Recomeçar [M]

•40•

Outro porque hoje eu tô boazinha

Madu ✨

Meu pai alugou uma casa na Barra, pra passar essa temporada aqui no Brasil, ai eu desci, pra passar uns dias com ele, com as meninas e com a Lore.

"eu vou descer já, tô esperando o Deco ficar pronto."

Li a mensagem da Luiza e sai do quarto, entrando no do meu pai. Ele tava sentado na cama e eu cruzei os braços, no batente da porta.

Madu : Ô pai, senhor chamou o Deco por que em? -Ele me olhou e passou a mão no rosto.

Ronaldo : Duda, eu não posso deixar de chamar ele na minha casa, meu bem. Eu disse que ia falar pra ele vir conhecer o Heitor e as meninas. -Eu respirei fundo e passei a mão no cabelo.

Madu : Pois é, pai, mas é uma situação extremamente chata. Senhor sabe dos problemas que eu tenho com ele e parece que quer ignorar isso, poxa, eu quero curtir com vocês, ai vai e chama ele?

Ronaldo : Meu bem, não é isso e você sabe. Você não me explicou direito a situação, mas ele me falou e eu fiquei extremamente chateado, é óbvio, Maria Eduarda, a partir do momento que mexem com minhas filhas, mexem comigo também. Porém, da mesma forma que eu fiquei chateado com ele, por isso, eu agradeci, por ele ter pago a maior parte do seu tratamento psicológico.

Olhei surpresa pra ele, sem entender, que passou a mão no rosto, como se não quisesse ter falado aqui.

Madu : Me explica isso, por favor. -Respirei fundo e ele tirou os óculos da cabeça.

Ronaldo : Não tem nada demais. É que sua mãe não quis pagar uma parte do tratamento e como você não quis que eu ficasse sabendo, ela pediu ajuda ele, porque tava difícil de lidar com as contas do Henrique. Ela melhorou de situação, foi pagar e ele não aceitou. No dia do bar, eu fui devolver e agradecer, fiz de tudo, mas ele não aceitou, Maria Eduarda. Eu sei que ele te magoou, eu sei, independente de qualquer coisa tô do seu lado, sempre, mas eu não posso esquecer aquilo que ele fez por você.

Suspirei e ele veio na minha direção, e me deu um abraço, como se quisesse pedir desculpas, mas eu fiquei na minha.

Madu : Me da esse envelope de dinheiro, eu vou devolver ele, e depois passo direto pra conta do senhor. -Encarei ele, que virou de costas e pegou dentro da gaveta.

Sai do quarto com o envelope e deixei em cima da cama, terminando de arrumar, mas com o pensamento longe, na moral, nunca pensei que ele tivesse feito isso, não deixo de ser grata por ele, isso é nítido, mas nunca curtir de depender de dinheiro de ninguém. Se fosse pra ser assim, era melhor eu na casa.

Ouvi a voz da Luiza e sai do quarto, vendo ela com o capacete na mão e o Cadu do lado dela e o Deco atrás. Ela me contou o que aconteceu e eu fico feliz em saber que ela ta bem, resolvida.

Luiza : Anda, me mostra quem é essa Malu e Beatriz que eu vou resolver com elas. -Eu ri abraçando ela, que se afastou, cumprimentando meu pai.

Madu : Marcela, essa é a Luiza, Lu, essa é a Marcela. -As duas se abraçaram e eu cumprimentei o Cadu, rápido.

Luiza : De você eu gosto, quero saber é das suas filhas. -Ela falou rindo e a Marcela riu também. -Tô brincando.

Deco : Cuidado com a cobra que você aceita na sua casa, em. -Ele passou reto por mim e deu um beijo na Marcela.

Sai de perto, puxando a Luiza e chamei as meninas, apresentando elas. Luiza só brinca mesmo, mas conversou super com as meninas.

Luiza : Eu te conheço. -Parou na minha frente com a taça de vinho, enquanto eu tava sozinha encostada na parede. -Se quiser realmente conversar com ele, vai agora, aproveita o bom humor dos dois. -Ela tirou meu cabelo da frente do rosto e eu fiquei pensando.

Madu : Ta. -Falei e ela sorriu, me dando um beijo na bochecha, passei no banheiro antes e ajeitei minha roupa no corpo.

Conferi se o Heitor tava dormindo no quartinho dele e fui pra área de trás, onde o Deco tava sozinho, tinha um tempo já, devia ta fumando ou algo do tipo.

Assim que ele me ouviu chegar, olhou pra trás, virando por completo e cruzando os braços, na minha direção.

Madu : Posso falar com você? Coisa rápida. -Ele concordou com a cabeça e passou a mão no rosto.

Madu : Ó, não quero que você recuse, ta? Eu quero te devolver o dinheiro da clínica, sem querer meu pai deixou escapar e não é sua obrigação comigo. -Eu tirei o envelope do meu bolso, na direção dele, que só encarou e riu. -Eu tô falando sério, Deco, muito obrigada, o fato de eu não estar próxima não significa que eu seja ingrata.

Deco : Tu deixa de graça, Maria Eduarda, não quero teu dinheiro, fiz e por você, faria quantas vezes fosse necessária. Não aceitei nem do seu pai nem da sua irmã, não vou aceitar de você também não.

Madu : Pega o dinheiro, é sério, eu tô te falando na real mesmo, obrigada, mas eu não quero ficar com isso na minha cabeça.

Deco : Já que tua preocupação é me agradecer, me perdoa, mas na moral mermo. -Ele me puxou forte pela cintura, fazendo eu sentar no colo dele, que tava sentado na mureta de tijolinhos. -Eu sei que uma coisa não tem nada haver com a outra, na eu não acho que vale a pena, a gente ficar nessa. Não vou negar que te quero, tu é gata, gostosa, gente fina e eu pisei feio na bola mesmo, tu não merecia. -Passou meu cabelo pra trás e eu respirei fundo, continuando olhando pro outro lado. -Eu sei que eu mais errei do que acertei, contigo, mas é importante pra mim, ter sua amizade, sua companhia, hm? -Ele deu uma mordida na minha bochecha e eu olhei pra ele. -Se tu quiser, beleza, vou ficar feliz de você ter me desculpado, mesmo não merecendo, mas se falar que não quer mais nada, eu juro, Maria Eduarda, que nunca mais chego perto de você.