Hug

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Pov S/N

S/N: _Espera - Ele para de falar e me encara duvidoso - Vocês poderiam sair?

Zendaya: _ Isso é sério? - Zend fala sem acreditar- S/n!

S/N: _ Esse assunto é meu Zendaya, por favor me deixem sozinha com o doutor.

As três ainda sem acreditar saem do quarto, o doutor assim que vê a porta fechar me olha.

S/N: _ O que eu tenho? - Falo firme, mas ainda com receio de ouvir.

Médico: _ Síndrome dos ovários policísticos, mais conhecido como POS - Ele fala calmo e gentil - Essa doença pode ser causada por muitas coisas, desregulação hormonal, má alimentação...

S/N: _ Isso significa que não posso ter filhos? - Ele da um suspiro, provavelmente tentando abordar o assunto com delicadeza.

Médico: _ Descobrimos a doença em um estágio mais avançado, tem tratamentos que podemos fazer para você - 

S/N: _ Eu vou poder ter filhos ou não? - O interrompo. Provavelmente ele já está acostumado a lidar com pacientes igual a mim, pois vai direto ao ponto.

Médico: _ Infelizmente não - Ele fala por fim - Os exames constaram infertilidade S/N, você vai fazer o tratamento para lidar com a doença, mas as chances de você engravidar são de 7%.

S/N: _ Eu não vou fazer o tratamento - Ele me olha espantado - Pra quê? Se não iria adiantar de nada.

Médico: _ S/n me escute, sei que é um choque lidar com isso, mas o tratamento precisa ser iniciado, caso você não inicie pode ter consequências piores. Por enquanto o tratamento pode ser com pílulas, mas na pior das hipóteses teremos que fazer cirurgia.

S/N: _ Eu não vou fazer o tratamento - Digo por fim - Agradeço sua atenção doutor, agora poderia me deixar sozinha?

Muito relutante ele concorda, mas antes se volta para mim.

Médico: _ S/N - O encaro - Hoje em dia tem outras maneiras de você ter um filho, falo agora como um amigo e não como um doutor. Pense bem sobre o tratamento, se coloque no lugar daqueles que você gosta, como eles se sentiram se o pior acontecesse?

Por fim ele sai, me deixando ali parada com meus pensamentos e com uma vontade de chorar tremenda.

Pov Hailee

Estávamos eu, Victoria e Zendaya do lado de fora do quarto esperando saber o que aconteceu, S/N não nos deixou escutar o médico a contando.

Zend nem mesmo conseguiu se sentar na sala de espera, acho que ela não esperava ter que ver a melhor amiga nessa situação. Victoria estava sentada mas não parava de roer as unhas e bater os pés no chão enquanto balançava as pernas.

Já eu, mesmo estando nervosa, não temo pelo pior. Sei que S/N é forte o suficiente para aguentar seja lá o que for que aquele médico está a falando nesse momento.

Os minutos em que aquela porta do quarto estava fechada pareciam horas, o barulho dos pés de Vic batendo no chão soavam como um relógio, era um segundo mais agoniante do que o outro. É difícil não saber se ele está a contando de algo muito grave, ou de uma simples infecção na garganta.

O doutor sai do quarto e fecha a porta cuidadosamente, sua expressão não é a de alguém que contou para uma paciente que ela está bem e logo terá alta.

Zendaya: _ O que ela tem?? - Diz rapidamente esperando somente que a porta se fechasse

Médico: _ Quando nossos pacientes pedem sigilo, não há o que possamos fazer para contar o que eles tem.. - Um tom decepcionado o consome - Sei que vocês a amam e a querem bem, só posso pedir que conversem com ela e a apoiem incentivando que faça o tratamento do qual ela precisa..

Victoria: _ Tratamento? Ela tá com um problema muito grave?

Médico: _ Espero que ela ouça vocês - Ele sai da sala e o silêncio toma conta do espaço em que estávamos

(...)

Victoria: _ Será que devemos entrar e falar com ela?

Zendaya: _ Conheço a S/N, acho que ela só quer ficar sozinha agora..

Hailee: _ Ela precisa de apoio, não acho que a melhor escolha seja a deixar sozinha - Falo minhas primeiras palavras depois de todo o tempo em que ficamos aguardando 

Victoria: _ Ok, então eu vou

Zendaya: _ Não, eu vou. Sou a melhor amiga dela, se ela pudesse escolher quem entraria, ela iria.. 

Antes mesmo de Zendaya completar sua frase, entro cautelosamente no quarto.

Vejo S/N com uma expressão de total tristeza, ela olhava para baixo e apertava as próprias mãos, algo realmente não estava bem.

Ela me olha com o olho marejado, meu coração se parte em pedacinhos a vendo nesse estado, queria poder tomar toda essa dor que ela está sentindo agora.

Sem dizer uma palavra, me sento ao seu lado na cama e a abraço, sei que qualquer uma das meninas entraria e a encheria de perguntas, mas não é disso que ela precisa.

S/N: _ Ainda bem que é você.. - Sua voz falha e ela me aperta no abraço

Não demora muito para que S/N começasse a chorar no meu abraço, simplesmente faço carinho em seus cabelos e digo

Hailee: _ Vai ficar tudo bem, eu tô aqui, tá bom?

Ela apenas assente com a cabeça e aperta meus ombros, não sei mesmo o que esse médico a falou aqui dentro..

(...) 

S/N: _ Eu não quero fazer o tratamento.. - Ela fala depois de minutos de silêncio enquanto se recompõe do choro

Hailee: _ Mas você sabe que é o certo, não sabe? - Continuo acariciando seus cabelos e falo em um tom bem calmo, não quero a pressionar

S/N: _ Prefiro morrer a não poder ter um filho um dia.. - Não ter um filho um dia?? Então é isso? Será que o álcool afetou o sistema reprodutivo dela?? Bom, não vou perguntar nada, apenas a incentivar, assim como o doutor disse.

Hailee: _ S/N, se esse é o problema, tem vários outros jeitos de ter um filho..

S/N: _ Eu sei, mas.. - Ela claramente não tinha uma justificativa pra dizer porque isso era um problema tão grande - Não é a mesma coisa..

Hailee: _ Por que não? Você não vai ama-lo incondicionalmente da mesma forma? S/N, de qualquer jeito que você quiser ter um filho um dia, você precisa se colocar em primeiro lugar pra isso.. Se fosse seu filho no Hospital com algum problema, você acharia certo ele não querer fazer um tratamento? - Tento manter ao máximo o tom de compreensão 

S/N: _ Não.. - Fala com o olhar baixo -  Você me acha uma idiota, não é?

Hailee: _ É claro que não, você só tá tomando uma decisão no calor do momento.. Imagino que essa situação deve ser difícil, mas você sabe que é forte pra vencer seja lá o que for

S/N deixa o abraço mais apertado e faz carinho nas minhas costas, ela já havia parado de chorar e sua respiração estava cada vez mais lenta e calma.

(...)

Hailee: _ S/N? Ei? - Tento me mexer para ver se ela me escuta, mas parece que ela pegou no sono..

Me levanto lentamente sem deixar que ela acorde, por mais que eu quisesse continuar nesse abraço por muito mais tempo, mas preciso ir pra casa.



Hailee Steinfeld and YouOnde as histórias ganham vida. Descobre agora