"Quero sentir você"

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Ver Ramon caminhando furioso de um lado para o outro já está me deixando irritada. Ele passa as mãos pelos cabelos e fica sacudindo o Rolex no pulso.

- Pode parar um pouco? Estou ficando tonta te olhando assim - peço baixo. Ele para por um instante e me observa, então suspira derrotado e se senta no outro sofá a minha frente.

- A polícia já está na mansão?

- Não envolvemos polícia nisso - ele diz rapidamente.

- Então como fazem?

- Resolvemos. Do nosso jeito e com nossas mãos.

Meu coração acelera apreensivo. Tudo que eu queria agora era que essa garantia já tivesse acabado para eu ficar longe de tudo isso. Mas ao contrário, estou enrolada em outra manta e deitada no sofá macio do escritório dele pela segunda vez essa noite. Estou com o mesmo conjunto de moletom de quando fugimos, agradeci a mim mesma por não ter ido dormir nua como faço as vezes.

- Quer um calmante ou algo assim? Você já passou por muita coisa hoje - ele oferece.

Apenas aceno com a cabeça recusando.

- Senhor... - um dos homens chega na porta aberta do escritório. Ramon se levanta rapidamente e vai até ele, onde começam a conversar baixo. Não ouço nada e estou muito cansada psicologicamente para tentar ouvir. O sol acabou de nascer e eu só queria que junto com a luz dele, as sombras dessa noite tempestuosa fossem embora.

- Clara - Ramon me chama enquanto vem até mim. Ele fechou a porta para termos uma conversa particular.

Me levando e olho para ele. O outro homem já foi.

- Sim?

- Você está livre.

Demoro alguns segundos para processar o que escutei. Um calafrio percorre meu corpo e demoro a conseguir completar minha seguinte pergunta:

- Por que?

- Gostaria de dizer que é só pela a sua segurança. Que preciso mantê-la afastada até resolver isso e não te oferecer mais perigo. Mas serei honesto; o que estamos tendo já saiu do profissional há muito tempo. Gostaria sim de tentar algo mais sério e romântico com você, mas não seria justo nessas circunstâncias. Não posso te manter nessa gaiola de ouro. Se é para você ficar comigo, que seja com você sendo uma mulher livre.

- Se eu não tivesse sofrido o atentado, estaríamos tendo essa conversa?

- Se eu não tivesse me interessado por você, nunca teria sofrido o atentado.

- Tem razão. Viver com você é perigoso demais para mim - admito, mesmo que a contragosto.

- Vou manter um escolta com você até em casa. Permanecerão fazendo sua segurança discretamente até eu ter certeza que estará cem por cento segura sozinha. Nem irá nota-los, são discretos.

Meu coração pula contra o peito, reclamando comigo por ter que ir, mas não irei desse jeito.

- Ramon... - chamo baixinho.

- Oi...

Levando a cabeça e deixo a manta cair. Seguro seu rosto carinhosamente entre minhas mãos e o beijo com delicadeza. Ele retribui com ainda mais carinho. Põe uma mão em minha cintura e outra na minha nuca.

É uma despedida, mas não precisa ser com mágoas ou rancor. Não sinto mais isso por ele.

Levo minhas mãos a base da sua camisa polo e a puxo para cima, Ramon me ajuda a tirar. Aliso seu peitoral lentamente, e posso ouvi-lo gemer. Ele também acaricia a pele quente das minhas costas por baixo da blusa. A sensação é gostosa.

Ele me pega no colo e cruzo as pernas em volta da cintura dele, que me leva até o sofá enquanto tira a minha blusa. Ao me deitar, vem lentamente tirando minha calça de moletom, distribuindo beijinhos pelas minhas pernas. Sorrio, pois faz um pouquinho de cócegas, mas ao mesmo tempo é muito bom. Também se livra de sua calça.

Começa a distribuir beijos delicados pelo meu pescoço e seio, quando desce pela minha barriga, sei sua intenção; me chupar, mas eu o paro e digo:

- Quero sentir você.

Ele entendeu, não preciso de preliminares agora, apenas dele me comendo.

Ele volta com o beijo na boca, sarrando seu pênis sobre mim até me penetrar devagar. A sensação do pênis preenchendo meu canal lubrificando é tão gostoso e me contorço embaixo dele, fecho os olhos para me concentrar melhor na sensação, gemendo entre seus lábios molhados que não param de passear sobre os meus.

- Olha para mim, amor...

Abro meus olhos, e... puta que pariu! Seu rosto vermelho de tesão, os olhos brilhando de paixão e a boca rosada de prazer me faz concluir que é bem melhor fazer isso olhando para ele mesmo.

Ramon mete mais forte e é uma delícia tão grandiosa que chego a revirar os olhos com o formigamento prazeroso no fundo do ventre.

Ele mantém o movimento frenético com uma das mãos agarrando a minhas coxas, a outra está apoiada ao lado da minha cabeça, seguro seu rosto com as duas mãos aprofundando nosso beijo, estou tardando meu clímax o máximo que posso para que gozemos juntos, e é quando eu ouço seus gemidos ficando mais fortes que sinto que está perto.

- Goze comigo, Ramon! - Digo alto, finalmente deixando o prazer me consumir.

- Oh, Clara! - ele fala enquanto goza comigo - Oh... oh... - continua gemendo, é um orgasmo intenso. Analiso cada expressão do seu doce rosto. Quero guardar comigo, para quando ir embora.

- Obrigada - sussurro ofegando.

Não é um agradecimento superficial, nesse momento eu realmente o agradeci por tudo. Até mesmo pelos pontos negativos que passei com ele, se não fosse por isso, não estaria me sentindo tão foda como estou agora.

Ele sorri, não sei que entendeu o peso do que eu disse, mas tudo bem.

Ramon se retira delicadamente de dentro de mim e beija meu pescoço, se deitando ao meu lado.

• • •

Estamos cobertos por aquela manta e abraçadinhos no sofá após o sexo mais fofo da minha vida.

- Está feliz em voltar para casa? - ele pergunta. Poxa, o silêncio estava tão confortável.

- Só não estou muito animada para encontrar meu tio. Eu já o cansei de ouvir dizer tudo de errado que eu sou.

- As pessoas são assim. Você pode ter acertado mil vezes, mas sempre irão apontar a única vez que você fracassou, pois isso as fazem se sentirem melhor com seus próprios fracassos. Quantas vezes você já teve que pegar o seu tio praticamente morto desovado em algum buraco para salvar a vida dele e tudo que o miserável te deu foi mais desgraça, e sempre jogando sua mágoa na sua cara. Quando eu te aceitei como garantia não foi por ter algum tipo de sadismo no meio ou por eu precisar do dinheiro do seu trabalho. Eu fiz isso por você. Porque eu sabia que podia te dar condições melhores que aquele sanguessuga, mesmo que por pouco tempo. Eu queria te mostrar que a vida era mais do que viver com ele. Que pode trabalhar e conseguir o que quer. Ele que precisa de você, Clara. Não o contrário.

- Como você sabe do que eu precisava?

- Quando seu tio te ofereceu como garantia, me preocupei na hora com você. Um pessoa capaz de oferecer a própria família de pagamento é alguém sem escrúpulos. Aceitei imediatamente e comecei a investigar vocês... O ponto é, Clara; ele não é e não tem nada. Espero que você tenha conseguido entender que o controle é totalmente seu. Que ele não pode mais controlar com seus traumas.

Será mesmo?

GARANTIAWhere stories live. Discover now