi que meus olhos estavam estranhos, um vermelho e outro claro.

  Havia despertado meu kekkei genkai da maneira que menos queria.

[...]

  Após aquela noite, passei a viver com uma família civil, que me encontrou no dia seguinte. O Hokage julgou que talvez, se eu vivesse longe do clã, fosse melhor para minha segurança.

  Eles não podiam substituir meus pais, jamais poderiam. Mas agradecia o abrigo e carinho que recebia. Eles não mereciam que eu os odiassem por isso... Eles apenas cuidavam de mim.

  Todas as tardes ia para um campo mais afastado para treinar, graças aos treinamentos que tinha com meu pai, sempre havia sido uma ótima aluna, mantinha notas altas, estava entre os melhores da turma, junto a um garoto.

  Não conversava com ninguém da academia, já estava me formando de todo modo, não tinha o porquê de fazer amizades. Era a segunda criança, prodígio do clã Uchiha.

  Como as tardes anteriores, o campo estava vazio, possibilitando-me a me sentir mais solta. Possuía raiva em mim, mas também, tristeza e saudade. Não machucaria ninguém para extravasar tais sentimentos, mas talvez, machucaria os troncos de árvores que usava para treinar taijutsu.

[...]

  Acertava kunais em vários alvos que eu havia pendurado há um tempo, estava com raiva e iria a despejar no meu treino, afinal, a raiva era por um motivo particular, não tinha motivo de solta-la em alguém, certo? Era isso que mamãe sempre dizia...

  Quando ia me virar em um salto possuindo uma alta velocidade para atingir um alvo a minha direita, quase acertaria um garoto se não o tivesse avistado com o Byakugan. Cai no chão com o susto e por parar abruptamente. O garoto se aproximou pedindo desculpas e me estendendo a mão para levantar, apenas assenti aceitando, e logo me levantando com sua ajuda.

𝐓𝐰𝐨 𝐛𝐨𝐝𝐢𝐞𝐬 - Itachi UchihaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora