Recomeçar [M]

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Madu ✨

Ouvir ela falar daquela forma me dava nojo, mas não me fazia odiar ela. De forma alguma. Mas era uma surpresa do caralho, ter noção que ela foi capaz de tudo.

Madu : Você não é assim... -Murmurei sentindo a mão do Deco no meu ombro, me puxando pra trás.

Lorena : Louca? -Riu sarcástica. -Agradece a Deus por conseguirem ter me pegado Maria Eduarda, porque se dependesse de mim, sua filha já estaria morta a muito tempo, acha mesmo que eu fiquei contente sabendo que o morro poderia ter uma herdeira? Por favor né.

Ronaldo : Já chega. -Falou alto e eu ouvi o estalo do tapa na cara dela. -Você não tinha o direito de ter feito isso com a família que sempre te amou. Você é escrota, Lorena. Você é baixa, nunca mereceu nada do que a gente te ofereceu, uma pena, ter percebido isso tarde demais.

(...)

Ronaldo : Infelizmente não tem escolha ne Maria Eduarda, eu não queria que fosse dessa forma, mas não vão perdoar nada do que ela fez, você mais do que ninguém sabe disso minha filha. Eu não queria que fosse dessa forma também, tá doendo muito. Mas ela falou tanta coisa e eu vi tanta sinceridade no ódio dela, nem sei o que ela seria capaz de fazer com minha netinha, não posso nem pensar nisso.

Eu fiquei calada pensando em tudo e ajeitei a Cecília no meu colo. Nada importa, nada, a saúde dela é a única coisa que me mantém bem.

Marcela : E nem é querendo me intrometer nessa decisão familiar de vocês. -Minha madrasta começou a falar. -Mas de verdade, é melhor o Henrique crescer sem esses pais loucos, psicopatas, vai ser difícil no início, mas ele supera, tenho certeza. Não dá pra ser sincero desde já porque é muita informação pra cabecinha dele, mas daqui uns anos ele vai crescer, amadurecer, vai compreender que era o que deveria ter sido feito, nessa situação toda.

O Deco passou a mão no meu ombro e eu respirei fundo, secando meu rosto mais uma vez.

Madu : Tem como ela não sofrer? -Enguli em seco, segurando pra não chorar outra vez e o Coringa desgrudou da parede. A gente veio pra casa do Deco.

Luiza já havia recebido alta, e meio que eu me senti mais confortável pra tomar essa decisão com eles. Coringa estava presente pelo fato de ser o representante da facção, que toma essas decisões.

Coringa : É claro. -Respondeu. -Não é o certo, ta dentro da regulação que ela teria que ser torturada, mas se vai te acalmar. -Eu concordei olhando pro chão. -Tem uma injeção...

Madu : Eu não quero saber como vai funcionar, só quero que seja rápido pra ela. -Falei baixo e ele concordou, saindo da sala.

O Deco foi atrás, e meu pai se afastou pra falar com a Marcela, que estava do outro lado da sala.

Luiza : Eu fico muito puta, por saber que você é mulher forte, que já sofreu tanto, na mão de diversas pessoas e não conseguir demonstrar rancor. -Falou baixo e eu continuei olhando pra baixo. -Não é certo fazerem isso com você, porque você é boa.

Madu : É que eu amei ela, amo. Durante muito tempo foi minha irmã mais velha, considerava o carinho dela, como se fosse o da minha mãe, o carinho que eu nunca recebi.

Luiza : Ela era tão manipuladora, que fez te achar que tudo era verdade. -Falou baixo. -Cadu fez o mesmo comigo, eu também me senti traída, extremamente traída. Mas da mesma forma, com você foi diferente, era como se fosse ligação de sangue, né? -Afirmei.

Passou um tempo e a gente foi pro quarto, eu não conseguia entrar naquela casa, e vê tudo que era dela, então por hoje a gente decidiu permanecer aqui, na casa dele.

Cecília dormiu e eu deixei ela na cama, colocando os travesseiros do lado dela. O Deco entrou no quarto com duas bolsas de roupas, uma minha e outra dela. E a Marcela e o meu pai, disseram que ficariam com o Henrique na casa deles na pista por hoje.

Deco : Vamo tomar um banho. -Falou me levantando da cama. -Põe na cabeça o que eu vou te falar, amor...você não é a errada na situação, a culpa nunca foi sua, é deles, tá entendendo? Você é uma mulher foda pra caralho, não quero que consigam entrar na sua mente, pra te fazer acreditar do contrário.

Ele passou a mão no meu rosto e eu abracei ele, depois ele me levou pro banheiro e me deu banho, lavando meu cabelo, depois disso ele me deixou na cama e depois voltou pra tomar o banho dele.

Depois de um tempinho eu senti o colchão afundando, com ele deitando do meu lado.

(...)