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Angel mal me olha no rosto durante grande parte da noite, exceto pelos rápidos olhares que lá me dá, mesmo que tente evitá-los. Não que eu ache isso injusto, até por que sei que mereço, mas ela também não é nada inocente para jogar a culpa toda em mim.
Ela e Charli ficam conversando e dançando durante horas, com os copos sempre cheios e homens sempre tentando se aproximar delas para tentar tirar uma casquinha. Eu me aproximo um pouco mais delas para impedir que pessoas indesejadas se aproximem.
Fico do lado de Angel, que dança sem parar e no momento estão tão bêbada que nem percebe que eu estou perto dela, o que é bom, porque caso ela percebesse, era capaz de me dar um soco na cara.
— Minha bebida acabou — Charli diz com a voz alta demais
— A minha também já está acabando, vamos pegar mais — diz Angel, que mal consegue ficar em pé direito.
— Ninguém vai beber mais nada por hoje — digo tirando o copo delas, e aparentemente nenhuma das duas gostou do que eu fiz.
— Ei, o que você está fazendo? — Charli pergunta. — Me devolve meu copo! — Ela tenta alcançar o copo e quase cai no chão, então eu chamo uma das amigas sóbrias dela que estava logo ao nosso lado e digo pra levar ela pra casa, e ela concorda.
— Eu não quero ir embora — Charli protesta.
— Mas você vai — digo.
A amiga dela coloca o braço de Charli ao redor dos seus ombros e sai com ela, reclamando por ela sempre dar trabalho nas festas, e as duas continuam brigando até desaparecerem em meio a multidão. Angel continua me olhando como se ela fosse me matar. Agora não tenho dúvidas de que ela me odeia.
— Porque você continua sempre tão babaca Chase? — Ela pergunta sem pronunciar as palavras direito.
— Cuidar de você não é ser babaca.
— Já disse pra você ficar longe de mim. Porque você mandou a Charli embora?
— Porque ela estava muito mal, e você também. — Coloco minha mão na cintura dela para guia-la até o carro. Damos alguns passos até nos afastarmos das pessoas, mas Angel, em um movimento rápido demais para uma pessoa que não está nada sóbria, pega seu copo da minha mão e se afasta de mim.
Ela ri vitoriosamente e levanta o copo como se fosse brindar, antes de tomar um grande gole.
