Capítulo 32: A Transição

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    O arrependimento, não existe maneira de viver sem se arrepender, esse arrependimento, além de um sentimento, é também um modo de pensar no qual a pessoa não consegue deixar de ruminar ou reviver um evento ou imaginar outras ações que poderia ter tomado, outra tão óbvia. O arrependimento pode se tornar um fardo muito doloroso de tristeza, sensação de perda, remorso, raiva, vergonha e ansiedade, ficar pensando e se lamentando por aquilo o tempo todo em sua cabeça.

Estava na cara que estava fácil demais, nenhum deles reagiu ou se quer tentaram sair do fogo enquanto queimavam, nem quando eles chegaram. Toda vez que se lembrava do que Javier lhe dissera em seu casamento, era tão óbvio. Grandes arrependimentos envolvem ações que podem afetar toda uma vida tanto para quem causou como para quem estava envolvido. Entendam o arrependimento como uma “segunda parte” de um acontecimento. A primeira parte seria a escolha da ação, como ter percebido antes, ou não ter deixado seu pequeno sozinho...

Muitas das vezes não damos tempo para que a fase da escolha seja bem elaborada, podemos escolher rapidamente, intuitivamente. São decisões que podem ser tomadas sem um devido amadurecimento e acabar em arrependimentos. Mas para muita coisa na vida, a harmonia e equilíbrio costuma funcionar bem, e por isso pensar demais também pode levar a arrependimentos, ou a culpa...

A culpa é um sentimento que aparece geralmente quando avaliamos e reprovamos nossas ações. Para os pensantes, a culpa é baseada na frustração de algo que deu errado. Ou seja, está ligada à violação dos nossos valores, crenças e moral. Foi contra seus votos, de que o protegeria quando aquilo aconteceu, não devia ter deixado aquilo acontecer, céus, o seu marido, seu pequeno...

Há dois dias. Haviam exatamente dois dias inteiros desde aquela fatídica noite. Dois dias que Jimin estava deitado na cama do casal na mansão de Busan, morto.

Depois de horas chorando e gritando o nome de seu esposo e chamando por ele na chuva, derramando sua dor, mordendo seu próprio braço e despejando seu sangue nos lábios fartos de Jimin. Mas nada do que tentava era o suficiente e a dor rasgando o seu peito, perdera o amor de sua vida, era sua culpa, não devia tê-lo deixado só...

"Jimin... não me deixe, por favor, eu te amo... JIMIN..."

O Duque gritava com o menor em seus braços, quando seus pais finalmente o convenceram com muito trabalho a sair da chuva. Jeong Kuk surtou, destruiu a casa e gritou com todos, tentou de tudo, até atrás de Pak Ji Suk ele foi, gritou e acusou, mas nem mesmo a Fada anciã pode fazer algo pelo amor de sua vida, ainda se lembrava...

FAÇA ALGUMA COISA! – gritou Jeong Kuk para o mais velhoVocê é uma Fada, faça magia ou algum encantamento... O traga de volta... Por favor, me devolvam meu Jimin... – pediu se ajoelhando aos pés do homem mais velho em desespero, que chorava silenciosamente.

Pela primeira vez em toda a sua vida, o Duque de Busan se ajoelhou para alguém e lhe pediu algo...

– sinto muito vossa graça, não posso fazer nada... – pediu o mais velho choroso e Jeong Kuk soltou um grito de dor segurando o seu peito, com lágrimas de sangue.

– você... Não previu isso? Podia ter evitado isso... eu não teria o deixado, nunca! – disse Jeong Kuk em um fio de voz.

– não foi sua culpa...

Ah sim, Jeong Kuk se lembrava disso muito bem, o avô de Jimin não pôde fazer nada por eles e nem mesmo ele mesmo pôde fazer algo por Jimin. Só o trouxe para casa e o deixou em sua cama, limpo e vestido como no dia de seu casamento e a aliança no dedo, aquele de quatro dias antes...

The Mysterious DukeWhere stories live. Discover now