Alvorecer

Capítulo 9 - Alfa

Jacob POV

Eu queria que Raissa soubesse dos meus problemas e defeitos pelo menos 3 semanas depois que nos conhecermos, não no mesmo dia. Eu tenho lados difíceis e complicados, meu temperamento é ruim e sou cheio de inseguranças e egoísmos, ela não pode perceber isso por agora e uma dessas coisas ruins era esse fardo de ser o alfa. Queria que ela conhecesse o lado bom da família, o lado engraçado, o lado divertido, as coisas boas e que quisesse fazer parte, não a guerra que ela vai virar se ninguém assumir aquilo depois que Sam se aposentar, ou pior, o caos que virará se eu assumir. Ela percebeu que eu estava quieto e então quebrou o silêncio:

Raissa: Jake?

Eu a olhei com um sorriso de lado pra ela não perceber muito mais da minha aflição e ela continuou: vc sabe que não é obrigado a me contar nada, não sabe? Eu sei que disse que não largaria do seu pé enquanto vc não estiver bem e é verdade, mas nunca vou te forçar a desabafar cmg se não quiser

Eu falei ainda a olhando, enquanto andávamos rumo ao cantinho na floresta com a vista que eu gosto: ok, vc é realmente a mulher mais linda do mundo e a mais incrível também, mas eu seria incapaz de pensar em esconder qualquer coisa de vc, quero que me conheça com calma, mas quero que conheça 100%, até as partes ruins, mesmo que eu tenha um medo enorme do que vc possa pensar de mim depois de saber tudo (chegamos no local e ela se admirou com a vista que realmente estava mto bonita, com direito até a lua cheia, mas antes que ela pudesse responder oq eu disse eu continuei) e uma dessas coisas que vc precisa saber sobre mim é sobre ser o alfa

Raissa: nossa, Jake que orgulho, que gracinha, achei tão bonito quando Sam disse

Me assustei: espera, você gostou?

Raissa: claro, por que eu não gostaria? (então ela pensou um pouco e continuou com uma cara meio confusa) Espera eu perdi alguma coisa? Ser Alfa hoje em dia é ruim?

Me assustei ainda mais: já foi bom?

Raissa: sempre kk Jake ser alfa é o símbolo mais honrado que um transmorfo pode ter, é uma honra poder ser o chefe, poder falar que é o protetor da sua família, antes de essa honra ser algo passado de pai pra filho, sangue por sangue, era uma guerra atrás da outra entre os transmorfos da tribo pra decidirem quem seria o próximo, até que parou de ser uma honra de maiores músculos e sim um laço de sangue

Eu: bom, talvez devesse ter continuado com guerra dos músculos, pq isso de ser de sangue pode acabar indo pra alguém que não é bom pro cargo

Raissa: e nessa de alguém não tão bom pro cargo, vc está se referindo a você mesmo?

Eu: meio que sim (suspirei) acontece que Sam foi pra esse cargo querendo ir pra ele e estava tudo bem sabe? Ele quis e ele dava conta, era perfeito pro cargo, mas aí ele teve o imprinting com uma humana e não me entenda mal eu amo a Emily, ela se tornou família tanto quanto ele, mas ela está grávida e Sam quer se aposentar e ele não pode sair sem deixar outro no lugar porque se não a tribo fica desprotegida e não temos outro Sam igual Billy teve na época dele quando ficou de cadeira de rodas, não tem ninguém pra me substituir

Raissa: ok, deixa eu te contar uma história vem cá (então ela se sentou embaixo de uma árvore e me chamou com a mão) vem cá deita aqui (e apontou pro seu colo)

Eu sorri e falei: vai me contar uma história?

Raissa concordou e eu me deitei colocando a cabeça no seu colo e ela começou a fazer carinho no meu cabelo, o que me deixou automaticamente mais calmo, era estranho receber aquele tipo de tratamento, é quase como o de mãe e eu não lembro da última vez que minha mãe fez isso em mim, nem se chegou a fazer isso um dia antes de partir. Era bom. Ela começou: