Kneel | Tom Riddle - Português

𝟏𝟑

"Claro que sim", Mulciber me enviou um sorriso. "Você continua tentando ser melhor que Riddle em cada aula. Você não é uma garota um pouco delirante?"

A bruxa rolou os olhos, "Eu sou melhor do que ele".

"Claro que é", Davina bufou, lembrando Seraphina porque ela odiava tanto a bruxa Black. "Você se acha melhor que todos só porque tem olhos de cores diferentes e seu sobrenome é Vevrain."

Como sempre, Seraphina decidiu não gastar seu fôlego respondendo a ela, mas Avery não pensou da mesma maneira: "Ah, e você é quem deve falar?"

Ela bateu no peito dele calmamente: "Está tudo bem, Alcides", ele acenou com a cabeça e mandou um último clarão em direção a Davina. Por que eles sequer saíram com ela se não gostavam dela? "Onde está Nott?"

O grupo riu, exceto Davina, que cruzou os braços diante de seu peito e ficou olhando para Seraphina. Tão infantil.

"O sacana está beijando Merula", respondeu Abraxas sacudindo a cabeça. "Sortudo bastardo."

"Merula Rosier? Você não dormiu com ela, Anthony?" Perguntou Seraphina e Mulciber apenas rolou os olhos.

"Foi há muito tempo."

Ela pressionou seus lábios em uma linha fina, tentando suprimir seu sorriso divertido e se voltou para uma de suas boas amigas: "Meu querido Gideon, há alguém ali mesmo esperando por você", ela colocou seu braço em volta do braço de Lestrange e ambos olharam para Layla, que estava falando com Grace.

"Não acredito que você está me obrigando a fazer isto", suspirou ele e Seraphina sorriu.

"Você sabe que quer fazer isto e nunca me diria não, pois não?" Ele rolou os olhos para a menina atrevida.

"Você me deve uma, Seraphina."

"Eu te amo", ela beijou seu rosto. "Agora me siga", ele a seguiu um pouco relutante e eles encontraram as duas bruxas sentadas na mesa bebendo amanteigada, "Senhoras, este belo cavalheiro é Gideon Lestrange. E esta é Layla e Grace", ela apontou para as duas meninas e enquanto Layla parecia entediada, Grace parecia um pouco assustada.

Gideon suspirou, "Prazer". Seraphina quis revirar os olhos para seu tom de voz desinteressado, mas em vez disso sorriu para a garota Hufflepuff, "Então, Grace, vamos nos conhecer um pouco melhor? Lá fora".

A moça loira levantou-se rapidamente e juntou-se a Seraphina, deixando seu lugar para Lestrange. Dando ao casal um último sorriso, ela deixou o Três Vassouras com sua nova amiga.

Quando chegaram às ruas movimentadas de Hogsmeade, Seraphina fez o seu melhor para se transformar em sua versão decente e agradável: "Então, Grace, fale-me mais sobre você".

•

"Estou lhe dizendo, Seraphina. Nunca mais", Layla se aproximou de Grace e sua nova amiga, que estava sentada em frente a uma árvore para se conhecerem.

Seraphina levantou a cabeça para olhar para uma Layla muito agitada: "No começo, eu o achei muito legal e não tão ruim assim para um sonserino. Mas então tudo mudou quando ele começou a dizer que os filhos de traidores do sangue nunca deveriam ter o direito de estudar em Hogwarts. Então eu disse a ele que meus pais são ambos trouxas e que ele simplesmente partiu sem ficar em outro mundo. Eu queria tanto esbofeteá-lo, mas nós estávamos em público. O que poderia levá-la a pensar que alguma vez poderíamos ser juntados?"

A bruxa sonserina tentou não rir da expressão irritada de sua amiga: "Eu realmente esperava que ele esquecesse tudo sobre seu preconceito com os filhos de traidores de sangue quando percebesse que você é legal. Eu pensei".

Layla franziu a sombrancelha: "O quê? Você também tinha alguma coisa contra os filhos de trouxas?" Ela parecia louca e Seraphina não conseguia entender o porquê. Não era óbvio? Ela estava na Sonserina, pertencia à família puro-sangue e só costumava sair com feiticeiros que insultavam todos que não eram de puro-sangue.

Seraphina deu de ombros: "Eu tinha. Mas então, quando o George lhe apresentou, mudei de idéia".

Layla parecia confusa e sentou-se ao lado da garota com olhos de cores diferentes: "Por quê? Nunca entendi porque os feiticeiros de sangue-puro pensam que somos diferentes deles".

Era um assunto delicado para Seraphina, mas ela ainda fez o melhor que pôde para responder-lhe sem soar como uma cadela. "Não tenho exatamente certeza, mas desde criança minha família sempre me disse que os filhos trouxas são mais fracos do que nós. Eu nunca questionei o porquê e você é minha primeira amiga cujos pais são, na verdade, trouxas. Como eu nunca havia conhecido um nascido trouxa antes, sempre acreditei em meus pais e amigos, mas entendi mais tarde que somos todos iguais."

Grace e Layla olharam para Seraphina por alguns segundos sem dizer nada e isso a preocupou. Ela tinha medo que estivessem prestes a julgá-la por sua opinião, mas não era culpa dela. Na verdade, o que ela disse não era exatamente uma opinião, mas mais como fatos. Era a verdade e ela certamente não podia ser julgada pela forma como era educada. Afinal, não foi culpa dela ter nascido em uma família de sangue-puro ou ter sido selecionada para a Sonserina em seu primeiro ano. É isso que ela é.

A lufana parecia incerto sobre o que dizer, mas Layla decidiu responder por ela: "Bem, tenho que agradecer à Weasley por nos apresentar. Se não fosse por ele, você provavelmente ainda pensaria que vocês, de sangue puro, são melhores que nós".

"Acho que mudaria minha opinião em algum momento da minha vida", apontou ela.

Era verdade que George Weasley foi quem lhe mostrou um novo mundo e permitiu que ela formasse novas amizades. E ela estava verdadeiramente grata desde que ele até lhe apresentou Leo. No entanto, ela acreditava que eventualmente cresceria e começaria a desenvolver novas opiniões sobre o mundo ao seu redor. Provavelmente isso aconteceria mais tarde, mas acabaria por acontecer.

Ela não poderia mais ser influenciada ou manipulada como antes. Esta era uma nova versão dela, ela era diferente. Ou pelo menos, era o que ela pensava.

¹ O verdadeiro mau é, sobre todas as coisas, atraente;