Capítulo 72 - Ideia inconsequente.

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— Me faz companhia? — Ouvi Maika e me virei pra ela. Estava acendendo a lareira, mas o fogo parecia menor do que antes. A sala estava um pouco fria depois que Connor saiu lá pra fora pra falar no celular.

— Acho que vi uma coisa escondida no fundo do armário da cozinha um dia desses... — Murmurei passando pelo balcão. Abri o armário e procurei novamente. Tirei algumas coisas da frente e lá estava. — Vamos beber um pouco. — Peguei a garrafa de vodka e dois copos ao lado antes de voltar para a sala. Me sentei no tapete e servi um copo pra ela. Ela fez uma careta quando sentiu o cheiro, e eu acabei fazendo o mesmo.

— Argh. Isso é álcool puro.

— Não tenho boas lembranças com álcool. — Resmunguei segurando a risada.

— Nem eu.

— Brindemos à nossa resistência lupina. — Levantei o copo até o dela antes de virar aquilo num só gole. Ela fez o mesmo e eu segurei a risada com a careta que ela fez logo em seguida. O líquido desceu queimando minha garganta. — Temos que terminar essa garrafa antes que Pether veja. — Resmunguei e vi Maika sorrir ao estender o copo pra mim. Servi nossos copos mais uma vez e repetimos a dose.

Maika encarava aquele fogo perto de nós em silêncio. O álcool esquentava nossos corpos no frio do inverno. Será que estava pensando na sua ideia e medindo os riscos de ir até os solitários? Se ela for mesmo companheira de Pether, até entendo o porquê dela fazer isso. Ele parece uma bagunça depois que recebeu a notícia. E ninguém melhor do que ela para notar. Seria motivo suficiente para se colocar em risco.

— Ahh... — Respirei fundo. — Já que nossos machos não estão aqui para nos esquentar, a bebida o faz. — Falei simplesmente para chamar sua atenção. — Quer dizer, pelo menos comigo. Você ainda tem um candidato pra esquentar os lençóis hoje a noite. — Surpreendentemente recebi um tapa no ombro e olhei pra ela rindo. O fogo deixou suas bochechas vermelhas ainda mais chamativas. — Mas infelizmente não sei como os dois estão para dar uma ideia dessas.

— Nada bem. — Ela falou baixinho. Muito baixo. E eu fiquei em silêncio.

Já estávamos terminando a garrafa quando o sono começou a me rodear. Maika estava deitada de bruços no tapete. Tínhamos conversado um pouco sobre nossos passados. Ela me falou um pouco da sua infância com Caim, das vezes que ele mandou ela fazer coisas horríveis pra ele, e também contou da última vez que ele pediu que ela matasse um homem. Um humano. Aqui no território. Engoli em seco quando lembrei do que Connor tinha me dito dela pela primeira vez. "Eu não matei" Ela falou. "Mandei ele fugir para outro lugar, mas Caim me obrigou a confessar para Connor quando ele nos pegou. Eu menti para os dois". Provavelmente o álcool estava fazendo ela falar sobre essas coisas. E deixei, fui totalmente aberta a ouvi-la. "Pether percebeu naquele dia. Percebeu o meu medo. O medo de que meu irmão me desse outra ordem dessas." Ela sorriu fraco. "E foi me ajudar."

— Claro que foi. — Falei sorrindo, lembrando do jeito que ele olhou pra ela no restaurante. Eu soube no mesmo momento. Era algo que ia muito além do físico.

Me levantei com o meu copo e o levei até a cozinha. Meu corpo estava leve como uma pluma.

— Acho que já vou dormir. Vai ficar bem aqui? — Perguntei.

— Vou. — Ela respondeu sorrindo e servindo o resto da bebida pra ela. — Boa noite. Foi bom ter a companhia de uma Alpha comigo. — Senti meu coração dar um pulo ao ouvi-la.

— Durma bem. — Foi a única coisa que consegui responder antes de seguir para meu quarto e para um banho quente.



Maika

Meus pensamentos estavam mais leves agora. O fogo estava ficando cada vez mais fraco enquanto eu estava enrolada na coberta. A sala estava toda fechada, mas o frio persistia no ambiente. As luzes agora estavam todas apagadas e as brasas da lareira eram meu único ponto visual. E por causa de Celine, meu coração não parava de bater agitado sempre que lembrava do que disse. E o pensamento rodeava minha cabeça como um lobo rodeando uma corsa. Estava frio e eu dificilmente dormiria bem. Levantei e respirei fundo.

Você precisa ter iniciativa.

Agarrei minha coberta, meu travesseiro e atravessei o corredor até a porta do quarto dele. Meu coração estava para escapar pela boca quando parei na frente dela. A luz do quarto de Pether estava desligada e provavelmente já devia estar dormindo. 

Levei a mão para bater, mas demorei demais pensando melhor se devia fazer ou não. No final de tudo, dei três batidinhas com os nós dos dedos.

A casa estava extremamente silenciosa e aquilo já parecia alto demais. Encarei o chão quando não ouvi nada do outro lado. Conseguia sentir o resquício do seu cheiro atravessando a porta. 

Já ia desistir da ideia quando ouvi a maçaneta girar. A porta se abriu e eu encarei um Pether com uma cara séria, vestindo uma camisa preta amassada e uma calça moletom. Seus cabelos estavam desarrumados e seus olhos... Seus olhos pousaram em mim como se ele já soubesse o que eu tinha ido fazer. Desceu o olhar, apertei o travesseiro nos meus braços e ele suspirou.

— O que você quer? — E mesmo assim perguntou. Mas podia jurar que tinha um sorriso escondido no canto de sua boca. 

AIIII EU VOU TER UM TRECO! ANSIOSA PARA O PRÓXIMO CAPÍTULOOO

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AIIII EU VOU TER UM TRECO!
ANSIOSA PARA O PRÓXIMO CAPÍTULOOO

Querem essa noite??
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