Ele se distanciou do beijo para soltar um gemido rouco. Não conseguia evitar o sorriso perverso; ouvi-lo gemer era meu ponto fraco.

— Caralho. — o moreno xingou, respirando fundo. Levou o maço aos lábios, tragando enquanto me fitava. O grave da música era inebriante para meus ouvidos.

— O que foi? — pergunta sem resposta. Eu sabia que ele não diria nada, afinal, era Jeon Jungkook. Os dedos esguios dele foram direto em minhas coxas, alisando-as e me arrancando alguns arrepios. Umedeci os lábios, levemente ofegante.

Das coxas foi até a bunda, tirando o encosto de minha figura da pia. Agarrou com força e me colocou em cima dela. A superfície gelada de mármore era quase como um choque térmico, já que meu corpo estava quase pegando fogo.

Jeon não tirava os olho de predador de mim e isto me enlouquecia. Era surpreendente que aqueles orbes cintilantes e apaixonados se transformavam ferozmente. Ele expressava muito do que sentia através do olhar.

Enrolei minhas pernas ao redor de sua cintura e o puxei para mais perto, encostando nossos corpos novamente. Ele deu um sorrisinho presunçoso exibindo as covinhas.

— Você não é de Deus não, mulher. Olha pra isso. — ele disse, apontando com os olhos para meu corpo desenhado pelo vestido de couro. Passou o polegar por meus lábios ainda úmidos pelo beijo. — Seria quase um pecado acabar com a sua maquiagem.

— Desde quando você se importa com isso? — soltei uma risada anasalada.

— Desde que você se tornou a única mulher pra mim.

A faceta cafajeste do moreno se misturava com o brilho nos olhos castanhos. A frase quase podia se passar por mentira com a tamanha dualidade e seu sorriso malicioso nos lábios, mas eu sabia que esse era seu jeito. Esse era o Jungkook pelo qual eu havia me apaixonado: a dicotomia tomando forma como um humano.

As mãos travessas trilharam um caminho por meu corpo, deslizando os dedos dos meus joelhos até a coxa. Agarrou-as com veracidade, como quem marcava território. O vestido preto estava cada vez mais curto em minhas pernas, levemente apertado por conta da borda.

Jeon aproximou o rosto, beijando meu pescoço. Sentia o calor de seus lábios em minha derme, onde ele passava a língua e mordiscava. Se eu já estava meio molhada, aquilo apenas havia dificultado meu trabalho de resistência. Friccionei as coxas uma contra a outra como reflexo dos chupões dele em meu pescoço, deixando gemidos baixos escaparem. A mão ainda residia apalpando minha perna.

— É tão bom sentir você. — ele disse. Conseguia provar da sua respiração quente quase em minha nuca. A voz rouca dele fazia cócegas em meu cérebro, quase dando voltas de um jeito surpreendente.

Quase como um entorpecente, Jungkook despertava a adrenalina de meu corpo conforme subia a trilha de beijos até meus lábios novamente. Enlacei minha língua na dele com urgência; o toque magnético dele me fazia revirar o estômago quase como uma experiência de outro mundo. O beijo nos unia ao mesmo tempo que ele agarrava minha pele como se fosse a última coisa que fosse sentir em sua existência.

Me desprendi do beijo, procurando ar com certa força. Meu peito subia e descia sem fôlego; o pulmão quase rasgava minha derme. A batida de fora do banheiro era elucidante, quase não conseguia distinguir a realidade da ficção com os feixes de luz coloridos da sala em que estávamos. Jeon apoiou as mãos na beirada da pia, respirando fundo.

— Jeon. — clamei, aguardando aqueles orbes brilhantes me encontrarem entre os fios negros e espetados. O olhar de cima de Jungkook era um misto de devassidão e inocência, dividindo meus desejos da água para o vinho. Engoli em seco.

temptare | jungkookWhere stories live. Discover now